Os felinos são uma grande família que está bastante presente em nosso planeta. Por um lado, temos uma parte de espécies que são muito acostumadas com os humanos e vivem com eles. Já em outras, temos muito medo e preferimos manter a distância.
No post de hoje iremos falar sobre uma espécie não tão conhecida assim pela maioria da população brasileira, mas que faz parte da nossa fauna nacional. Iremos falar sobre o gato maracajá, que diferente do que seu nome aparenta, não é um simples gato doméstico. Iremos apresentar algumas de suas características físicas, seu nicho ecológico e habitat, e iremos responder uma pergunta séria: o gato maracajá está em extinção no Brasil?
Características Físicas do Gato Maracajá
O gato maracajá, também chamado somente de maracajá, é um animal que faz parte da família dos felídeos. Seu nome científico é Leopardus wiedii, e sua principal característica que o difere de outros felinos é sua cauda sendo maior que seus membros posteriores. Seus pelos são de coloração amarelo escuro com diversas manchas pretas ao redor. Essas manchas costumam ter o formato de rosetas.
Seus olhos chamam a atenção, por serem bem grandes e saltados, além de seu focinho saliente. O seu comprimento varia, e normalmente os machos são maiores que as fêmeas. Os machos podem medir entre 70 e 97 centímetros, enquanto que as fêmeas raramente passam de 80 centímetros de comprimento. Isso influencia em diversas áreas.
Habitat e Nicho Ecológico do Gato Maracajá
O habitat de um animal, ou planta, se refere ao local em que ele vive, onde ele habita. O gato maracajá ocorre em todos os biomas brasileiros, porém seu local preferido é a floresta mais densa. Prova disso é que em florestas mais densas costuma ter uma maior destruição do que na Caatinga. Um fato interessante, é que eles gostam e se adaptaram muito bem em viver nas alturas.
Eles são muitas vezes encontrados no alto das árvores, pois tem agilidade e maestria de subir e caminhar pelos galhos e tronco dela. As articulações de seu tornozelo são capazes de virar em 180 graus, o que faz a possibilidade deles andarem nessas árvores. Ficam perseguindo macacos e algumas árvores um bom tempo. Consegue também saltar de lugares altos e longes, já que suas garras são maiores que outras espécies como as da jaguatirica. Eles são capazes de pular até 3,7 metros horizontalmente. Eles são um dos poucos animais, e o único felino, que conseguem descer e se movimentar de cabeça para baixo nas árvores.
Eles possuem hábitos noturnos, e são solitários, raramente são vistos em grupos. A sua alimentação é carnívora, se alimentando de animais de pequeno porte como aves, répteis, rãs, insetos e outros animais mamíferos. Em momentos de falta de comida, podem se alimentar de frutos também, tudo dependendo da sua necessidade. Tem uma boa audição e visão, o que permite que eles cacem durante a noite com mais tranquilidade. De dia, descansam em ramos que sejam inacessíveis para seus predadores e outros incômodos.
A reprodução dos gatos maracajás ocorre em períodos ainda não estabelecidos por cientistas, mas após a fecundação, a fêmea engravida e tem o período de gestação entre 81 e 84 dias. Normalmente, só nasce um único filhote, e fica sob os cuidados totais dos pais até os 40 dias, quando então começa a comer outras coisas além de leite de sua mãe. A expectativa de vida desse animal é de 13 anos na natureza, em cativeiro pode viver um pouco mais. Esses são os poucos dados existentes, pois poucos animais foram estudados pela Fundação Zoológica de São Paulo.
Gato Maracajá está em Extinção no Brasil?
Uma das perguntas que vem sido frequentemente feitas por cientistas é em relação ao gato maracajá e seu status no momento em território brasileiro. A União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais os classificou como uma espécie quase ameaçada. Desde então, ele vem sido regulado pelo Appêndice I da CITES, no qual diz que todo e qualquer comércio internacional de gato maracajá é estritamente proibido.
Entretanto, apesar de o comércio ilegal fazer com que a população decline, o fator principal de essa espécie estar vulnerável é a destruição de seu habitat. Estima-se que nos próximos 15 anos, é muito provável ocorrer um declínio na população desse animal de mais ou menos 10%, principalmente pela expansão agrícola. A Mata Atlântica e a Amazônia são os biomas em que a espécie recebe maior pressão, já que está tendo uma enorme onda de desmatamento nessas regiões há um tempo.
A população de gato maracajá assim como as demais espécies de felinos do Brasil é relativamente pequena. Sua população foi estimada entre 4.700 a 20.000 indivíduos. Uma estimativa nos dois biomas Mata Atlântica e Amazônia, indicam uma perda de pelo menos 5% do seu habitat. Dado está situação, apesar de estar vulnerável, o gato maracajá é encontrando na lista vermelha do Estado da Bahia. Ou seja, bastante ameaçado de extinção.
Existe um projeto chamado “Projeto Gatos do Mato – Brasil” coordenado pelo Instituto Pró-Carnívoros e com participação de 10 outras instituições, iniciado em 2004 com financiamento do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA). Pouco a pouco, ele vem obtendo grandes informações sobre a espécie, contribuindo assim para à sua conservação.
Esperamos que o post tenha te ensinado e ajudado a entender um pouco mais sobre o gato maracajá e a questão de sua extinção. Não esqueça de deixar seu comentário nos contando o que achou e também deixar suas dúvidas. Ficaremos felizes em responde-las. Você pode ler mais sobre felinos e outros assuntos de biologia aqui no site!