Com o nome científico de Hippopotamus amphibius, o hipopótamo é um animal da África Subsariana. Ele é um mamífero, possui dieta herbívora e pertence a família Hippopotamidae. O nome desse grande animal significa “cavalo do rio”. Mesmo sendo fisicamente parecido com os porcos, esse animal tinha parentesco com o grupo dos cetáceos (golfinhos, baleias, entre outros), mas já se “separou” dessa família há mais de 55 milhões de anos.
Uma curiosidade sobre esse mamífero gigante é que seu fóssil mais velho tem cerca de 16 milhões de anos. Quando esse fóssil foi encontrado, lhe atribuíram nomes como peixe-cavalo e cavalo-marinho.
Principais Características
Além de ser muito grande, o hipopótamo tem como marcas registradas um corpo praticamente sem pelos, uma grande capacidade para abrir a boca e mostrar seus dentes caninos, um torso que tem formato de barril e uma pata que tem formato de coluna. Cada pata desse animal tem quatro dedos, todos eles com seus respectivos cascos.
Com relação ao peso, esse mamífero é o terceiro maior animal terrestre e sua massa corporal varia de 500 até 3000 quilos. Os únicos que superam esse peso são os elefantes, os rinocerontes-indianos e os rinocerontes brancos.
O hipopótamo é um animal herbívoro e seu estômago não foi feito para consumir carne. O hipopótamo só consome esse tipo de coisa em casos de muita necessidade. Normalmente, eles consomem aproximadamente 68 kg de ervas por noite. Essa refeição pode durar de 4 a 5 horas.
O hipopótamo tem um 1,5 metro de altura e 3,5 m de comprimento. Apesar de ser um animal pesado e gigante, pode ganhar de um ser humano na corrida com certa facilidade: um pique desse herbívoro pode atingir 30 km/h em uma distância curta. Como esse animal é imprevisível e muito agressivo, ele entra na lista dos animais mais perigosos da África.
O hipopótamo corre sério risco de extinção, pois é muito explorado pelo ser humano. Tanto sua dentição canina de marfim quanto sua pele se tornaram alvos dos caçadores. Além disso, os habitats naturais dos hipopótamos estão se deteriorando devido à devastação e a exploração.
Comportamento
Como o hipopótamo é semiaquático, ele gosta de viver nas margens dos pântanos mangais, dos lagos e dos rios. Nesses lugares, os hipopótamos formam grupos que variam entre cinco e 30 indivíduos, normalmente com apenas um macho, que é o líder do grupo, e o restante composto por fêmeas e filhotes. Grande e pesado, esse animal possui um estilo de vida sedentário.
No período diurno, esses animais refrescam o corpo na lama ou na água. Eles gostam tanto desse tipo de ambiente que tanto seus acasalamentos quanto seus partos ocorrem na água. Apesar ficarem bem próximos quando estão nadando, na hora de pastarem, eles preferem ficar sozinhos. O hipopótamo não costuma ser territorial quando está em terra seca.
Quando chegam à fase adulta, os hipopótamos podem atingir uma velocidade de até 8km/h dentro da água. Eles costumam ficar submersos por cinco minutos e depois disso sobem para respirar. Mesmo que o hipopótamo durma dentro da água, seu corpo emerge e respira sem que ele acorde. Quando esses animais mergulham, costumam fechar as suas narinas de forma simultânea.
Troca de Favores
Caso precisem se livrar dos parasitas que ficam grudados em seu corpo, os hipopótamos vão para as assim chamadas estações de limpeza. É nesses locais que vivem os peixes que se alimentam desses parasitas que infernizam os gigantes herbívoros. Numa troca de favores mútua, os peixes se alimentam ao mesmo tempo em que os hipopótamos se limpam e se aliviam.
História e Habitação
O hipopótamo se espalhou pelo Norte da África e pela Europa há pelo menos 30000 anos. Há 3000 anos, esse animal era muito comum no Rio Nilo (Egito), porém, acabou sendo extinto. O naturalista (botânico) do Império Romano, Plínio, o Velho, dizia que o melhor lugar para capturar esse animal era a extinta cidade egípcia de Saís. No ano de 639, ele também podia ser encontrado na cidade egípcia de Damieta.
Atualmente, os hipopótamos podem ser encontrados nos rios e lagos de países como a Tanzânia, o Quênia, o Sudão, a Etiópia, a Somália, o Sudão e Uganda. Além disso, podem ser vistos também na República Democrática do Congo, na África do Sul e em Gâmbia. Em condições adequadas, esses animais podem viver tanto nas áreas florestais quanto nas Savanas.
Gigante em Perigo
Como o hipopótamo se tornou um alvo dos caçadores ilegais na África, foi tratado como espécie vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN). Essa medida foi tomada em maio de 2006.
No ano de 2006, o continente africano tinha uma população que variava entre 125000 e 150000 hipopótamos. Isso representa um declínio que pode variar entre os 7% e os 20% desde que a UICN tinha feito um estudo sobre esses animais em 1996. Os países que detém as maiores populações de hipopótamos são a Zâmbia, com 40000 e a Tanzânia, com uma população que varia entre os 20000 e os 30000.
Em países como o Congo, a situação é ainda mais grave. Os congoleses tinham uma população de 29000 hipopótamos em 1970 (todos alojados no parque nacional de Virunga) e agora possuem aproximadamente 900 hipopótamos. Essa queda brusca é atribuída às consequências da Segunda Guerra do Congo, que causou muitos prejuízos à população. Acredita-se que o motivo dessa caçada desenfreada seja a crença de que os hipopótamos prejudicam o ser humano, especialmente nas plantações agrícolas. Outro ponto que colabora para isso são os ganhos financeiros que a caçada ilegal traz para quem a pratica.
Vender carne de hipopótamo é crime, porém, os guardas de Virunga têm muitas dificuldades para controlar esse tipo de comércio. Em alguns lugares da África Central, a carne desse animal é vista como uma iguaria. Além dessa venda ilegal de carne, ainda existe outro problema: como os caninos inferiores desse animal, contando com a raiz, podem ter dimensões de um metro e pesarem até três quilos, os dentes do hipopótamo são vistos pelos caçadores como substitutos ideais dos marfins dos elefantes. Para o azar desses animais, os africanos também gostam de usar a pele do hipopótamo para produzir correias de cavalo-marinho.