A lagosta vermelha ou lagosta espinhosa (a Panulirus argus – seu nome científico) é uma espécie com características bastante singulares, principalmente em seus aspectos físicos, nos quais destacam-se um exoesqueleto todo ele formado por espinhos – daí o seu apelido!
Esta é uma variedade facilmente encontrada em profundidades entre 80 e 100 metros na costa do Atlântico; e no caso do Brasil, a partir do litoral nordestino – mais especificamente, a partir do arquipélago de Fernando de Noronha (em Pernambuco) até a região sudeste.
Nessa região, elas desenvolvem-se como típicos animais detritívoros, ou seja, que alimentam-se de restos de animais mortos – além de não abrirem mão de um bom banquete à base de vermes, lesmas, caramujos, entre outras iguarias semelhantes.
A Spiny lobster, como é conhecida no frio e hostil litoral de boa parte da América do Norte, é um crustáceo membro dessa antiquíssima família Palinuridae, da ordem Decápoda, que junta-se a mais 47 espécies para figurar como uma das mais valorizadas espécies de crustáceos do Brasil.
Na verdade, a partir da costa do México e do Mar do Caribe, já é possível encontrar a lagosta espinhosa ou lagosta vermelha – ou mesmo a Palinurus argus (seu nome científico) – , que também caracteriza-se por um longo estágio na forma larvar, o que faz com que ela seja a base da dieta de inúmeras variedades de peixes e outros crustáceos – inclusive da mesma espécie.
Uma lagosta espinhosa macho pode atingir até 50 cm de comprimento, enquanto as fêmeas dificilmente ultrapassam os 40 cm.
Além disso, elas são reprodutoras das mais vigorosas! Uma fêmea é capaz de conter até assutadores 400 mil ovos em seu abdômen, que serão levados pelas águas oceânicas, mas para a sobrevivência de uma pequena minoria.
Lagosta Espinhosa Ou Lagosta Vermelha, Além Do Nome Científico, Outras Características Singulares.
O Palinurus argus, nome científico das lagostas vermelhas (ou espinhosas), possui, como dissemos, a característica de desenvolver-se mui lentamente – na verdade eles passam por vários estágios até serem considerados adultos.
De um simples e delicado filossoma, eles deverão passar ainda por uma fase pós-larvar, para só depois atingirem a chamada fase bentônica (a de lagostas jovens).
E durante esse período, eles constituem a base da dieta de inúmeras espécies que desenvolvem-se em seu ecossistema.
Enquanto, na fase juvenil, são as raias, peixes, polvos, tubarões, entre outras espécies de maior porte, que são os seus principais predadores!
Mas como se não bastasse tamanha odisseia enfrentada até atingir a fase adulta, quando a atingem, as lagostas espinhosas tornam-se uma das iguarias mais apreciadas pelo homem e por outras espécies de peixes de maior porte, como os tubarões, tartarugas, arraias, entre outras.
Uma curiosidade sobre as lagostas espinhosas, é que elas preferem a noite como horário ideal para a caça! É durante esse período que elas saem em busca de restos animais, lesmas, vermes, larvas, entre outras delícias semelhantes; até que surjam os primeiros raios do sol, e então corram, desabaladamente, até os seus esconderijos!
Esconderijos que são geralmente recifes de corais, fendas rochas, chumaços de algas – mas sempre à espreita de qualquer ameaça!
Pois, quando a encontram, imediatamente acionam alguns dos seus principais mecanismos de defesa, entre os quais, o estufamento dos seus abdômens de forma ameaçadora! Além de manterem os seus apêndices e antenas em posição de fuga.
Além Dessas Características E Nome Científico, O Que Mais Saber Sobre Essa Extravagante Lagosta Vermelha Ou Espinhosa?
Ainda sobre as principais características das lagostas espinhosas ou lagostas vermelhas, sabe-se que o seu período reprodutivo pode estender-se durante os 12 meses do ano.
No momento da cópula, o macho libera o chamado “espermatóforo” localizado em um gonoducto na parte posterior do seu abdômen, que é quase que imediatamente acoplado na região abdominal da fêmea.
No momento certo, esta aciona os espermatozoides contidos no espermatóforo, que logo se incumbirão de fecundar os ovócitos.
Estes, por sua vez, serão posteriormente liberados na água, na ordem de 100 mil a 400 mil unidades, que resultarão em pouquíssimos exemplares vivos, capazes de inciarem as suas fases larvares entre 3 e 4 semanas após essa liberação.
O problema é que, por ainda ser um “artigo de luxo”, a caça predatória da lagosta espinhosa tornou-se quase que uma atividade cultural em determinadas regiões do continente americano, a ponto de fazer com que elas tenham sido listadas como “preocupante” pela IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza).
Acredita-se que as lagostas espinhosas sejam caçadas indiscriminadamente desde o início do séc. XX, principalmente pelo seu altíssimo valor comercial, bastante explorado em praticamente toda a costa da América Latina, desde o México, passando pela costa da região nordeste (especialmente no território de Fernando de Noronha) até o sudeste do país.
Uma outra curiosidade sobre essas lagostas, é o curioso som que elas emitem, especialmente durante o período reprodutivo e migratório.
Durante essa fase, um som semelhante ao de um gemido pode ser ouvido de longe; um som provocado por um atrito das suas antenas com a base onde são sustentadas na carapaça do animal.
Essas e outras curiosidades a tornam uma espécie bastante singular, e por isso mesmo alvo de vários estudos e da necessidade de preservação contra uma possível extinção futura.
A Pesca Da Lagosta Espinhosa
Juntamente com a Palinurus laevicauda, a Palinurus argus (o nome científico da lagosta vermelha) caracteriza-se, também, por ser uma das “meninas dos olhos” do segmento da pesca de crustáceos na região nordeste do Brasil.
O problema é que a pesca desenfreada dessas espécies tem resultado numa queda acentuada da sua disponibilidade na costa brasileira – outrora abundante em boa parte do litoral.
Essa situação foi o que levou à criação de iniciativas, como a do Comitê de Gestão do Uso Sustentável de Lagostas (CGSL), cujo principal objetivo é o de criar um plano de exploração sustentável dessas espécies, com vistas a garantir a sua existência nas melhores condições possíveis para as gerações futuras.
Para se ter uma ideia dos riscos de uma possível extinção que essa espécie (a lagosta espinhosa) vem sofrendo, o governo determinou que, de 1º de dezembro a 31 de março de 2017, fosse totalmente proibida a pesca das lagostas espinhosas na costa brasileira – especialmente no nordeste.
E de acordo com representantes do governo, é da conscientização das famílias que vivem da pesca sobre a necessidade de explorar de forma sustentável essa atividade, que depende a sua existência para as próximas gerações.
Em uma exploração que já se vê comprometida, principalmente devido à queda acentuada da quantidade desses animais em regiões outrora abundantes.
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Qual o nome cientifico correto? Palinurus argus ou Panulirus argus?
É Panulirus argus, Maiara. Erro nosso! rs. Abraços!