O lobo-marinho possui esse nome em virtude de emitir sons que são remetidos ao uivo de um lobo. Assim como seus “primos”, os leões-marinhos, eles são dotados de orelhas, deslocam-se apoiando-se em seus quatro membros e têm unhas nas nadadeiras frontais.
Já os outros mamíferos que pertencem à mesma superfamília, como as focas e as morsas, não possuem orelhas, precisam se arrastar (focas) ou cravar suas presas no solo puxando o corpo para a frente (morsas) para se locomover e são dotados de unhas nas nadadeiras traseiras.
Taxonomia E Origem Do Animal
O lobo-marinho é um mamífero pertencente à superfamília de mamíferos aquáticos Pinnipedia, que abarca além dos lobos-marinhos, os leões-marinhos, os elefantes-marinhos, as focas e as morsas.
Os lobos-marinhos pertencem à família Otariidae (assim como os leões-marinhos) e à subfamília Arctocephalinae. Existem nove espécies diferentes de lobos-marinhos, e essas espécies são divididas em dois gêneros distintos.
O lobo-marinho-do-norte pertence ao gênero Callorhinus, sendo a única espécie viva desse gênero e o maior entre todas as espécies de lobos-marinhos. Seu habitat natural é o norte do oceano Pacífico, o mar de Bering e o mar de Okhotsk.
As demais espécies de lobos-marinhos pertencem ao gênero Arctocephalus, que em sua maioria têm como habitat natural o hemisfério sul. Entre as espécies mais conhecidas estão o lobo-marinho-subantártico, o lobo-marinho-antártico, o lobo-marinho-de-galápagos e o lobo-marinho-sul-americano.
O fóssil mais antigo de um lobo-marinho, o Eotaria crypta, que possuía o tamanho de uma lontra, foi descoberto em uma formação rochosa com nada menos que 17 milhões de anos no início da década de 1980 na Califórnia, Estados Unidos.
Inicialmente o fóssil foi identificado como sendo de uma morsa, porém o equívoco foi esclarecido posteriormente através de novos estudos. Antes da descoberta do Eotaria crypta, os fósseis mais antigos de lobos-marinhos datavam entre dez e 12 milhões de anos.
Supõe-se que os pinípedes (animais da superfamília Pinnipedia da qual os lobos-marinhos fazem parte) evoluíram a partir de animais terrestres, assim como os cetáceos (por exemplo, as baleias e os golfinhos) e os sirênios (por exemplo, os peixes-boi e os dugongos).
Acredita-se que a família dos lobos-marinhos é descendente de animais parecidos com os ursos. O processo evolutivo fez com que os membros desses animais fossem se adaptando à vida marinha.
Sendo assim, o que antes eram as patas transformaram-se em espécies de barbatanas, ou nadadeiras, e o corpo desses animais foi adquirindo a forma alongada e fusiforme de que são dotados atualmente.
História Do Lobo-Marinho
Os lobos marinhos foram ostensivamente objetos de caça entre os séculos XVIII e XIX, praticamente sendo levados à extinção no início do século XX. Os caçadores buscavam principalmente lucrar com a venda das peles dos animais abatidos.
Muitos animais também foram mortos por pescadores, com a alegação de que eles eram os responsáveis pela diminuição da oferta de peixes.
Foi necessária a criação de um regulamento relativo às atividades de caça desses animais para que essa prática pudesse diminuir e a espécie pudesse ser salva.
Com essa regulamentação as espécies de lobos-marinhos puderam se restabelecer, e o fizeram de forma relativamente rápida.
Ainda hoje, os lobos-marinhos têm preferência por locais isolados para viverem, como ilhas rochosas dotadas de cavernas ou mesmo praias desertas, de difícil acesso para os homens.
Características
Os lobos-marinhos são dotados de um corpo uniforme e delgado. O focinho é fino e de formato alongado. Seus quatro membros são nadadeiras já que eles passam a maior parte do seu tempo dentro da água, voltando à terra firme para descansar, trocar de pelo e para se reproduzir.
É um animal carnívoro e sua dieta na natureza é composta de peixes como a anchova e a corvina; crustáceos, como os camarões; moluscos, como a lula, o mexilhão e o polvo; e de outros animais aquáticos invertebrados. Um animal adulto pode consumir entre 4 e 6% de seu próprio peso.
Costumam ter preferência por caçar próximos às suas colônias, mas devido à falta de alimento, podem seguir buscando por comida em alto-mar, ficando dessa forma mais suscetíveis a predadores, sendo que o maior predador dos lobos-marinhos é a orca.
Os lobos-marinhos vivem normalmente entre 15 e 40 anos (dependendo da espécie e do gênero – as fêmeas costumam viver mais que os machos).
Algumas espécies podem medir até 2,80 metros e pesar até quatro toneladas, sendo que as fêmeas costumam ser bem menores e menos pesadas que os machos que, dependendo da espécie, costumam pesar até três vezes mais que as fêmeas.
Sua coloração é em geral acinzentada-prateada quando são filhotes e amarronzada quando são adultos, podendo escurecer até o preto no dorso e clarear no ventre. Possuem uma camada de gordura sob a pele, que tem função de protegê-los do frio e pode ser utilizada como reserva alimentar.
Os machos costumam possuir haréns com várias fêmeas. A gestação das lobas-marinhas dura, em média, entre 11 meses e um ano e elas possuem baixa taxa de natalidade. As fêmeas chegam à maturidade sexual entre os dois e os seis anos de idade, dependendo da espécie.
Após o nascimento, o filhote fica junto à mãe por um período de 12 meses. As lobas-marinhas costumam ter bebês a cada dois anos e geralmente dão à luz a um único bebê, muito raramente a mãe pode ter gêmeos.
O período de nascimento dos filhotes é entre os meses de maio e novembro, com maior incidência de nascimentos nos meses de setembro e outubro.
Conservação das Espécies
Um dos maiores fatores que, atualmente, contribui para a vulnerabilidade das espécies de lobos-marinhos é o aquecimento global, com as alterações climáticas provocadas por ele.
Os lobos-marinhos também são suscetíveis a doenças infecciosas e epidemias. Podem ser ainda atingidos pelo derramamento de óleo de navios e, devido às atividades pesqueiras em larga escala nos ambientes em que vivem, os animais correm o risco de ficarem sem alimentos suficientes.
Outro fator negativo da pesca nos habitats naturais dos lobos-marinhos é o risco que eles correm de ficarem presos às redes de pesca ou de se emaranham em restos desses objetos que eventualmente são deixados nos oceanos.
Além disso, a poluição e o lixo dos oceanos e a invasão de seus habitats e locais de reprodução por turistas também afetam as espécies de lobos-marinhos.