Entende-se por mariscos, os conhecidos frutos do mar. Nesta ampla classificação estão presentes as espécies pertencentes ao filo dos moluscos e ao subfilo dos crustáceos (cujo filo é Arthropoda).
Alguns dos representantes mais famosos incluem os camarões, ostras, bivalves, polvos, caranguejos, siris, lagostas, caramujos, lulas, caracóis e mexilhão.
São bastante apreciados dentro da culinária, além de contarem com a presença das vitaminas B1 e B2, além dos minerais Magnésio, Cálcio, Selênio, Iodo; e, é claro de ômega 3 e 6. Os mariscos também representam um grande potencial econômico para as comunidades locais. Mexilhões e ostras também representam uma importância ecológica significativa, uma vez que naturalmente realizam a filtragem da água, e, com isso, podem remover metais pesados e substâncias tóxicas- atuando também como bioindicadores.
Neste artigo, você conhecerá um pouco mais sobre esses animais, através de informações como as características físicas; hábitat e comportamento; assim como importância nutricional e econômica.
Então venha conosco e boa leitura.
Crustáceos: Características Gerais
Os crustáceos respiram através de brânquias posicionadas no apêndice do tórax. Além da atuação das brânquias, ainda são capazes de absorver o oxigênio contido na água e levá-lo até as células (através do sangue).
Em relação ao padrão reprodutivo, há duas possibilidades: fecundação externa ou desenvolvimento indireto. É usual que os ovos sejam germinados no abdômen das fêmeas, sendo posteriormente liberados livres quando a larva já está minimamente desenvolvida.
Crustáceos possuem uma peculiaridade um tanto quanto intrigante: sua capacidade de regeneração. É comum que quando os caranguejos perdem suas patas, regenerem uma nova pata em seguida.
Moluscos: Características Gerais
Os moluscos, tal como o próprio nome faz uma espécie de alusão, são animais de corpo mole e que precisam do auxílio de uma concha para protegê-los contra baques e desidratação.
Os polvos são os únicos moluscos que não possuem concha, e tal estrutura está presente até mesmo nas lulas (embora com a particularidade da ser concha interna, neste caso). Falando em polvos, estes possuem 3 corações e um centro nervoso posicionado no meio dos olhos do animal.
Curiosamente, existem moluscos terrestres (encontrados em superfícies úmidas) e moluscos aquáticos.
Em razão de certa diferença de hábitat, também existe diferença nas modalidades respiratórias. Moluscos aquáticos possuem respiração branquial; moluscos terrestres possuem respiração pulmonar; e lesmas apresentam respiração cutânea.
A reprodução dos moluscos sempre é na modalidade sexuada, podendo acontecer por fecundação externa ou interna.
Na fecundação externa, os espermatozoides e óvulos são liberados na água; ao passo que na fecundação interna os espermatozoides são colocados diretamente no interior das fêmeas.
Hábitat do Marisco: Onde Eles Vivem?
O hábitat dos mariscos é o ambiente aquático, nele compreendidos os rios de água doce e os mares de água salgada (ou até mesmo oceanos- como é o caso dos polvos e lulas). Alguns mariscos podem ser facilmente visualizados em zonas litorâneas, bem como nos estuários dos rios.
No caso dos moluscos, estes podem ser visualizados desde zonas de marés até profundidades de até 8 mil metros (logicamente, considerando a diversidade de espécies). Os bivalves, por exemplo, normalmente vivem apoiados a um substrato.
Ainda em relação aos bivalves, estes se concentram mais intensamente na área entre marés até 1 metro de profundidade (valor médio)- embora, certos exemplares já tenham sido registrados em 30 metros de profundidade.
Cultivo de Mariscos e Desafios da Aquicultura
A criação de mariscos pode assumir nomes específicos de acordo com as espécies envolvidas.
O cultivo de moluscos de modo geral é chamado de malacocultura, por exemplo. Chama-se de mitilicultura, o cultivo de mexilhões. Para o cultivo de ostras, o nome adotado é de ostreicultura; e pectinicultura é o nome empregado para designar o cultivo de vieira.
