Se você frequenta as redes sociais, certamente se lembra de um caso recente onde a caçadora Tess Thompson Talley gerou grande polêmica por ter matado uma girafa negra (subespécie raríssima desse animal), não é verdade? Pois bem, isso foi, de fato, lamentável, já que se trata de um dos espécimes de girafas que mais se encontra ameaçado de extinção, e matá-lo por esporte é realmente algo odioso, e que merece ser repudiado.
A seguir, vamos falar mais deste fascinante animal, e principalmente do risco iminente de extinção não somente da girafa negra, mas, de todas as espécies de girafas existentes atualmente.
Risco de Extinção para as Girafas
No ano de 2016, a girafa entrou para a lista de animais ameaçados de extinção. E, foi algo que já era esperado, pois há muito tempo que esse espécime estava sendo cada vez mais caçado em seus habitats naturais. Em aproximadamente 30 anos, a população de girafas ao redor do planeta diminuiu nada menos do que 40%.
Um dos principais locais onde as girafas mais sofrem com a caça predatória é nas savanas africanas. Além da própria caça, outros fatores contribuíram para a diminuição da população desses animais, como, por exemplo, a expansão da agricultura e o desmatamento.
Atualmente, maior parte das espécies desse animal está adaptada a viver na África meridional e oriental, além de pequenas populações viverem em partes isoladas dos lados ocidental e central do continente. O problema também reside na falta de reprodução, já que não há muita aproximação das principais espécies de girafas existentes: a do sul, a masai, a reticulada e a do norte.
Por sinal, antigamente se pensava que só existia uma única espécie de girafa, mas, recentemente, descobriu-se essa pequena variedade ao redor do continente africano. e dentro da categoria de espécies, existem as subespécies desses animais. Por exemplo: da categoria da girafa do norte, existe a subespécie Giraffa ccamelopardalis camelopardalis, que é a girafa núbia. Já, a girafa negra, que é a que vamos falar agora, é uma subespécie da girafa sul-africana.
A Girafa Negra: Tudo Sobre essa Subespécie
A girafa negra, sendo uma subespécie da sul-africana, vive nos países comuns à espécie: Moçambique, Zimbábue, Botsuana, Namíbia e África do Sul. Ao contrário das demais, ela possui como particularidade ter manchas arredondadas em formato de “estrela”, e que aparecem não apenas no corpo, mas também em seus pés e cascos. As negras são assim chamadas justamente porque as suas manchas são bem mais escuras do que as de outras espécies.
Ainda em termos físicos, essa subespécie de girafa possui uma pequena protuberância nas costas, que vai até o final da crina, além de um pescoço formado por sete vértebras no total. Cada uma dessas vértebras, inclusive, tem cerca de 25 cm cada.
Outra característica bem peculiar dessas girafas é que elas também possuem estranhos chifres, chamados de ossicones, o que ajuda a identificar machos e fêmeas, já que estas possuem chifres menores e têm bem mais cabelos do que os machos.
Já, em termos de alimentação, assim como outras espécies, a girafa negra é herbívora, comendo, basicamente, folhas, flores, frutos e brotos de plantas lenhosas, na maioria dos casos. A preferência desses animais é por acácias, que são um gênero muito amplo de árvores e arbustos espinhosos que crescem de maneira abundante em todo o continente africano. Além da parte nutricional em si, essas plantas fornecem grandes quantidades de água, o que ajuda a girafa negra a passar vários dias sem precisar beber água.
A propósito: assim como outras espécies e subespécies fazem, a girafa negra passa boa parte do seu dia se dedicando à alimentação, já que mastigam de maneira bem lenta, além de terem que cobrir com saliva os grandes espinhos das plantas que come para evitar qualquer dano que venha a causar em seu organismo.
Em cativeiro, por outro lado, além de acácias, as girafas negras se alimentam de feno, amido, cenoura e biscoitos que tenham alto teor de fibras. Bom destacar que as girafas são ruminantes, e possuem um estômago dividido em quatro camadas bem distintas, que auxiliam tanto no processo da regurgitação, quanto da digestão.
Em se tratando de reprodução, os machos dessa subespécie lutam para exercer o seu domínio em batalhas entre si, onde a principal arma são os seus poderosos pescoços. Os machos, inclusive, medem a receptividade das fêmeas com base no cheiro de sua urina, determinando quem seria um melhor parceiro para a procriação.
As girafas negras jovens medem cerca de 1,70 m ao nascerem, e já nas primeiras horas de vida começam a caminhar a fim de conhecerem seu habitat. As mães, inclusive, são bastante protetoras com os seus filhotes, mantendo fortes laços com eles, pelo menos, até o próximo nascimento.
O amadurecimento das fêmeas ocorre em geral aos 4 anos de idade, enquanto que nos machos, o período de amadurecimento sexual é somente após os 5 anos. No entanto, eles só conseguem acasalar por volta dos 7 anos de idade, que é quando têm força física suficiente para poder travar batalhas para conquistar suas parceiras.
Ameaças às Girafas Negras, Além da Extinção Causada pelo Homem
Além da interferência direta e indireta dos seres humanos que representa um perigo para as girafas negras (inclusive, de extinção), esses animais ainda precisam lidar com outras ameaças (estas, naturais), como a presença de constantes predadores em seu habitat natural. Entre esses predadores estão os leopardos, as hienas e os cães selvagens da África do Sul. Inclusive, esses dois últimos carnívoros podem derrubar espécimes adultos caso estejam em bandos coordenados.
Outro predador que ameaça as girafas negras em seu habitat é o crocodilo, que se esconde em águas barrentas de rios enquanto elas bebem água. Como o pescoço das girafas fica praticamente no nível do solo, fica relativamente fácil para esses répteis abocanharem suas vítimas, em especial se forem girafas filhotes.
Porém, é evidente que nenhum desses predadores naturais faz frente ao homem quando o assunto é ameaça real à sobrevivência das girafas negras (e qualquer outra espécie de girafa). A caça ilegal tem dizimado inúmeros espécimes, e se continuar nesse ritmo, algumas espécies e subespécies podem desaparecer em poucos anos.
É torcer para que algo de prático seja feito, e evite que isso aconteça.