Uma das principais características do Gorilla gorilla diehli (o nome científico do Gorila-do-rio-cross), como essas fotos nos mostram, é o fato de ser ele uma verdadeira força da natureza – mas também o fato de estar entre as 25 espécies de primatas que mais correm risco de extinção no mundo.
Na verdade, dentro dessa ordem de animais, ele é o mais difícil de ser encontrado. E é também uma subespécie do não menos exuberante Gorilla Ocidental (Gorilla gorilla) e parente próximo do Gorila-da-planície-ocidental (o Gorilla gorilla gorilla).
Assim, eles formam uma das comunidades mais vigorosas e impressionantes a habitar as magníficas selvas e florestas tropicais e subtropicais da África; mais especificamente da Nigéria e da República dos Camarões.
Para se ter uma ideia da raridade desse animal, somente em meados dos anos 20 eles foram, enfim, descobertos pelo naturalista alemão Paul Matschie. Mas ainda assim sem chamar muito a atenção da comunidade científica, que à época não se dedicou a estudar mais a fundo as características desse animal.
Estudos mais recentes trataram de fazer algumas distinções entre o Gorila-do-rio-cross e o seu parente mais próximo, o Gorila-da-planície-ocidental; e o que eles descobriram – além das diferenças de nome científico e outras características como essas que vemos nas fotos abaixo – dizem respeito à sua constituição física.
Eles, por exemplo, têm a abóbada craniana bem menos desenvolvida, dentição bem mais discreta, um palato diminuto e um crânio mais curto.
Além disso, apresentam mãos e pés mais acanhados (em relação ao da planície), olhos amarronzados e a tendência a desenvolverem uma faixa de pelagem meio acinzentada em seu dorso à medida que vão ficando mais velhos.
Gorila-do-Rio-Cross: Características, Biologia, Nome Científico e Fotos
A altura de uma imponência como essa costuma oscilar entre 1,65 e 1,75 m. Já o peso desse animal varia entre 150 e 200 kg (nos machos). Enquanto as fêmeas dificilmente ultrapassam 1,3 ou 1,4 m de altura e 100 kg de peso.
Quanto à alimentação desses primatas, o que se sabe é que ela é composta basicamente por frutas. No entanto, eles não farão a menor cerimônia em incorporar às suas dietas todo o tipo de broto, ervas, folhas, cascas de árvores e sementes; principalmente quando há escassez da sua refeição favorita (as frutas), geralmente no final do inverno e início do verão.
No mais, o que se sabe é que essa é uma espécie cheia de peculiaridades. Como, por exemplo, os cuidados que eles apresentam na hora de construir os seus ninhos.
Estes não poderão ser construídos apenas e tão somente como um local para reprodução. Nada disso!
Eles deverão possuir características muito bem determinadas em relação às suas dimensões, distância de predadores, de fontes de água e alimentação.
Além das características do clima e outras particularidades que garantam a segurança da prole numa fase tão delicada para a sobrevivência de qualquer espécie animal.
Ainda sobre essas características de nidificação dos Gorilas-do-rio-cross, chama bastante a atenção também o fato de que eles poderão escolher duas modalidades de construção: sobre árvores ou simplesmente no solo.
No período outono/inverno, por exemplo, o mais comum é observar os cuidados para a construção desses seus ninhos sob a proteção de imensas árvores frondosas.
Enquanto a nidificação no solo fica reservada para o período primavera/verão. Mas sempre com a característica de uma certa preferência pelos períodos com maior incidência de chuvas para a construção dos seus ninhos.
Fotos e Características do Habitat do Gorila-do-Rio-Cross
Apesar de raros, os pouco mais 200 gorilas-do-rio-cross existentes habitam as densas, ricas e desafiadoras selvas e florestas tropicais da Nigéria e Camarões.
É nessas regiões que eles passam os dias à caça de alimentos, executando os seus respectivos processos reprodutivos e o papel que lhes cabe nesse ecossistema onde vivem.
O seu nome é, justamente, uma referência ao seu habitat favorito, uma área de cerca de 11.000 a 12.000km2 na região do entorno do Rio Cross, exatamente na fronteira entre ambos os países, separados por uma faixa de terra de mais ou menos 320 km dos seus parentes mais próximos, os Gorila-da-planície-ocidental.
Como dissemos, à parte o seu nome científico e as características que podemos observar nessas fotos, o que chama a atenção nos Gorilas-do-rio-cross é o fato de ser esse o primata mais ameaçado do planeta.
Os estudos mais recentes dão conta de que não existem mais do que 2 centenas desses animais, já que foram expulsos sob a pressão do avanço do progresso sobre os seus habitats naturais.
Esses gorilas juntam-se ao gorila-de-Grauers, os lemures raros de Madagáscar, entre outras espécies, para compor a lista dos primatas que mais sofrem com a perda dos seus habitats para a agricultura, extração de recursos naturais, desmatamento, entre outros ações geralmente ligadas ao progresso.
E para completar o drama desses animais, sabe-se que a sua carne é extremamente apreciada pelos nativos; sem contar o fato de terem os seus crânios e ossos utilizados em rituais de tribos próximas a eles; o que torna ainda mais dramática a situação desses animais.
O Gorila-do-rio-cross (ou Gorilla gorilla diehli, seu nome científico), como essas fotos nos mostram, ainda contam com uma dificuldade adicional, que é justamente o fato de não existir áreas ou reservas suficientemente protegidas e capazes de impedir o assédio sobre eles.
Deixando-os na dependência de que os próprios nativos participem dessa empreitada de tentar conservar essa espécie de primata para as gerações futuras.
Uma empreitada e tanto! Que só poderá ser levada a cabo com a participação do governo desses países e de Organizações Não Governamentais empenhadas em impedir a completa extinção da fauna dessa região.
Como o projeto GAP (Espanha), que luta para manter a população mundial alerta sobre os riscos de extinção dessa espécie. Ou mesmo o Santuário de Limbe (em Camarões), que mantém as ONGs informadas a respeito da situação desse animal e sobre a invasão dos seus habitats naturais.
Entre outras entidades dispostas a salvar da completa extinção uma das espécies de primatas mais exuberantes do planeta; um antigo símbolo da fauna desse trecho entre a Nigéria e Camarões.
Mas que em não mais do que 10 anos tende a tornar-se apenas e tão somente um pequeno registro nos livros de ciências, caso algo não seja feito o mais rapidamente possível no sentido de proteger esses animais.
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