Como a maioria dos canídeos selvagens, os coiotes possuem hábitos bem interessantes de serem observados. Uma de suas características mais peculiares é a respeito do habitat onde vivem, um dos assuntos que abordaremos melhor no texto a seguir.
Visão Geral dos Coiotes
O coiote, cujo nome científico é Canis latrans, é um canídeo que possui como característica comportamental mais marcante viver sozinho, e não em bandos, como acontece com os lobos, por exemplo. No entanto, muito ocasionalmente, os coiotes podem formar pequenas matilhas. A própria palavra coiote vem do Nahuatl, uma antiga língua pertencente ao povo asteca.
Em termos físicos, ele tem caudas vastas e um pouco densas. O nariz é delgado, e as orelhas são enormes, em formato de ponta. Aparentemente, o coiote é bem semelhante ao lobo, no entanto, é menor e mais esguio do que este, além de possuir orelhas mais compridas, proporcionalmente falando.
Os coiotes podem medir um pouco mais do que 1 metro de comprimento, mais ou menos, com um peso que pode variar entre 9 e 16kg. Muito frequentemente, as fêmeas desses canídeos têm um tamanho mais reduzido.
Já em se tratando de pelugem, esses animais podem ser encontrados tanto na cor cinza, quanto na cor marrom, com suas caudas, pernas, costas e cabeça possuindo um tom mais avermelhado. O porte médio do coiote permite a ele atravessar distâncias muito longas a uma velocidade que pode chegar a 48 km/h.
São 45 dentes em sua boca, onde o maxilar é robusto. Essa característica ajuda bastante na hora de abocanhar as suas presas, que são, preferencialmente, coelhos, veados, alces, pássaros, cobras, lagartos, peixes, ovelhas, bezerros e até mesmo carniça. Eventualmente, contudo, eles se alimentam de frutas e gramas.
Habitat dos Coiotes
Em se tratando de habitats naturais, podemos dizer que os coiotes vivem somente nas Américas do Norte e Central, mais precisamente, no Leste do Alasca, na região ocidental canadense, em boa parte do oeste dos EUA, e, por fim, em toda a América Central. A grande vantagem desse animal é que ele não possui a mínima dificuldade em se adaptar a qualquer ambiente que seja.
São encontrados, especialmente, em desertos, florestas, montanhas, planícies e regiões com clima tropical, mostrando claramente a sua diversidade em se acomodarem em lugares de climas bem diferentes um do outro.
Inclusive, muitos coiotes estão sendo vistos ultimamente em áreas urbanas, justamente devido à perda de muitos dos seus habitats naturais, fazendo com que até a sua alimentação sofra modificações, já que muitos acabam tendo até mesmo que comerem ratos que se encontram em lixos espelhados pelas cidades.
Comportamento Padrão dos Coiotes
Assim como muitos outros canídeos, o coiote marca o seu território através da própria urina. Ela, por sinal, tem um cheiro muito forte e característico, o que garante que a demarcação seja feita com muito sucesso.
Já em se tratando de comportamentos sociais, os coiotes gostam mesmo é de ficarem sós, ou, no máximo, em pares monogâmicos, unindo-se durante a vida toda, em algumas ocasiões. Mas, com certa frequência, alguns espécimes podem viver em grupos muito pequenos, com cerca de seis membros no máximo, o que acaba gerando lutas bem agressivas pela liderança do bando. Chega ao ponto de alguns membros serem expulsos do grupo.
A comunicação entre coiotes se dá basicamente por uivos bastante agudos, e com uma sonoridade bem característica. Já, em se tratando de expectativa de vida, os coiotes podem viver até os 14 anos de idade, e mesmo que a caça predatória tenha matado muitos espécimes ao longo dos anos, a população desses animais está crescendo exponencialmente. Em geral, a caça das pessoas aos coiotes é motivada pelo fato deles atacarem fazendas e quintais, afetando a criação de animais e as plantações do local.
Reprodução
Demora de dois a três meses para que um macho possa, enfim, conquistar uma fêmea, e começarem a acasalar, o que se dá, em geral, no mês de fevereiro. Inclusive, quem sempre toma essa decisão é a fêmea. O período de sua gestação dura em torno de 60 dias, no máximo. A partir do momento em que chega a primavera, ela se recolhe à sua toca, dando à luz a 6 filhotes em média, podendo chegar, no entanto, a ter 12 filhotes em algumas ocasiões.
Os pequenos coiotes são alimentados pela mãe, pelo pai e também (caso tenham) pelos irmãos mais velhos que permanecem no grupo. Somente depois de 10 semanas, mais ou menos, os filhotes saem das tocas, e começam o seu processo de socialização. Não à toa que o habitat natural do coiote é variado, já que esse processo reprodutivo pode se dar muito bem em qualquer ambiente, contanto que a família esteja devidamente protegida em tocas.
Os coiotes adultos são diretamente responsáveis pelo treinamento de caça, um processo que pode durar cerca de 9 meses até que os aprendizes estejam prontos para caçar por conta própria, e serem independentes. A maturidade sexual dos coiotes se dá com aproximadamente 1 ano de idade.
Interessante notar ainda que alguns indivíduos acabam optando entre duas escolhas: ou formam sua própria família perto da casa dos pais, ou simplesmente escolhem ficar com outro grupo que esteja nas redondezas.
Huehuecoyotl: a Mitologia Asteca em Torno do Coiote
Não à toa, o nome coiote veio de uma forma linguística asteca, já que entre esse povo reinava o mitos e lendas envolvendo esse animal. O principal mito diz respeito a Huehuecoyotl, conhecido como “Velho Coiote”, e que era considerado como ninguém menos do que o deus asteca da dança, da música, da trapaça e do sexo. Em geral, esse deus era representado como sendo um coiote vermelho, com pés e mãos humanas, e ainda dotado de penas verdes.
Inclusive, interessante notar que Huehuecoyotl, segundo os astecas, podia ser tão cruel quanto amigável com os humanos a depender das circunstâncias. Isso faz desse mito uma versão bem próxima do Yin e Yang que o povo asteca tinha na época.
E, por enquanto é só. Esperamos que tenham gostado de conhecer um pouco mais a respeito desse peculiar canídeo, em especial, os locais onde vive e seus comportamentos mais básicos.