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Lagosta Verde: Características, Fotos e Nome Cientifico

Existe uma variedade imensa de espécies de crustáceos habitando a natureza, algumas bem, interessantes. Caso da lagosta verde, um verdadeiro “fóssil vivo” habitando os mares.

A seguir, iremos saber mais a respeito dela.

Características Básicas

Também chamada de lagosta-real, e de nome científico Palinurus Regius, a lagosta verde é um crustáceo tipicamente tropical, cujo habitat são os fundos arenosos consolidados e os recifes rochosos das regiões de Cabo Verde e do Golfo da Guiné Tropical, mais precisamente, ao sul do Congo. É um crustáceo que praticamente predomina na costa oeste africana, mas, também pode ser encontrado no oeste do Mediterrâneo (mais precisamente na costa da Espanha e ao sul da França).

Em termos de tamanho, são lagostas relativamente grandes, podendo medir de 40 a 50 cm de comprimento. Podem pesar até 8 kg, e possuem uma expectativa de vida de cerca de 15 anos, aproximadamente. Os indivíduos adultos dessa espécie tendem a ser solitários, mas também podem ser vistos em pares ou em pequenos grupos a depender das circunstâncias.

O corpo tem formato sub-cilíndrico, sendo revestido por uma casca que muda várias vezes ao longo de sua vida, sempre criando uma casca nova. Sua carapaça é dividida em duas partes, que são o cefalotórax (que é a parte da frente) e o abdômen (que fica na parte de trás). É formada, basicamente, por duas cores: azul-esverdeada com bordas amareladas.

O abdômen da lagosta verde é formado por 6 segmentos móveis, e no final do último segmento possui duas antenas que são as maiores do seu corpo, dobradas para trás. Essas antenas servem como órgãos sensoriais e de defesa. Por conta de sua cauda ser menos desenvolvida do que as demais lagostas, o seu custo de mercado é baixo.

São seres onívoros (ou seja, comem de tudo), mas, se alimentam preferencialmente de moluscos, equinodermos e crustáceos de pequeno porte. Porém, da mesma forma que são predadores, são oportunistas quanto à alimentação, comendo o que tiver à disposição, naquele momento.

São animais que podem ir a longas profundidades oceânicas (de até uns 200 m), e por isso, são bastante resistentes a variações hidrológicas, com temperaturas que ficam entre 15 e 28°C.

A Grande Família

Dentro do gênero Palinurus, que é do qual pertence a lagosta verde, existem muitas outras lagostas igualmente interessantes, fazendo desta uma verdadeira “grande família”.

Uma delas é a Palinurus barbarae, uma espécie que vive ao sul de Madagascar, cujo tamanho é de uns cerca de 40 cm, com uns 4 kg de peso. Trata-se de um espécime, que, assim como a lagosta verde, está ameaçado de extinção em decorrência da pesca indiscriminada.

Outra espécie bem interessante pertencente ao gênero da lagosta verde é a Palinurus charlestoni, uma lagosta endêmica das águas de Cabo Verde. Seu comprimento chega a 50 cm, e foi um tipo de crustáceo descoberto por pescadores franceses por volta do ano de 1963. Variando do vermelho ao violeta em se tratando da cor de sua carapaça, a Palinurus charlestoni é protegida por algumas leis locais para evitar a pesca predatória a ela.

Já a Palinurus elephas é uma espécie de lagosta que possui uma carapaça espinhosa, e vive nas costas do Mediterrâneo. Alcança a marca de 60 cm de comprimento, e também sofre com a pesca indiscriminada, até mesmo porque é uma das lagostas com maior valor comercial que existe.

Lagosta-Vulgar
Lagosta-Vulgar

Por fim, podemos citar a espécie Palinurus mauritanicus, também chamada de lagosta rosa, e que vive nas águas profundas do leste do Oceano Atlântico e no Mar Mediterrâneo Ocidental. Sua expectativa de vida é de, pelo menos, 21 anos, residindo em águas profundas que podem chegar a mais 250 m. Por ser um espécime escasso e viver em águas muito profundas, não é o alvo preferido de pescadores da região.

Pesca Predatória como Risco de Extinção

Como deu pra notar, uma das coisas que mais a lagosta verde e seus parentes mais próximos sofrem é com a pesca indiscriminada, o que faz com que vários países (como o Brasil) adotem leis ambientais que visem proibir a pesca desses e de outros crustáceos na época de reprodução das espécies.

Obviamente que essa lei, frequentemente, é desrespeitada, mas, ainda assim dá pra denunciar aos órgãos competentes quando existem certas irregularidades quanto à pesca ou caça ilegal em determinados períodos do ano. Inclusive, recentemente o IBAMA deu início ao período de defeso da lagosta, especificamente, no Rio Grande do Norte, onde as espécies mais procuradas a lagosta vermelha (Panulirus argus) e a lagosta de Cabo Verde (Panulirus laevicauda). Esse defeso vai até o dia 31 de meio desse ano.

Ações como esta são importantes não somente para preservar as espécies de nossa flora, quanto garantir que haja material para os próprios pescadores terem o que pescar futuramente.

Última Curiosidade: Salvação do Meio Ambiente Por Meio das Carapaças das Lagostas

O problema do plástico nos oceanos é algo realmente bastante grave, e que vem quebrando a cabeça de muitos cientistas, que buscam um método de diminuir esse impacto ambiental. Porém, vez ou outra, surgem alternativas. E, uma delas pode ser um biopolímero chamado de quitina, e que se encontra justamente nas carapaças das lagostas.

A empresa The Shellworks está desenvolvendo um método para transformar a quitina em algo que possa substituir o plástico para algo mais biodegradável e reciclável. As carapaças desses animais, que geralmente são jogadas fora durante a preparação do animal nas cozinhas, são trituradas, e depois ao dissolvidas em várias soluções.

The Shellworks
The Shellworks

A empresa afirma que há resíduos desses crustáceos suficientes para reduzir o uso do plástico, por exemplo, num país como o Reino Unido. Pra se ter uma ideia, segundo aqueles que estão à frente dessa pesquisa afirmam que cerca de 375 toneladas de carapaças de lagostas são jogadas no lixo todos os anos, o que dá em torno de 125 kg de quitina, o que daria pra fazer 7,5 milhões de sacolas plásticas.

Aproximadamente 500 bilhões de sacolas plásticas descartáveis são usadas cada ano em todo o mundo. Porém, como sempre, nesse caso das carapaças das lagostas, a resposta pode estar na natureza. Basta pesquisar, que, com certeza, acharemos soluções viáveis para um problema tão grave.

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