O iaque (nome científico Bos grunniens) é um animal mamífero, bovino (uma vez que pertence à subfamília taxonômica Bovinae), herbívoro, peludo e encontrado em grandes altitudes (no caso, locais com planalto e colinas). Sua distribuição envolve tanto as montanhas do Himalaia, quanto o planalto do Tibete e áreas da Mongólia e China.
Pode ser domesticado, aliás, sua história de domesticação data de centenas de anos. São animais bastante populares entre as comunidades locais, na quais são utilizados como animais de carga e transporte. A carne, o leite, os pelos (ou fibras) e o couro também são aproveitados para consumo e confecção de objetos.
Neste artigo, você conhecerá outras características e informações sobre estes animais, dentre elas a sua história e origem.
Então venha conosco e boa leitura.
Constituição Física dos Iaques
Estes animais são robustos e apresentam pelos excessivamente longos e visualmente emaranhados. No entanto, o aspecto emaranhado só esta presente nas camadas exteriores, uma vez que os pelos internos se dispõem de uma forma entrelaçada e densa, ajudando a promover um bom isolamento térmico. Tal disposição entrelaçada é resultante da excreção de uma substância pegajosa através do suor.
Os pelos podem apresentar coloração negra ou marrom, no entanto, é possível que haja indivíduos domesticados que possuam pelo branco, cinza, malhado ou em outros tons.
Machos e fêmeas possuem chifres, todavia, tais estruturas são menores nas fêmeas (apresentando entre 24 a 67 centímetros de comprimento). O comprimento médio do chifre dos machos varia entre 48 a 99 centímetros.
Ambos os sexos são dotados de pescoço curto e certa curvatura sobre os ombros (a qual é ainda mais acentuada no caso dos machos).
Entre os sexos também há diferenciação em termos de altura, comprimento e pesagem. Os machos pesam, em média, entre 350 a 585 quilos; ao passo que, para as fêmeas, esta média está compreendida entre 225 a 255 quilos. Estes dados são referentes aos iaques domesticáveis, visto que, acredita-se que os iaques selvagens possam atingir a marca de 1.000 quilos (ou 1 tonelada, como preferir). Tal valor pode ser até mesmo superior em algumas literaturas.
Adaptação do Iaque a Grandes Altitudes
Poucos animais desenvolvem adaptação a grandes altitudes, tal como adaptação à gélida cadeia montanhosa do Himalaia. Os iaques estão dentro deste raro e seleto grupo.
O coração e os pulmões dos iaques são maiores do que os bovinos encontrados em áreas de baixa altitude. Os iaques também contam com maior capacidade de transporte do oxigênio através do sangue, uma vez que mantém a hemoglobina fetal ao longo da vida.
Em relação à adaptação ao frio, este requisito é obviamente preenchido pela presença de longos pelos que se emaranham na sua camada inferior. Mas, o animal também possui outros mecanismos, tal como uma farta camada de gordura subcutânea.
A adaptação à grandes altitude torna impossível e a sobrevivência destes animais em áreas de baixa altitude. Da mesma forma, poderiam sofrer exaustão em temperaturas menos baixas (tais como, a partir de 15 °C).
História do Iaque e Origem do Animal
A história evolutiva dos iaques carece de muitas informações, uma vez que análises de DNA mitocondrial do animal têm mostrado resultados inconclusivos.
No entanto, o fato de pertencer ao mesmo gênero taxonômico do boi (ou gado) é um detalhe que deve ser considerado. Existe a hipótese de que tal espécie teria divergido do gado em algum momento durante o período de 1 a 5 milhões de anos atrás.
No ano de 1766, o zoólogo, botânico, médico e taxonomista sueco Linnaeus nomeou a espécie com a terminologia Bos grunniens (ou “boi grunhido”). Todavia, atualmente, para muitas literaturas, este nome científico faz referência apenas à forma domesticada do animal, sendo a terminologia Bos mutus atribuída para a forma selvagem do iaque. Contudo, esses termos ainda são controversos, visto que muitos pesquisadores preferem tratar o iaque selvagem como uma subespécie (no caso, Bos grunniens mutus).
Para dar um ponto final à questão confusa das terminologias, no ano de 2003, a ICZN (Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica) emitiu um comunicado oficial sobre o assunto, permitindo que a terminologia Bos mutus seja atribuída à forma selvagem do ruminante.
Mesmo não tendo relação de gênero, acredita-se que o iaque possua certa familiaridade e correlação ao bisão (espécie semelhante ao búfalo, com distribuição na Europa e América do Norte).
Alimentação do Iaque
Os iaques são herbívoros ruminantes, logo possuem o estômago com mais de uma cavidade. Os ruminantes ingerem o alimento rapidamente para regurgita-lo, mastiga-lo e ingeri-lo mais uma vez. Todos os animais que entram nessa classificação possuem 4 cavidades básicas ou compartimentos, sendo elas o rúmen, retículo, omaso e abomaso.
Em comparação com o bois e vacas, o iaque possui o rúmen muito grande em relação ao omaso. Tal configuração permite que estes animais consumam grande quantidade de comida com baixa qualidade e maior aproveitamento dos nutrientes, uma vez que realiza uma digestão e/ou fermentação mais lenta.
Diariamente, os iaques consomem o equivalente a 1% do seu peso corporal, ao passo que o gado doméstico (ou boi) consome 3%.
Na dieta do iaque, estão inclusas gramas, líquen (simbiose geralmente entre fungos e algas) e outros vegetais.
Defesa do Iaque Contra Predadores
Estes animais podem recorrer ao recurso da camuflagem para despistar predadores. Todavia, este recurso só é funcional quando estão em matas escuras e mais fechadas- logo, não funcionam em áreas abertas.
Caso seja necessário uma defesa mais direta, os iaques utilizam-se dos seus chifres. Mesmo sendo animais lentos, são capazes de rebater o golpe de algum adversário.
Em meio à natureza, os predadores do iaque são o leopardo-das-neves, lobo-tibetano e urso-azul-tibetano.
Relação do Iaque com as Comunidades Locais
Iaques são domesticados para a utilização como transporte de cargas em terrenos íngremes e elevadiços, bem como para aproveitamento na agricultura (direcionando ferramentas de aragem). Curiosamente, na Ásia Central, há inclusive campeonatos esportivos com corrida de iaques domesticados, além de polo e esqui com o animal.
Esses animais também são bastante procurados para o consumo de sua carne e leite. Estruturas como os pelos (ou fibras), os chifres e até mesmo o couro também são aproveitados pelas comunidades locais.
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Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
Brittanica Escola. Iaque. Disponível em: < https://escola.britannica.com.br/artigo/iaque/482892#>;
FAO. 2 Yak Breeds. Disponível em: < http://www.fao.org/3/AD347E/ad347e06.htm>;
GYAMTSHO, P. Economy of Yak Herders. Disponível em: < http://himalaya.socanth.cam.ac.uk/collections/journals/jbs/pdf/JBS_02_01_04.pdf>;
Wikipedia in English. Domestic yak. Disponível em: < https://en.wikipedia.org/wiki/Domestic_yak>;