Ao pensarmos em toda a biodiversidade que existe dentro do reino dos animais, é preciso entender a lógica evolutiva por de trás do fenômeno biológico, considerando claro que as espécies são mutáveis: mudam através das eras em virtude das propriedades inerentes da molécula de DNA, como a mutação, a permutação e outros mecanismo moleculares já observáveis.
Os Últimos da Escala Evolutiva: os Mamíferos
Os animais junto com as plantas e os fungos são considerados os reinos que agregam os multicelulares, sendo assim os que apresentam maior complexidade organizacional quanto suas respectivas estruturas e fisiologias, se comparados com os seres vivos unicelulares (bactérias e protozoários).
Esta maior complexidade organizacional demanda consequentemente novas estratégias de sobrevivência, já que o consumo energético será maior para manter as funções fisiológicas, principalmente no que se diz respeito a dependência da água, o solvente universal que todos os seres vivos (com raríssimas exceções) são dependentes de uma maneira ou de outra.
Se a vida surgi na água e saiu para conquistar a porção terrestre, nesse longo caminho ocorreram muitas evoluções e revoluções biológicas para os organismos se adaptarem, já que enquanto muitos seres ainda dependiam de estar dentro da água para sobreviver, aqueles que conseguiram irradiar-se para a fora do habitat aquático ainda dependem da ingestão de água (como nós: quem se lembra de quão é importante tomar água diariamente, em quantidades fartas).
Dentro do reino Metazoa, os mamíferos foram os últimos animais que surgiram no planeta Terra, conforme a escala temporal evolutiva que os especialistas estabelecem na construção dessa(s) árvore(s) da vida (já que os clados e os diagramas podem mudar conforme o critério analítico utilizado), para isso fazendo uso desde as antigas disciplinas de paleontologia e de anatomia comparada até as modernas análises genéticas e moleculares.
O próprio nome “mamífero” é originado das glândulas mamárias a qual possibilita maior proteção para a prole junto a outros anexos embrionários: uma das características que marcam esta divisão e a faz – quando comparado com os primeiros metazoários como os peixes e os anfíbios – mais protegida contra a desidratação e a respectiva dependência de água.
Entrando na Classe dos Mamíferos: os Carnívoros
Os mamíferos são compostos por aproximadamente 5.400 espécies, e podemos até pensar que é um bom número quanto a biodiversidade, mas isso não é nada comparado com outros grupos de espécies de seres vivos: por exemplo, enquanto o grupo dos animais invertebrados (mais especificamente a classe Insecta) corresponde aproximadamente 75% das espécies identificadas, os vertebrados apenas (ou seja: mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes, contando ainda alguns mais primitivos como os não-mandibulados) correspondem apenas 1% das espécies identificadas.
Dentro dessa “micro-biodiversidade” dos mamíferos, há ainda mais heterogênica se considerarmos as subdivisões taxonômicas que os compõe: se juntarmos a ordem dos representantes dos roedores e dos quirópteros (os morcegos) já alcança aproximadamente 60% dos mamíferos, ficando o restante distribuídos em outras 19 ordens biológicas, a qual uma dessas compõe o grupo dos carnívoros.
A ordem carnívora sempre é lembrada pela força bruta, já que estes animais tendem a ser predadores e se alimentar do músculo e da carne (proteína) e da gordura (lipídios) de outros animais, estes podendo pertencer tanto a esta ordem como outros representantes de vertebrados (já que os invertebrados têm baixo valor energéticos para estes seres).
Leões, lobos, ursos, panteras entre outros grandes predadores alfas são sempre lembrados quando se pensa no grupo dos carnívoros, estes podendo até caçar e se alimentar de seres humanos quando a oportunidade surge, obviamente isso sendo algo bastante raro nos dias de hoje: em verdade, o contrário é o mais provável, vide a constante caçada predatória contra estes animais que os seres humanos sempre investiram como atividade de recreação – e não de alimentação como ocorre quando se caça herbívoros, aves e peixes.
Dentro dos carnívoros existem os majestosos felinos: está família compõem diferentes tipos de espécies, com diferentes tamanhos, hábitos, ecologia e distribuição geográfica, entretanto compartilham algumas características (obviamente, já que estão inseridos nessa divisão biológica): garras protuberantes e retráteis presentes em suas patas; corpo bem desenvolvido com forte poder muscular e elasticidade (fazendo-os bons corredores e escaladores de montanhas e árvores); a arcaria dentária também tem um design específico, entretanto não possuírem a protuberância específica semelhante a da família dos Canídeos.