A aquicultura (também chamada de agricultura aquática) é um dos setores de alimento que mais cresce no mundo. Todavia, a grande demanda esbarra na necessidade desenvolver o setor respeitando princípios de sustentabilidade que visem a preservação das espécies.
De acordo com a Organização das Nações Unidas de Agricultura e Alimentos (FAO), ao todo existem aproximadamente 580 espécies aquáticas cultivadas. A maioria desses cultivos é realizada por pela comunidade local (com menos recursos financeiros) de países em desenvolvimento. Neste espectro de espécies estão inclusos tanto mariscos, quanto peixes e até mesmo plantas aquáticas.
Conhecendo Alguns Mariscos: os Bivalves
Os bivalves são considerados os mariscos mais abundantes e mais representativos do título. Ao todo, são aproximadamente 20.000 espécies de moluscos bivalves.
Possuem concha formada por duas valvas, as quais estão unidas entre si ao nível dorsal através de um ligamento. O corpo basicamente está dividido em 4 regiões, sendo elas a cabeça, o pé (bastante muscular), o saco visceral e o manto. No entanto, também abriga outras estruturas, tais como os sifões inalantes e exalantes, os quais proporcionam a entrada e saída de água, bem como trazem o oxigênio depois de ser absorvido através do mecanismo de difusão direta.
Os bivalves podem formar populações densas nos costões rochosos marinhos, uma vez que a maioria das espécies é classificada como bentônica. A fixação ao substrato ocorre através de uma segregação fibrosa, chamada de bisso.
Existem espécies que vivem e, neste caso, o deslocamento ocorre através da propulsão obtida expulsando água sob pressão.
Não são encontrados em ambientes apenas de água salgada, como também água doce e salobra.
Consumo de Mariscos e Benefícios Nutricionais
Além das vitaminas e minerais citados na introdução deste artigo, cada marisco também apresenta a sua composição nutricional específica e, com isso, benefícios peculiares.
O camarão, por exemplo, possui baixo teor de calorias e gordura em geral (embora a sua taxa de colesterol seja um pouco elevada). No camarão, também estão presentes os minerais Iodo, Selênio e Zinco; além da vitamina B6. Entre os benefícios nutricionais estão o auxílio ao bom funcionamento da tireoide, bem como o fortalecimento do sistema imunológico.
No caso das lagostas, estas são ricas em vitamina E, vitaminas do Complexo B; assim como nos minerais Selênio e Iodo. Seus benefícios incluem a proteção das células contra a ação dos radicais livres.
Os mexilhões contem uma grande quantidade de minerais, dentre eles o Iodo, Zinco e Selênio. Em relação às vitaminas, há uma grande concentração das vitaminas do complexo B (principalmente do Ácido Fólico e Vitamina B12).
As ostras são excelentes na melhora do humor, bem como na regulação dos níveis de estresse e redução. Possuem uma grande concentração de ômega 3, Cálcio e Zinco. As vitaminas C, B12 e A também estão presentes.
Depois de conhecer um pouco mais sobre os mariscos, que tal dar uma passadinha também em outros artigos?
Sim, aqui há muito material nos campos da zoologia e botânica; e tenho certeza que você vai encontrar por aqui outros temas de seu interesse.
Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
Ache Tudo e Região. Marisco. Disponível em: < https://www.achetudoeregiao.com.br/animais/marisco.htm>;
ALVES, M. Agro 20. Frutos do mar: moluscos e crustáceos são os mariscos usados na culinária. Disponível em: < https://agro20.com.br/frutos-do-mar/>;
Q.I. Educação. Filo Mollusca- Classe Bivalvia. Disponível em: < https://www.qieducacao.com/2013/04/filo-mollusca-classe-bivalvia.html>;
Simbiotica. Classe Bivalvia. Disponível em: < http://simbiotica.org/bivalvia.htm>;
Wikipédia. Bivalvia. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Bivalvia>.