Pertencente à família da Psittacidae, a jandaia é um pássaro muito comum em todo o território brasileiro, e em outros países vizinhos também. Só que você já parou pra pensar se existe alguma diferença ou não entre os machos e as fêmeas dessas aves, ou até mesmo se há alguma grande diferenciação entre adultos e filhotes?
Bem, vamos saber como solucionar esse mistério (pelo menos, em parte) agora, e enfim, poderemos saber um pouco como diferenciar machos e fêmeas de jandaias.
Pequenas Diferenças Entre Machos e Fêmeas
De um modo geral, machos e fêmeas de jandaias não possuem grandes diferenças, com ambos possuindo basicamente as mesmas cores de suas plumagens. Ou seja, olhando assim de relance, machos e fêmeas de toda e qualquer espécie de jandaia são idênticos. Mas, sim, há diferenças. Mesmo que poucas.
Por exemplo: a espécie denominada de periquito-de-jandaia possui certas peculiares entre os sexos que podem ser observadas bem de perto. As fêmeas possuem uma coloração castanho-clara nos olhos, tendo também um anel branco acinzentado em volta do olho. Já os machos possuem uma íris escura e um anel de coloração toda branca em volta do olho.
Nessa espécie de jandaia também há outras diferenças. Os ossos pélvicos dos machos são mais juntos do que os da fêmea. Isso você pode garantir segurando essa ave nas mãos, e sentido a região pélvica dele de maneira bem delicada. Por fim, temos o peso entre eles, que também se diferencia. Enquanto que os machos pesam cerca de 125 g, as fêmeas chegam a 140 g. Por fim, os machos, na maior parte dos casos, têm penas mais “grossas” do que as fêmeas.
Há também outra forma de identificação, que é através da chamada carúncula, que é aquela cera nasal que fica no bico das jandaias. Nos machos, a carúncula se apresenta na cor azul. Já, nas fêmeas, essa parte do corpo é rosa. A exceção fica por conta de espécies albinas, lutinas e arlequinas, onde a carúncula é de um rosa bem intenso, o que pode confundir as pessoas, achando que estão vendo uma jandaia fêmea.
No geral, essas características não se resumem somente ao periquito-de-jandaia, mas, também a outras jandaias. Com exceção da coloração dos olhos, que pode mudar de espécie para espécie, a questão dos ossos pélvicos e do peso são padrões que se repetem em outros exemplares de Psittacidae, incluindo aí a nossa conhecida jandaia.
Só lembrando que exames de DNA dão resultado 100% garantido se uma jandaia é macho ou fêmea. Mas, se você não quiser gastar nada, e pretende, ainda assim, saber qual o sexo da ave, essas dicas anteriores que demos facilitam ter, pelo menos, uma pequena noção a respeito.
Como são os Filhotes de Jandaia?
As fêmeas de jandaias colocam de 3 a 4 ovos mais ou menos. Já a incubação ocorre no período de 24 dias. Assim que nascem, é a fêmea que cuida deles, enquanto que é o macho quem tem a tarefa de alimentar a ela e aos filhotes nesse primeiro momento. Somente após 60 dias, eles estão independentes a ponto de viverem por conta própria.
Os filhotes nascem, como é comum nas aves, sem penas. Até uns 8 dias depois de nascidos, eles ainda estão sem uma plumagem típica. Após esse tempo é que suas penas começam a aparecer, começando a ficar bem semelhantes aos pais, com muitas penas de coloração verde e amarela, por exemplo.
A maior diferença, visualmente falando, é que existem muitas regiões do corpo deles com penas de cor branca, mas, que vão mudando com o passar dos dias. E, após algumas semanas, eles já estão completamente parecidos com os pais.
O amadurecimento sexual dessas aves se dá apenas com 2 anos de idade, cujo período de reprodução se dá entre janeiro e agosto. É quando o ciclo recomeça, eles terão os seus próprios filhotes, e por aí vai, dando continuidade a esses espécies tão interessantes.
Dificuldade em Identificar as Espécies de Jandaias
Além de diferenciar machos e fêmeas, uma das coisas mais complicadas quando o assunto são as jandaias, é o fato de ainda não haver um consenso claro em relação às diversas espécies e subespécies. Um bom exemplo disso é o fato dos ornitólogos discutirem se existem ou não três subespécies de jandaias em território brasileiro.
Isso porque no rio Amazonas, por exemplo, vive a que chamamos de jandaia amarela, que tem somente penas verde-azuladas nas asas e nas caudas. Porém, no Maranhão, em Pernambuco e em Goiás vive um que se chama jandaia verdadeira, que é quase toda verde, possuindo apenas parte da cabeça e o ventre laranjas. Ao passo que em Minas Gerais, temos a jandaia-de-testa-vermelha, que é verde-escura, tendo a cabeça e a barriga vermelhas.
Portanto, ainda há dúvida se esses animais citados podem ser classificados como espécies ou subespécies, algo que talvez seja melhor elucidado quando forem feitos maiores estudos a respeito dessas aves. Com uma classificação mais correta, podemos até saber melhor quem é macho e fêmea entre esses animais.
Dificuldade em Identificar o Sexo das Psittacidae em Geral
A família Psittacidae é composta por mais de 300 espécies de aves espelhadas pelo mundo. Somente aqui na América do Sul vivem mais de 100 dessas espécies, sendo que 72 delas tem o Brasil como habitat natural.
Estudos recentes mostram o quão complicado é identificar o real sexo desses animais, tanto é que os estudos precisaram usar até mesmo esteroides para verificar a diferenciação hormonal das aves, para, aí sim, saberem quem era macho ou fêmea. Nesses experimentos, em torno de 70%, deu resultado positivo no método de identificação. E, como dito anteriormente, fora isso, apenas um exame de DNA para dar 100% de certeza, ou apenas alguns poucos indícios visuais garantem identificar quem é quem.
Certo mesmo é que esses animais estão em processo contínuo de extinção, devido à caça predatória, e (claro) a destruição de seus habitats naturais. E é por isso que esses especialistas se esmeram em identificar machos de fêmeas, para garantir, muitas vezes, que espécies se reproduzam em cativeiro, e possam ficar livres de todo e qualquer perigo de extinção.