O Poder dos Felinos Selvagens
O leão é chamado de rei da selva, porém não é o único felino alfa que é referenciado perante o poder que têm sobre a fauna a qual está inserido, já que existem grandes outros felinos na própria África, além da da Ásia e das Américas, que exercem semelhante domínio ecológico em seus habitats, estando-os assim na parte de cima da cadeia alimentar (de maneira natural, não artificial como a nossa espécie).
O tigre é também bastante majestoso, e habita o continente asiático (nas regiões que ainda não foram extintos como a porção sul e sudeste), tanto que é considerado o terceiro maior carnívoro do planeta, perdendo apenas para duas espécies de ursos: ou seja, ele é tem um maio poder ecológico do que o leão, considerando cada qual em sua região geográfica específica.
O leopardo, com larga distribuição entre países do continente africano até o asiático (onde ainda também não foi extinto) é um dos grupos dos grandes felinos que, se não apresenta a força muscular do leão e do tigre, a explosão muscular dedicada em sua corrida realmente compensa qualquer possível defasagem em relação aos dois superpredadores citados anteriormente, já que existem espécies de leopardos que podem alcançar facilmente os 50 km/h.
As Américas também têm importantes representantes de grandes felinos e de felinos selvagens, estes exclusivos ao continente conforme a limitação geográfica apresentada quando comparado com a Ásia e África (a qual existem corredores territoriais que ligam ambos os continentes, mesmo que bastante estreitos).
A onça pintada é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo (atrás justamente do leão e do tigre): apesar de seu habitat original ser amplamente distribuído desde o sul dos EUA até o norte da Argentina, há uma concentração delas principalmente nos biomas úmidos como a floresta Amazônica e o Pantanal (o animal também padece da predação humana tal qual seus primos africanos e asiáticos, não sendo mais localizadas em muito das áreas em que era outrora).
A onça também é caracteriza pelo seu grande poder perante o habitat e a respectiva comunidade biológica que está inserida, sendo um importante animal símbolo da nossa nação (só lembrarmos das nos de R$50).
Gatos Selvagens das Américas: Gato-Maracajá e Gato-do-Mato
Como dito, as Américas albergam significativas espécies de felinos selvagens em seu território: se no tópico anterior foi citada a mais amplamente conhecida onça-pintada (está outrora com ampla distribuição, mas atualmente em maior quantidade nos biomas úmidos), há espécies de felinos mais específicos a outros tipos de florestas e ecossistemas naturais.
Um felino selvagem endêmico na região das Américas, mais especificamente na amplitude entre a Central e a do Sul, é o gato-do-mato: apesar do nome poder sugerir preferência por matas mais densas tipo Pantanal e Amazônia, e poder ser encontrados nesses biomas mais úmidos semelhante a onça pintada, seu habitat e a sua maior ocorrência é mais abundante em campos mais abertos e com maior elevação, podendo assim suportar climas mais frios: é atualmente encontrado com mais frequência nos pampas e nos campos gerais do sul como no estado do Rio Grande do Sul, assim também no sul do Paraguai, no Uruguai, na Argentina e no Chile.
Apesar de ser confundindo também com a espécie gato-do-mato, o gato-maracajá não é a mesma espécie, tendo diferença tanto nas características morfológicas (cauda mais alongada), como ecológicas e distribuição geográfica: esta espécie é mais frequentemente localizada em biomas mais tropicais, aqui coincidindo com a distribuição da onça pintada: Pantanal e Amazônia, além do Cerrado e da mata Atlântica, assim como nos biomas úmidos localizados na Colômbia, Bolívia, Venezuela, alcançando até as florestas tropicais da América Central.
Ambos não pertencem ao grupo dos grandes felinos, tendo suas dimensões um tanto maiores que os gatos domésticos, mas não alcançando a onça: suas características alimentares são bastante semelhantes, tendo foco em sua maioria roedores, aves e outros mamíferos de pequeno porte.
Infelizmente, assim como muitos outros felinos selvagens no mundo, essas espécies foram incluídas em categorias de “quase-extintas” pelos órgãos e agências ambientais responsáveis, devido principalmente a dois fatores: a caça predatória humana, e o avanço da fronteira agroeconômica, sobre ao ambiente natural, o que faz com que o seu habitat diminua, impedindo que sobrevivam e se reproduzam.