O leopardo-de-amur, também conhecido como leopardo-siberiano e leopardo-do-extremo-oriente é a subespécie de leopardo mais setentrional, que, atualmente, habita os montes Sikhote-Alin, no sudeste da Rússia. Seu nome científico é Panthera pardus orientalis, e, assim como todos os outros leopardos, sua ordem é carnívora e sua família é Felidae. Neste artigo conheceremos um pouco mais sobre este animal, com foco em suas características físicas, comportamentais e seu estado de conservação na natureza!
Características Físicas do Leopardo-de-Amur
Fisicamente, estes leopardos se diferem das outras subespécies por conta de sua pele e de suas pernas consideravelmente mais grossas e peludas. Por ser o único leopardo adaptado ao clima frio, acredita-se que essas características físicas que o diferem sejam consequência da sua adaptação para sobreviver neste clima.
Durante o verão, sua pelagem tem normalmente cerca de 2,5 centímetros de espessura, porém no inverno ela se adapta e passa a ter aproximadamente 7 centímetros. Além da pelagem, sua cor também é alterada no inverno; enquanto no verão sua pelagem é alaranjada, no inverno ela fica pálida na cor creme. Tal característica torna fácil sua distinção entre outras subespécies.
Os machos desta subespécie chegam a ser duas vezes maiores do que suas fêmeas: eles pesam entre 30 e 70 kg, e medem de 107 a 136 cm com uma longa cauda de 82 a 90 cm, já as fêmeas pesam entre 25 e 42,5 kg. E os seus filhotes nascem com apenas 500-700 g. Como qualquer outro leopardo, o leopardo-de-amur é extremamente forte. E eles são capazes de atingir 60 km/h e podem saltar a 5,8 m na horizontal, além de 3 m na vertical!
O Comportamento do Leopardo-de-Amur
A partir dos 2-3 anos, o leopardo-de-amur já está apto para a reprodução, e assim permanece até seus 10-15 anos de idade. A gestação desta subespécie dura em torno de 95 dias, requer de 90 a 105 dias, em média. Aos dois meses os filhotes já saem de seus esconderijos e passam a ingerir carne, aos três meses iniciam o processo de deixar a amamentação e são ensinados a caçar. Entre os dois e três anos de idade, o filhote se torna independente; idade na qual já é capaz de perpetuar sua espécie.
A reprodução do leopardo-de-amur ocorre em qualquer época do ano, e cada ninhada rende de dois a três filhotes. Estes leopardos são animais de natureza solitária, entretanto, a maternidade é capaz de mudar este aspecto.
A sua expectativa de vida é conhecida apenas em cativeiro, quanto à sua expectativa de vida na natureza, a ciência carece de dados. Estudos já provaram que no seu habitat natural a vida destes animais pode passar dos dez anos. Entretanto, os mesmos estudos mostraram que na natureza há uma taxa de mortalidade muito alta.
A Ameaça de Extinção e a Preservação da Subespécie
O estado de conservação deste animal segundo a classificação da UICN (União Internacional para Conservação da Natureza) é “em perigo crítico”. Desde 1996 a ideia de incluir o leopardo-de-amur em programas de reintrodução ao habitat já era estudada.
E, desde então, pesquisas foram desenvolvidas e finalmente esses animais foram criados em cativeiro e reabilitados para a vida na natureza. Sendo assim, a espécie passou a ser protegida e, em 2013, foi declarada a espécie protegida que mais cresceu; por isso, neste ano os leopardos-de-amur foram os ganhadores do prêmio sobre a evolução das espécies ameaçadas, cedido pelo Fundo Mundial da Natureza (WWF), pois aumentou em 50% seu número de indivíduos.
A ameaça a esta subespécie de leopardos se deu devido à caça ilegal, incêndios florestais, invasão de civilização, novas estradas, exploração de florestas e doenças. Apesar de ilegal e de ameaçar a sobrevivência de diversos animais, a caça continua ainda a ser muito praticada para servir de alimento e vestimenta. Além disso, o crescimento econômico também não leva em conta a preservação da biodiversidade; devasta grandes áreas para satisfazer a economia seja desmatando pela indústria pecuária ou pela agricultura em larga escala. E, são por esses e outros motivos que atualmente o leopardo-de-amur entre muitas outras espécies estão gravemente ameaçadas.
Atualmente, o leopardo-de-amur tem sua última população estável com aproximadamente 100 espécimes, e habita uma pequena área na Rússia, na província de Primorsky Krai. E, por conta dos esforços russos para preservar a subespécie, os leopardos-de-amur não sofrem mais grave risco de extinção!
Outras Subespécies de Leopardo
Para conhecer um pouco mais dos leopardos, e compreender as diferenças físicas e comportamentais entre eles, trazemos aqui alguns exemplos de outras subespécies.
O leopardo-árabe, outra rara subespécie, diferente do leopardo-de-amur, é muito pequeno. Este animal pesa entre 20 e 30 kg e tem de 1,60 a 2,03 m, já incluindo sua cauda! Outra subespécie considerada pequena em relação às outras é a dos leopardos-de-Java, eles têm de 90 cm a 1,5 m de comprimento e pesam entre 40 kg e 60 kg. Já o leopardo-africano, sendo um dos maiores, tem seus machos pesando de 60 kg a 91 kg, e suas fêmeas de 37 kg a 52,3 kg.
Os leopardos-indianos não possuem características peculiares quanto ao seu peso e ao seu tamanho. Entretanto, assim como os leopardos-de-amur tem uma característica peculiar quanto à sua pelagem, que se adapta de acordo com o clima, os indianos também tem; no caso deles, é o melanismo (produção excessiva e concentrada de pigmento negro), que resulta em sua pelagem escura. Tal característica os torna diferente dos demais leopardos! E o leopardo-do-ceilão também compartilha de um diferencial quanto à sua pelagem: esta subespécie detém uma pelagem amarela com manchas escuras e suas rosetas são muito numerosas.
Além disso, é importante recordar que a maioria destas subespécies corre risco de extinção, e que os leopardos já têm subespécies extintas, como o leopardo-do-atlas e o leopardo-do-sinai.