A história e as origens do Basset Hound, além da sua personalidade e demais características, como não poderia ser diferente, são cercadas por algumas controvérsias bem singulares.
Porém, a versão mais aceita dá conta de que o animal possui origens na França (daí a raiz do seu nome: “bas” = anão), criado para ser um exímio cão de caça (um “sabujo”) com pernas atarracadas, bastante disposto e praticamente imbatível quando o assunto é correr atrás de animais de pequeno porte.
O que se diz é que para a caça de lebres, coelhos, entre outras espécies de logomorfos, os Basset Hounds são praticamente imbatíveis.
Isso porque eles constam em praticamente todas as listas dos 10 melhores cães farejadores do mundo, nada devendo aos Pastores-Alemães, Golden Retriever, ao Cão-de-Santo-Humberto, entre outras raças que têm no faro a sua principal característica.
Como não é nenhuma novidade dentro dessa comunidade dos canídeos, as origens do Basset Hound também são envoltas em um grande mistério.
Há quem afirme que eles seriam o resultado da dedicação de monges (ou abades) belgas, da cidade de Saint Hubert, que por volta do séc. XVI decidiram iniciar uma série de processos de cruzamentos com o objetivo de produzir um cão de caça com pernas curtas, que pudesse realizar bem essa função, e ainda acompanhar sempre de perto a equipe.
Há quem garanta, também, que, durante esses processos, o objetivo foi o de garantir que o cão desenvolvesse uma estrutura corporal que o mantivesse sempre rente ao chão, facilitando o farejamento de presas, e permitindo que ele enveredasse pelos ambientes mais improváveis e desafiadores na caça de uma boa presa.
Como a História do Basset Hound Define a sua Personalidade
Consta que algumas raças “anãs” (e de “cães sabujos”) tiveram que ser utilizadas durante esse processo de constituição dos cães Basset Hounds.
O Basset Artesiano Normando, o Cão-de-Santo-Humberto, o Dachshund, o Bloodhound, entre outras raças que são consideradas caçadoras por natureza, ao que tudo indica estão entre as que foram utilizadas.
Mas, de acordo com alguns especialistas da raça, foi a partir do cruzamento com os singulares Cães-de-Santo-Humberto, por volta dos anos 30, que esses cães Bassets constituíram-se com as características que hoje conhecemos; isso porque este foi o responsável por “dar mais corpo” à raça – mas sem, no entanto, tirar-lhe as características de pernas curtas e um bom faro.
Obviamente, não demoraria para que os Bassets fossem reconhecidos pela American Kennel Club (AKC), por volta de 1935. E a partir daí, finalmente categorizados como uma “raça sabuja” (ou caçadora”) e sujeita a padrões rigorosíssimos – na falta dos quais as suas origens podem ser determinantemente rejeitadas.
O Temperamento do Basset Hound
Além da história e das origens do Basset Hound , cabe aqui chamarmos a atenção, também, para as principais características psicológicas desse típico animal de caça, que, como não é nenhuma novidade nesse universo da família Canidae, tornou-se um típico cão de companhia apreciado nos quatro cantos do mundo.
E as principais características do seu temperamento são a docilidade, a paciência e a resignação, inclusive no trato com as crianças, que costumam fazê-los de “gato e sapato” sem que haja qualquer tipo de indignação por parte dos resignados animais.
Outra curiosidade acerca dos Basset Hounds é a sua inconfundível preguiça!
O que se diz é que poucos cães se igualam a eles quando o assunto é preguiça; e se tiverem à disposição um bom sofá, um conjunto de almofadas macias, água e uma ração de qualidade, não precisarão de absolutamente mais nada para se considerarem os cães mais sortudos e felizes do mundo.
No entanto, recomenda-se não confundir essa preguiça dos Basset Hounds com pouco apreço a companhia e a atividades físicas.
Longe disso!
Pois saiba que essa é uma daquelas raças que não toleram, em hipótese alguma, longos períodos de solidão, sendo capazes, inclusive, de desenvolver a famigerada Síndrome de Ansiedade de Separação, que consiste em uma série de manifestações físicas e psicológicas como o resultado de um longo período de abandono.
O que parece ser um consenso na comunidade científica é o fato de que o Basset Hound não é dos mais afeitos a atividades físicas; há inclusive estudos que indicam que ele está entre os que menos exigem atividades diárias – e entre os que menos respondem a estímulos externos.
Portanto, se o seu objetivo é ter um parceiro para todas as horas, talvez seja melhor escolher outra raça, pois, definitivamente, os Basset Hounds pertencem àquela comunidade dos chamados “cães de apartamento”; aqueles que funcionam bem como excelentes companhias, com poucas exigências de atenção e uma predisposição nata ao silêncio e à quietude.
Uma Raça Bastante Sociável!
À parte a história e as origens do Basset Hound, o que chama bastante a atenção nele também é a sua personalidade. Isso porque chega a ser comovente a forma pacífica e ordeira com que eles se relacionam com crianças, outros cães, e até mesmo com gatos – por mais inacreditável que isso possa parecer.
O que a maioria dos criadores da raça afirma é que o Basset caracteriza-se, entre outras coisas, por ser um dos cães mais sociáveis de que se tem conhecimento. E até mesmo a presença de outros machos nenhum transtorno pode causar ao convívio familiar, como uma das características mais marcantes dessa raça.
Outra peculiaridade que pode ser observada nesse animal diz respeito à sua tendência (bastante comum em algumas raças, diga-se de passagem) de escolher um dos membros da família para ser o seu preferido.
Porém sem ser inconveniente!
Nada que se assemelhe a um Labrador, a um Golden Retriever, a um Border Collie, entre outras raças que exigem, mais do que carinho, uma boa dose de paciência e resignação dos seus donos.
Os interessados em adotar essa raça também deverão saber que aqui estamos falando de um dos cães mais teimosos dessa comunidade dos canídeos; na verdade o que se diz é que até mesmo um profissional terá dificuldades de introduzir o adestramento à rotina desse cão.
Ele irá fingir-se de surdo, testar a sua paciência e autoridade, insistir até que você desista…
Portanto, a dica dada pela maioria dos especialistas é fazer com que, desde filhote, uma relação de autoridade seja estabelecida entre você e o seu cão; inclusive com relação à administração de água, comida e à satisfação das suas necessidades fisiológicas.
Porém, atendidas essas necessidades (e essas peculiaridades da raça), de acordo com os seus admiradores, o que você terá em casa é um típico cão de companhia, bastante afeito a longas caminhadas, além de dócil, paciente e carinhoso como poucas raças conseguem ser.
E ainda com outras características considerada únicas, de uma das raças de pequeno porte mais apreciadas na atualidade. E sem dúvida uma das mais exóticas dentro dessa não menos exótica e singular comunidade dos canídeos.
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