Pertencentes à família Pelecanidae, os pelicanos são aves aquáticas que possuem um grande bico e uma enorme bolsa na garganta, cuja função é drenar água da presa capturada antes de engoli-la. Normalmente, esses animais têm penas brancas, mas também podem ter uma penugem preta, cinza, castanha e até mesmo com um tom rosado. Tanto sua pele quanto sua bolsa e seu bico ficam com tonalidades vivas em seu período reprodutivo. Esses animais também são muito ligados à cultura cristã.
Esses pássaros gostam de ficar nas águas costeiras e, normalmente, costumam capturar peixes para se alimentar. Gostam de viajar em bandos e costumam caçar de forma cooperativa. Das oito espécies de pelicanos, quatro deles gostam de construir seus ninhos no chão e as outras quatro preferem se aninhar nas árvores.
Significado do Nome
O primeiro a citar o termo Pelecanus foi o antigo botânico Carolus Linnaeus (1707-1778) em 1758, na décima edição de seu livro Systema Naturae. Ele citou coisas como o fato desse pássaro ter um bico reto com uma ponta em formato de gancho; ele também citou as narinas lineares e as membranas interdigitais em todos os dedos de seus pés. Todas as características notadas por Linnaeus também foram listadas em corvos-marinhos e aves sulídeas.
O termo citado por Linnaeus vem do grego pelekan e isso é derivado do também vocábulo grego pelekys, cujo significado é “machado”. Naquela época, essa palavra era essa usada para identificar pelicanos e pica-paus.
Espécies Vivas
Os oito tipos de pelicanos que ainda não foram extintos estão separados em dois grupos: um deles representa as aves que gostam de se aninhar no solo e que têm plumagem branca na fase adulta (pelicano-banco-americano, pelicano-comum, pelicano-australiano e pelicano-crespo). Por sua vez, o outro grupo engloba as aves de pele castanha ou cinza que normalmente constroem seus ninhos nas árvores (pelicano-pardo, pelicano-cinzento e pelicano-de-bico-pintado) ou então nos rochedos praianos (pelicano-peruano).
Genética dos Pelicanos
A sequência genética, tanto do DNA nuclear quanto do DNA mitocondrial mostrou resultados bem diferentes: as três espécies do Novo Mundo (continente americano) formam o grupo a que pertencem o pelicano-branco-americano, o pelicano-pardo e o pelicano do Peru; as espécies do Velho Mundo (África e Eurásia), por sua vez, compõem outro tipo de linhagem na qual estão os outros pelicanos.
Essa mesma pesquisa genética mostra que o pelicano de linhagem oriental que mais lembra os ocidentais é o pelicano-australiano. O pelicano-comum, que pertence ao grupo do Velho Mundo, foi o primeiro a se diferenciar do ancestral comum dos quatro outros pássaros.
Tem se dispersado pelas Américas a ideia de que os pelicanos ocidentais evoluíram de seus antepassados orientais. Além disso, acredita-se que a preferência por fazer ninhos em árvores ou no solo está mais relacionada ao tamanho do pássaro do que ao DNA ou algo parecido.
Descrição Física
Os pelicanos são pássaros aquáticos que possuem bicos longos que se notabilizam por uma curva em forma de gancho ao final de seus maxilares; tudo isso alinhado a uma grande bolsa abaixo de sua mandíbula. O local inferior do bico desse animal possui ramos delgados e seus músculos linguais detém uma flexibilidade que possibilita a criação de uma bolsa em forma de cesta. Essa habilidade é muito útil para que o pelicano consiga captar água e também pescar os seus peixes.
A língua desses animais é bem pequena, mas nada que os atrapalhe na hora de engolir os peixes. Uma das marcas inconfundíveis do pelicano é o seu pescoço longilíneo; além disso, esse animal possui pequenas pernas robustas e pés avantajados. Mesmo possuindo um dos maiores índices de massa corporal entre as aves, os pelicanos não pesam tanto. Tanto a estrutura de seus ossos quantos os sacos de ar lhes ajudam a voar na água e a flutuar. Sua cauda tem formato quadrado e curto.
Esses animais têm asas feitas de um jeito próprio para o voo, pois são perfeitas para atingirem às alturas e depois para planar. Vale ressaltar que os pelicanos possuem de 30 a 35 penas secundárias de voo, uma quantidade bem maior que a média dos outros pássaros.
As fêmeas são menores que os machos e não possuem bicos tão longos quanto os deles. Com relação ao pelicano-pardo, menor entre todos os pelicanos, seus indivíduos de menor estatura não ultrapassam 2,75 kg e 1,06 m de comprimento, geralmente com envergadura de 1,83 m.
Já o maior de todos, o pelicano-crespo, ultrapassa a marca dos 15 kg e chega a 1,83 m de comprimento. A envergadura máxima dessa ave é de 3 metros. Com relação ao maior bico, quem ganha essa disputa é o pelicano-australiano, com mais de 5 m de comprimento nos machos da espécie.
Os pelicanos costumam ter tonalidade clara em sua plumagem, com exceção do pelicano-marrom e do peruano. Tanto as bolsas quanto a pele nua de todas as espécies ficam com mais brilho antes do começo da estação de reprodução. A bolsa de garganta do pelicano-marrom ganha um tom vermelho cintilante e, após os ovos serem postos, essa cor desbota e fica amarelada. Por sua vez, a bolsa da garganta do pelicano-peruano ganha uma coloração azul nesse mesmo período.
Quanto ao pelicano-branco-americano, uma protuberância aparece em cima de seu bico e só desaparece depois da época em que as fêmeas põem os ovos. A plumagem dos pelicanos imaturos é mais escura que a dos adultos. Os filhotes recém-nascidos são rosados e nascem sem pelos, mas escurecem para cinza ou preto entre 4 e 14 dias, e desenvolvem uma cobertura de penas que varia entre o branco e o cinza.
Locais de Moradia
Os oito tipos de pelicanos vivos estão distribuídos pelo planeta de forma irregular, em locais que vão desde os trópicos até lugares de clima temperado. Essas aves são quase inexistentes na América do Sul, ao redor do oceano aberto e nas regiões polares. Com exceção da Antártida, os pelicanos podem habitar todos os continentes do planeta.
O relacionamento entre pelicanos e homens não é dos melhores. Essas aves foram alvo de caçadores por causa da acirrada concorrência que produziam com os pescadores recreativos e comerciais. Como muitos de seus habitats foram destruídos pela poluição e pelo estresse ambiental, muitaas populações de pelicanos caíram muito. Por causa disso, algumas espécies dessas aves se tornaram alvos de ações de conservação.
A National Audubon Society afirma que a população de pelicanos-pardos conta com aproximadamente 300000 indivíduos. Por causa do uso exagerado do DDT, essa espécie dos pelicanos sofreu uma diminuição brusca em suas populações nas décadas de 1950 e 1960. Na década de 1970, este animal esteve ameaçado de extinção. Como os Estados Unidos passaram a limitar o uso do veneno DDT desde 1972, esses pelicanos voltaram a se multiplicar e não correm mais risco de extinção desde 2009.