O gênero Canis é uma comunidade que abriga inúmeras espécies dessa bela e imponente família Canidae. Ele possui membros ilustres, como os cães domésticos, chacais, lobos e coiotes – apesar das inúmeras e quase intermináveis controvérsias acerca da posição de alguns desses indivíduos, como o próprio cão doméstico, por exemplo.
As mais recentes investigações científicas apontam as origens desse gênero na América do Norte, ainda no distante período conhecido como o Pleistoceno, de onde partiu até chegar nos continentes asiático, europeu e africano – e mais recentemente na Austrália, onde a espécie conhecida como Canis lupus dingo, ou simplesmente “Dingo”, tornou-se a sua principal referência.
Com relação às suas principais características, podemos dizer que os animais desse gênero comungam de inúmeras semelhanças, como focinho pontudo, pelagem abundante, as características de animais onívoros, imensos caninos, orelhas compridas, tamanho médio e um peso que pode oscilar entre os modestos 11kg do Canis mesomelas, até os impressionantes 76kg de alguns lobos-cinzentos.
Os lobos são as espécies que possuem as características mais próximas dos gênero Canis em seus estágios selvagens, enquanto o cão doméstico (o Canis lupus familiares) é o principal representante desses inúmeros cruzamentos sucessivos que vêm se realizando ao longo dos últimos 10.000 anos, e que trouxeram como resultado uma variedade formidável de exemplares dessa espécie, com os mais diversos tipos de características físicas e biológicas.
Alguns dos Principais Representantes do Gênero Canis
1.Canis Lupus Familiares
A espécie Canis lupus familiares é conhecida por todos nós como o “cão doméstico”. Esse animal é na verdade o resultado de vários cruzamentos genéticos e mutações naturais do lobo selvagem (o Canis lupus), que resultaram numa variedade com características de um animal carnívoro (adaptado aos hábitos de um onívoro) e que vive em média 13 anos.
Existem vestígios de cães domesticados há pelo menos 30.000 anos, como nos revelou um fóssil encontrado em 2008 na caverna de Goyet, na Bélgica, juntamente com os fósseis de alguns neandertais encontrados no mesmo local.
Astúcia mesclada com extrema docilidade, aliadas a uma incomparável habilidade para a caça, não demoraram a fazer com que os cães caíssem nas graças dos habitantes do atual continente europeu (por volta do Neolítico), assim como dos misteriosos povos que habitaram a América do Sul antes do surgimento dos Incas – e em todos esses casos, como excelentes animais de estimação.
Mas a história dessa relação entre homens e cães perde-se no tempo! É praticamente impossível retratar o momento exato dessa aproximação.
Só o que se sabe mesmo é que durante todos os períodos (históricos e pré-históricos), desde o Neolítico, passando pelas enigmáticas civilizações sumérias e mesopotâmicas, cruzando todo o período de apogeu do Império Romano, atingindo civilizações orientais, até chegar aos nossos dias, os cães foram considerados os grandes e verdadeiros amigos e parceiros dos homens.
2.Canis Rufus (Lobo Vermelho)
O Canis rufus é outra espécie bastante conhecida do gênero Canis. É um exemplar que geralmente mede entre 1 e 1,3 m, pesa entre 16 e 34kg, possui uma estrutura corporal menor que a dos lobos-cinzentos, pernas menores e mais finas, orelhas também menores, uma cauda entre 0,2 e 0,41m e altura entre 0,67 e 0,80m.
Ele também é conhecido por ser um pouco maior do que os coiotes, além de apresentarem um dimorfismo sexual em que as fêmeas costumam ser um pouco menores que os machos.
Esses animais são conhecidos por serem espécies sociáveis, afeitos a um convívio em grupos e por viverem pouco no ambiente selvagem – não mais do que 7 anos.
O verão é o período reprodutivo do lobo-vermelho. Após uma gestação de cerca de 2 meses, a fêmea estará apta a dar à luz entre 2 e 4 filhotes, em até três ninhadas durante o ano. Estes filhotes a acompanharão até os 180 dias de vida, e somente a partir daí poderão caminhar com as suas próprias pernas.
O habitat natural do Canis rufus são as planícies e planaltos escaldantes do Sudeste dos Estados Unidos, mas também podem ser encontrados em florestas abertas do Canadá; e em todos esses habitats eles apresentam as características de um animal noturno, que agrupa-se a partir de um casal, seguido pelos seus filhotes, até que formem um pequeno bando.
O lobo vermelho é outro animal em grave risco de extinção na natureza, e só recentemente foi reintroduzido em seu antigo habitat de origem, os prados e florestas do leste da Carolina do Norte.
3.Canis Latrans (Coiote)
O Canis latrans (o coiote) é uma espécie de símbolo de regiões como o Sudoeste dos Estados Unidos. Eles são animais solitários, vivem não mais do que 7 anos (em ambiente selvagem), são bastante adaptáveis ao convívio com seres humanos, além de também serem encontrados em países da América Central (especialmente o Panamá e Costa Rica) e no Canadá.
Os coiotes costumam pesar entre 11 e 25kg, medir cerca de 55cm de altura, possuem uma coloração entre o cinza e o castanho-avermelhado, orelhas consideravelmente longas, cauda volumosa e porte elegante.
Eles são parentes próximos dos cães domésticos, e por isso mesmo costumam impressionar pela facilidade com que habitam os ambientes selvagens e urbanos, simultaneamente, chegando ao ponto de, em algumas situações, tornarem-se um grande transtorno para as comunidades.
Os coiotes chamam a atenção pelo seu porte avantajado, que mais assemelha-se ao de um cão pastor, com densa pelagem, focinho bastante afilado, altura considerável, orelhas curiosamente erguidas, entre outras características que os tornam bastante próximos dos cães.
A sua dieta consiste de pequenos roedores, mamíferos, lagartos, coelhos, lebres, texugos; mas também sementes, frutas, grãos, carniças, e até mesmo criações de ovinos, caprinos e bovinos podem fazer parte da sua dieta em períodos de escassez.
4.Canis Lupus (Lobo Cinzento)
Por fim, o Canis lupus, ou “lobo-cinzento”, uma das celebridades desse imponente gênero Canis! Ele é considerado o maior dentro dessa comunidade, e ainda de acordo com as últimas investigações científicas, é considerado o mais antigo remanescente desse gênero – com o seu suposto surgimento apontado no distante e inacessível período conhecido como o Plistoceno Superior.
Existe uma imensa controvérsia a respeito do fato de o lobo-cinzento ser realmente um dos ancestrais dos atuais cães domésticos. A ciência ainda não conseguiu “bater o martelo” sobe essa possibilidade, mesmo com os atuais avanços do seu sequenciamento genético.
Só o que se sabe mesmo é que o Canis lupus é uma exuberância capaz de atingir os assustadores 94cm de altura, pesar entre 38 e 42kg, possui uma coloração bastante variada (entre o cinza e o avermelhado), além de espalhar-se por quase todos os continentes.
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