Todas as imagens que são captadas da foca-leopardo ou Hydrurga leptonyx (seu nome científico), ou “leopardo-do-mar”, nos mostram o mais belo exemplar de uma foca entre as que existem no planeta.
Elas simplesmente impressionam nas profundezas das águas geladas da Antártida, assim como nas imensidões marinha de trechos da Nova Zelândia, Terra do Fogo, Austrália, África do Sul, entre outras regiões consideradas exóticas do planeta.
Essas focas apresentam uma cor entre o cinza e o cinza-escuro (que vai clareando na região do ventre). As fêmeas costumam ser maiores do que os machos (até 3,5m de comprimento contra 3,2, e 600kg de peso contra até 400kg).
Os “tigres do mar”, como alguns as denominam, são animais de corpo avantajado, podem viver sós ou em grupos, vivem em torno de 25 anos e geralmente alimentam-se de pinguins, lulas, polvos, peixes e demais espécies marinhas de médio porte.
A família a qual pertencem é a Phocidae – a típica família das focas -, enquanto o seu gênero, Hydrurga (ou “trabalhadora do mar”), é um privilégio seu, já que é a única espécie que o compõe.
Diferentemente do que muitos imaginam, as focas-leopardo são animais bastante agressivos durante a caça – com exceção das baleias orcas (sua principal predadora natural), poucos animais marinhos lhes fazem frente.
Deitadas, comodamente, em imensos blocos de gelo, elas ganham todo um aspecto daqueles animais dóceis e inofensivos. No entanto, uma vez que têm o seu habitat invadido, elas utilizam-se, além de uma visão e audição privilegiadas, de uma mordida que pode ser fatal, e da qual um ser humano, por exemplo, não poderá opor qualquer resistência.
Algumas Características Reveladas por Imagens das Focas-Leopardo
Constantemente, pesquisadores de todo o mundo realizam incursões nas misteriosas profundezas das águas geladas da Antártida, a fim de captarem imagens de espécies, como por exemplo, as focas-leopardo. E a cada incursão uma novidade descortina-se diante dos seus olhos!
Eles descobriram, por exemplo, que durante o verão nesse continente, as focas costumam passar o maior período do dia na água, caçando as suas principais presas – essencialmente pinguins, que configuram-se como uma das suas dietas básicas.
Já no inverno, é possível observar pequenos grupos em migrações para regiões como as da Patagônia, ilhas subantárticas, Nova Zelândia, Austrália, entre outras terras congeladas. Nesses lugares, os seus hábitos alimentares mantêm-se praticamente os mesmos. Pinguins, lulas, polvos, krills, peixes, além de aves, compõem a sua dieta principal.
Com relação aos seus hábitos de caça, imagens subaquáticas das focas-leopardo mostram a sua preferência por permanecerem estrategicamente sob imensos blocos de icebergs, estrategicamente à espreita das aves que, distraidamente, pousam ali.
Quando percebem o momento certo, uma mordida feroz arrasta a vítima indefesa para a borda do bloco de gelo, onde será golpeada, ferozmente, até que esteja completamente morta.
E sobre essa ferocidade das focas-leopardo, houve um registro em 2003 – que ficou bastante famoso – de um ataque fatal dessa espécie à jornalista britânica Kirsty Brow, de 28 anos, que realizava um trabalho na Estação de Pesquisa Rothera, na Antártida.
Apesar da violência do incidente, o que mais chamou a atenção dos estudiosos foi o fato de que ataques fatais a mergulhadores não são nada comuns por parte dessas espécies. O que tem levantado várias hipóteses sobre os efeitos danosos do derretimento dos icebergs sobre o comportamento de determinadas espécies marinhas.
As Imagens da Interação Entre uma Foca-Leopardo e um Mergulhador
Foi em meio à execução de mais um trabalho para a conceituada National Geographic, que o premiado fotojornalista, Paul Nicklen, passou por uma das experiências mais curiosas de toda a sua carreira.
O autor de “Polar Obsession” ou Obsessão Polar – um livro no qual faz um apanhado de fotografias sobre toda a exuberância que presenciou nesse enigmático trecho do planeta – teve um encontro simplesmente sui generis com um exemplar de foca-leopardo durante um mergulho para produção de imagens.
Ele nos conta que, durante quatro dias, recebeu várias ofertas de pinguins por parte de uma dessas focas – como se ela o tivesse confundido com um animal indefeso que precisasse, de alguma forma, ser alimentado por ela.
Tudo começou quando ele teve que entrar na água para fazer algumas imagens subaquáticas – inclusive de focas-leopardo – a pedido da revista. Hesitante, o jornalista seguiu em direção ao formidável predador de quase 3,5 metros de comprimento e assustadores 500 quilos.
Mas o que ocorreu logo após o mergulho simplesmente ultrapassou tudo aquilo que ele esperava que acontecesse naquele dia.
Inicialmente, o animal apenas limitou-se a rondá-lo, tocar-lhe nos braços, pernas e na câmera, com curiosidade, até que, convicta de que o jornalista tratava-se de um animal doente ou indefeso nas profundezas do mar, simplesmente correu a buscar pinguins, que lhe oferecia, insistentemente, em uma das cenas mais fascinantes já vividas por ele ao longo da sua trajetória.
Uma Situação Totalmente Inesperada
O mergulhador estava simplesmente diante de um “monstro marinho”, um dos maiores e mais belos da família Phocidae, cuja abertura da boca, de tão imensa, foi capaz de conter praticamente toda a câmera em seu interior.
Como um bom profissional, apesar de trêmulo e assustado – como, aliás, ele mesmo confessou –, o fotojornalista aproveitou-se, como pôde, daquela experiência que, para ele, tornava-se um evento único naquele momento.
A oportunidade de capturar imagens de uma foca-leopardo com aquelas dimensões, assim tão de perto, não é, de maneira alguma, um evento tão banal e corriqueiro – E tão ou mais original era a situação de vê-la indo e voltando com pinguins na boca (ainda vivos), oferecendo-os, insistentemente, e soltando-os quando o mergulhador os recusava.
Mas não demorou para que surgissem inúmeras teorias sobre esse comportamento daquele animal. E a explicação mais comum foi a de que, naquele momento, diante de um mergulhador paramentado com equipamentos que o assemelhavam a um animal marinho, o instinto maternal da foca foi despertado, avisando-a que ela teria, de alguma forma, que alimentá-lo.
Já uma outra corrente afirma que a foca-leopardo apenas brincava com o mergulhador, pois, apesar de serem animais selvagens, é possível que as focas também tenham as suas personalidades particulares.
Explicações à parte, o que se sabe é que essa experiência se repetiu por quatro dias seguidos. Uma experiência que, de alguma maneira, nos faz pensar sobre a opinião de muitos indivíduos de que os animais são seres vivos com sentimentos e necessidades semelhantes às dos humanos.
E que, inclusive, por mais polêmica que essa afirmação possa parecer, possuem a capacidade de amar, ou ao menos a de sentir empatia por algo que seja estranho a eles.
Gostou desse artigo? Tem algo que queira acrescentar? Deixe a resposta na forma de um comentário, logo abaixo. E aguardem as próximas publicações do blog.
Um comentário
Pingback: Foca Leopardo Características | Mundo Ecologia