O Sus scrofa attila (ou Javali-dos-cárpatos) é uma espécie de javali gigante com peso entre 300 e 350kg, e altura entre 1,24 e 1,27m. Ele é uma subespécie do gênero Sus scrofa, um dos representantes da família Suidae, como típicas espécies originárias da Europa, Ásia, Norte da África e da Ilha da Sonda (no arquipélago Malaio).
Apesar de não ser tão comum quanto os seus parentes mais próximos, o porco doméstico (Sus scrofa domesticus) e o javali-europeu (Sus scrofa scrofa), o javali-dos-cárpatos comunga com eles de algumas importantes características.
Entre as principais, está o fato de serem os machos bem maiores do que as fêmeas; apresentarem dois inconfundíveis caninos (suas marcas registradas) que se projetam assustadoramente para fora e para cima, dando-lhes uma aparência quase fantástica; além de uma incrível habilidade para dar grandes saltos a até 1,6 m de altura – como uma boa arma na fuga contra os seus principais predadores.
Uma curiosidade sobre esses mamíferos, é o fato de que os seus caninos costumam crescer por quase toda a vida, chegando a atingir vertiginosos 12 ou 13cm de comprimento (especialmente as presas inferiores).
Nos javalis gigantes, elas tornam-se proporcionais ao seu peso e altura, como uma arma de combate na hora de defenderem-se de predadores, de disputarem a preferência das fêmeas com outros machos, ou mesmo para caçar as suas presas favoritas.
A força física dos javalis é outra característica bastante famosa. A massa muscular da região do pescoço, quando associada às suas enormes presas, é capaz de fazê-los transpor os obstáculos mais improváveis, desde terrenos quase impenetráveis a até mesmo blocos de gelo.
E quando se trata de suportar peso, o que se diz é que 60kg não significam praticamente nada para esses animais, que ainda gabam-se de poderem atingir entre 40 e 45km/h durante uma corrida.
Os javalis-dos-cárpatos apreciam áreas abertas, lavouras, florestas tropicais, bosques temperados, vegetação arbustiva, entre outras áreas semelhantes, onde eles possam ocultar-se (outra de suas características) das suas presas ou mesmo da presença do homem.
O Peso e Altura dos Javalis Gigantes
O Sus scrofa attila é considerado quase uma “anomalia da natureza”. Isso porque, quando se comparam a altura e peso desses javalis gigantes com a altura e peso das demais espécies, a diferença é tal, que, para muitos, eles nada mais seriam do que entes fantásticos saídos de alguma história de ficção científica ou de terror.
O maior exemplar capturado media quase 1,8m de comprimento, cerca de 1,26m de altura e até 350kg de peso – uma verdadeira montanha de músculos que, nas lavouras e plantações dos Cárpatos (na Romênia), tirava o sono dos criadores de milho, frutas, legumes, verduras, entre outras iguarias que eles procuram, avidamente, durante praticamente todo o dia.
Mas a dieta do Sus scrofa attila também inclui sementes, bolotas, raízes, tubérculos, e até mesmo insetos, lesmas, caracóis, ovos, pequenas aves, entre outras variedades apreciadas por essa espécie que pode ser classificada como um imenso animal onívoro.
Sobre essa sua, digamos, rivalidade com fazendeiros e criadores, o que se diz é que deles os javalis gigantes receberam o apelido de “monstros das lavouras”, tal o poder devastador do seu apetite, que faz com que os criadores muitas vezes troquem o dia pela noite, na tentativa de avistar (e eliminar) qualquer um que ouse ultrapassar as suas cercanias.
A Tradição de Animais Gigantes nos Cárpatos
Os Cárpatos é a segunda cadeia montanhosa da Europa (ela só perde mesmo para os Alpes Escandinavos), com cerca de 1600km.
O Patrimônio Geológico Natural dos Cárpatos estende-se de norte a sul do leste europeu, unindo países como República Checa, Polônia, Hungria, Eslováquia, Lituânia, Ucrânia e Romênia.
Estima-se que, dentro da Europa, é nos Cárpatos que estão as maiores comunidades de animais de grande porte, como os assustadores ursos-pardos, os ágeis linces, algumas espécies de lobos, alces, tigres, além, obviamente, da grande “celebridade” desse trecho da Europa: o Javali-dos-Cárpatos – uma espécie de javali gigante cujo peso e altura o tornaram quase uma lenda por aquelas bandas.
Os Cárpatos têm esse nome supostamente em homenagem a uma antiga tribo indígena que habitava a região há séculos, e que já naquela época competia com os javalis gigantes pelos trechos a partir da região do Danúbio.
O local caracteriza-se por apresentar enormes montanhas, cumes áridos e agrestes, picos nevados, trilhas desafiadoras, além de lagos, rios, grutas, fendas, escarpas, paredões, entre outros acidentes geográficos, que são típicos de regiões como essa – essencialmente montanhosa.
Os trechos de fronteira entre a Polônia, Ucrânia e a Eslováquia, por exemplo, é o “paraíso” dos aventureiros”, que se perdem em uma Área Protegida pelo Programa de Meio Ambiente da ONU (Organização das Nações Unidas), cercada pelos mais belos exemplares da fauna do Leste Europeu.
São trechos de bosques de coníferas, vales calcários, cumes graníticos, lagos alpinos – tudo isso no caminho de pequenas e rústicas aldeias que surgem como que magicamente próximas de algumas paradas obrigatórias, que são os acampamentos exclusivos para praticantes de aventuras na natureza.
A Ameaça de Extinção dos Javalis Gigantes
Os javalis-dos-cárpatos, como dissemos, são javalis gigantes com altura e peso incomparáveis. O maior exemplar já registrado foi apanhado na Turquia, enquanto caçadores portugueses buscavam, de forma pouco ambiciosa, encontrar espécies de javalis considerados comuns e de médio porte na região.
O que eles não esperavam era dar de cara com uma verdadeira “força da natureza”, com mais de 1,8 m de comprimento, cerca de 300 kg e um crânio com modestos 42cm – números que o tornaram o maior javali atualmente catalogado.
Curiosamente, a caça dos míticos javalis gigantes é permitida, especialmente em regiões como as de Covasna, Brasov, Sibiu, entre outros trechos do norte da capital da Hungria (Bucareste); assim como também nos imensos vales e regiões montanhosas da Romênia.
Não por outro motivo, as espécies são bastante raras nessa região, assim como são raros também os seus parentes mais próximos, o porco-doméstico e o javali-europeu – que já são considerados apenas lendas em regiões da Ásia, Norte da África, Vale do Nilo, Sudão, entre outros locais.
A Europa até que conseguiu recuperar boa parte dessas espécies, graças à fuga do homem das zonas rurais (o que deixou espaço livre para serem povoadas por javalis), à extinção de alguns dos seus principais predadores, ao incentivo a reflorestamentos periódicos, entre outros motivos.
O problema é que na região dos Cárpatos, a caça desses javalis gigantes é cada dia mais incentivada, inclusive com direito a torneios e campanhas que premiam os que conseguirem capturar os maiores exemplares.
O que se diz é que a característica de raridade dos javalis gigantes (devido ao seu peso e altura incomparáveis) faz com que a sua captura seja um motivo de distinção entre os caçadores profissionais.
E, na opinião dos ambientalistas, caso essa situação não seja revertida, o destino dos javalis-dos-cárpatos será o mesmo de várias outras espécies que simplesmente foram varridas do mapa da Europa Ocidental.
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