O dragão-de-Komodo (Varanus Komodensis) é a maior espécie de lagarto que existe no mundo, e apesar do nome eles não habitam apenas a Ilha de Komodo, mas ilhas vizinhas como a de Rinca, Motang e Padar na Indonésia.
O dragão-de-Komodo é um lagarto que pode atingir 3 metros de comprimento, com 40 centímetros de altura e pesando até 170 kg, tendo garras altamente afiadas nas quatro patas, além de possuir em sua boca inúmeras bactérias que promovem a morte certa de qualquer ser vivo que eles morderem.
O tamanho do dragão-de-Komodo sempre foi fruto de curiosidade por parte dos cientistas, que atribuíram seu elevado porte ao chamado Gigantismo Insular, devido ao fato de que nos locais onde o dragão-de-Komodo habita não haver outros répteis, o que o fez crescer sem preocupações predatórias.
No entanto, outros estudos apontam que o dragão-de-Komodo é simplesmente uma remanescência do tempo pleistoceno.
Atualmente, estima-se que em Komodo exista um número perto de 3 mil exemplares de dragões, enquanto em Rinca o número é um pouco menor, perto de 2.800, já em Motang o número fica próximo dos 100 exemplares e em Padar apenas 5 dragões.
O fato do dragão-de-Komodo ter recebido esse nome se deu através de sua saliva mortífera, que remete ao poder dos dragões em soltar fogo pelas entranhas, além do tamanho incrível do animal quando comparado com outros répteis.
Conheça a História do Dragão-de-Komodo
Até então, estudos apontavam que o Dragão-de-Komodo tinha vivido na Austrália no tempo pleistoceno, migrando para sua atual localização na Indonésia, porém, naqueles tempos, o dragão não possuía tal porte, e foi na Indonésia que eles encontraram um local sem predadores ou concorrência e então puderam viver de forma livre.
No entanto, um renomado paleontólogo chamado Scott Hocknull, encontrou fósseis na Austrália que remetiam totalmente aos atuais dragões-de-Komodo, datando cerca de 4 milhões de anos atrás, onde o mesmo afirma que o dragão-de-Komodo de 3 metros é originário da Austrália.
Hocknull também aponta que, quando o dragão migrou para a Indonésia, ele primeiramente se estabeleceu na Ilha de Flores há cerca de 900 mil anos atrás, e os fósseis encontrados em Flores nas últimas pesquisas indicam que o tamanho do dragão permaneceu estável desde então.
Outra informação que sustenta as afirmações de Hocknull são fósseis encontrados na Ilha de Timor, que fica localizada entre a Austrália e a Ilha de Flores.
Em Timor já foi registrado fósseis de um já extinto parente do dragão-de-Komodo, conhecido como Megalania.
Em entrevista para a LiveScience, Hocknull afirmou que não há muito conhecimento sobre o espaço que existe entre a Austrália e a Indonésia.
Observe na imagem a posição dos Continentes e as Ilhas:
Saiba Mais Sobre a Origem do Dragão-de-Komodo
Acredita-se que todos os répteis gigantes que habitavam a Austrália eram predadores comuns em territórios diferentes, porém, o dragão-de-Komodo habitava o Ocidente e teve mais facilidade em migrar para ilhas próximas ao Continente, convivendo assim em áreas aonde os outros predadores não chegavam.
Apesar de terem sobrevivido e hoje em dia serem os únicos exemplares de um tempo imemorável, o número de dragões tem diminuído cada vez mais, e tudo devido a intervenções humanas, que a cada dia ocupam mais seus espaços, limitando-os a alguns lugares distintos da Indonésia.
O dragão-de-Komodo demonstrou ser uma espécie altamente resistente a acontecimentos apoteóticos, até mesmo de extinções em massa, e são representantes de um passado inexpugnável, e entender seu passado garante uma perspectiva da trajetória dessa espécie que ainda vive, mesmo na presença de seres humanos.
Hocknull também acredita que os dragões deveriam ser reinseridos na Austrália, mas ao mesmo tempo teme o estrago que poderiam causar devido a falta de predadores.
Comportamento e Alimentação do Dragão-de-Komodo
O dragão-de-Komodo gosta de ser uma criatura solitária, e geralmente se aproxima de outro dragão no intuito de comer ou de lutar por uma carcaça, ou na época de reprodução.
O dragão-de-Komodo gosta de ficar sobre pedras tomando sol, assim como as iguanas, por exemplo, já que eles são lagartos e também possuem sangue-frio.
Os dragões mais jovens são mais ativos e passam grande parte do dia caçando, e é nessa fase que é possível observar dragões-de-Komodo escalando árvores, pois não estão tão pesados e grandes. Suas patas possuem grandes e fortes garras que podem até mesmo destroçar os troncos das árvores enquanto sobem.
Mesmo perto dos 160kg, o dragão-de-Komodo consegue atingir velocidades incríveis, característica de todos os répteis.
É possível observar que o dragão-de-Komodo anda de forma única, sempre balançando sua cabeça para os lados. Esse movimento ocorre para que seu sentido vomeronasal consiga identificar com maior facilidade o cheiro de carcaças ou de sangue até cerca de 8 km de distância.
O dragão-de-Komodo se alimenta de todos os tipos de animais que encontram, inclusive gados, cavalos e bois, além de seres humanos, e esse é um dos aspectos que o fazem ser caçados em determinadas regiões onde são altamente temidos.
Já houve registro de dragões que atacaram moças em seus períodos menstruais pelo simples fato de detectarem o cheiro de sangue nas comunidades em que tais moças moravam.
Informações Adicionais Sobre o Dragão-de-Komodo
Foi criado na Indonésia o Parque Nacional de Komodo, onde vários dragões são atrações, mas o intuito dessa instituição foi o de arrecadar fundos para poder proteger os poucos dragões-de-Komodo que ainda habitam as ilhas.
Os dragões, na maioria das vezes, estão babando, e nessa saliva estão presentes bactérias altamente infecciosas. Estudos demonstraram que essas bactérias são expelidas por glândulas presente nas bocas desses animais. Antigamente se acreditava que aquelas bactérias se produziam devido ao fato dos dragões se alimentarem de carniças e serem resistentes às bactérias provenientes.
O dragão-de-Komodo enxerga objetos até a 300m de distância, mas seu sentido principal é o olfato. Apesar de se refestelarem em carniças, eles também caçam, e a maioria de seus ataques são realizados com a cauda, enquanto os outros se dá através de uma mordida, onde o dragão acompanha sua vítima até ela vir a morrer.
Outra característica do dragão-de-Komodo é o fato dele simplesmente não deixar nada do que come, devorando todos os ossos e chifres que a presa tem.