Ele é o Herpailurus yagouaroundi, ou para os mais íntimos: “gato-do-mato-mourisco”. Uma espécie que possui como uma das suas principais características um corpo esguio e pernas curiosamente curtas.
O gato-mourisco é oriundo da América do Norte (região sul), especialmente dos estados do Texas, Louisiana, Mississipi, Alabama, entre outras regiões próximas.
Ele é também uma espécie típica de praticamente todo o território brasileiro. Pode ser encontrado nas vigorosas e exuberantes bacias Amazônicas e nas bordas de banhados, mas também nas beira de rios, matas ciliares, matagais, além de áreas com características mais secas.
Mas nesse vasto e rico continente americano, é possível que você também encontre o gato-do-mato-mourisco como jaguarundi, eirá, raposa-de-gato, gato-preto, maracajá-preto, onça-de-bode, entre outras denominações, de acordo com a imagem que eles representavam para as antigas tribos indígenas dessas regiões.
O Herpailurus yagouaroundi não é uma espécie ameaçada de extinção. Na verdade ela é listada como “pouco preocupante” pela IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza), que vem conseguindo empreender grandes e exitosos esforços para preservar essa tão original espécie do risco (não tão incomum nos dias atuais) da completa extinção.
O seu nome, yagouaroundi, tudo indica que é o resultado da junção dos termos tupi: Ya’wara (fera jaguar) + undi (escuro). Uma alusão bastante curiosa, principalmente quando se leva em consideração o fato de que o gato-do-mato-mourisco possui uma pelagem com uma coloração mais para o cinza-amarronzado e o vermelho-castanho.
No entanto, o seu contraste com a mata que beira os rios e córregos (e com a vegetação local), sem dúvida torna o gato-do-mato-mourisco um “objeto” bastante singular e característico (como vemos nessas fotos) na natureza selvagem, a ponto de impressionar – os já suficientemente impressionáveis – povos nativos dessas regiões.
Gato do Mato Mourisco: Características e Fotos
Essas fotos e características que vemos, abaixo, são as do singular Yagouaroundi: o gato-do-mato-mourisco.
Essa é uma espécie com pelagem toda ela uniforme, em tons cinza-acastanhados ou vermelho-amarelado, com corpo longo, cauda pequena, pernas curtas, um comprimento entre 52 e 76cm (com mais 30 ou 40cm de cauda) e entre 3,6 e 9kg de peso.
Os seus hábitos alimentares são singularidades à parte. Eles podem banquetear-se adequadamente com uma dieta à base de pequenos mamíferos, roedores, répteis e anfíbios (como típicas espécies carnívoras).
Mas, na falta destes, coelhos, gambás, saguis, o pequenino G. Aestuans, o rápido G. Alphonsei, o serelepe U. Igniventris – e acreditem, até mesmo algumas espécies vegetais e crustáceos podem fazer parte da sua dieta em períodos de escassez.
O que demonstra que, quando se trata de saciar a fome, o gato-do-mato-mourisco não possui qualquer pudor em adquirir as características de um animal onívoro.
Para eles o que importa mesmo é garantir a sobrevivência em meio a essa disputada comunidade de seres vivos, entre as mais diversas categorias de felinos, com os quais eles também têm que disputar as suas refeições diárias.
Os gatos-do-mato-mouriscos são tipicas espécies diurnas, solitárias (apesar de haver registros de algumas formações em pequenos grupos) e avessas ao contato com os humanos.
Eles podem distribuir-se por uma área que pode ser de até 90km2; que demarcam com as suas fezes, urinas, arranhaduras em árvores, entre outras formas de mostrar que aquela região ali já tem dono!
Fotos, Descrições, Características Reprodutivas e Comportamentais do Gato-do-Mato-Mourisco
Uma das dificuldades de caracterizar melhor os gatos-do-mato-mourisco é a escassez de dados sobre os seus caracteres biológicos, distribuição geográfica, hábitos particulares, entre outros fatores que possam contribuir para a sua manutenção nas melhores condições possíveis.
Apesar de enquadrar-se na categoria de “pouco preocupante”, de acordo com Michalski e Perez (2005), eles estão entre as espécies que mais têm degradados os seus habitats naturais.
Além das áreas citadas acima, o Herpailurus yagouaroundi também é apreciador das vegetações de capoeira, florestas primárias e áreas inundadas – como a beira de rios, lagos e lagoas. Mas todas estas são vegetações costumeiramente degradadas pelo avanço do progresso.
Uma fêmea de gato-do-mato-mourisco costuma entrar na fase reprodutiva entre os 2 ou 3 anos de idade; e após uma gestação que pode durar pouco mais de 2 meses, ela dará à luz uma ninhada de 3 ou 4 filhotes, que nascem com curiosas machas escuras no corpo, mas que a partir dos 2 meses de vida vão desaparecendo.
Após 30 dias de vida, eles já podem ser desmamados; e aí então é só percorrer as matas, ao lado das suas mães, até atingirem a fase adulta.
Quando então já terão desenvolvidas as suas principais características, como hábitos solitários, preferência por incursões diurnas em busca de pequenos mamíferos, lebres, roedores, anfíbios, lagartos, entre outras iguarias.
Iguarias que eles caçam utilizando-se das suas habilidades de camuflar-se na mata, subir de descer de árvores com igual desenvoltura, armar emboscadas praticamente inescapáveis, entre outras qualidades desse extravagante exemplar da família Felidae
Uma Espécie Bastante Original!
O gato-do-mato-mourisco é uma espécie listada como “pouco preocupante” na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional Para a Conservação da Natureza).
Mesmo assim, o aparecimento de alguns indivíduos no Parque São Francisco, na cidade de Blumenau (SC), deixou a população meio em polvorosa!
E mais ainda após o aparecimento de outra espécie na mesma cidade – só que no Parque Nacional da Serra do Itajaí, uma reserva de conservação da natureza, que abrange as cidades de Blumenau, Ascurra, Apiúna, Gaspar, Presidente Nereu, Indaial, entre outras comunidades.
Sem dúvida, as características físicas do gato-do-mato-mourisco (ver fotos) foi, na ocasião, o seu grande chamariz!
O seu corpo longilíneo, patas curtas, cauda incrivelmente grande, crânio desproporcionalmente menor que o resto do corpo, entre outras características, não conseguiram passar despercebidas diante do público.
De acordo com estudiosos dessa espécie, apesar de “mal encarado”, ele não é dado a ataques a seres humanos. O que ele prefere mesmo é uma boa fuga da presença dos homens!
O problema é que o avanço cada vez maior do progresso em seus habitats naturais têm lhes causado diversos transtornos.
Como a diminuição das suas principais presas, atropelamentos constantes de veículos (em estradas que cortam seus habitats). Além da famigerada caça de animais silvestres que, apesar de não colocá-los em risco de extinção diretamente, contribui, de alguma maneira, para esse risco no futuro.
Agora os técnicos da Fundação do Meio Ambiente de Blumenau pretendem instalar espécies de armadilhas para disparo de fotos, com o objetivo de monitorar (e proteger) os passos desse animal nas 24 horas do dia. E quem sabe (por que não?) encontrar outros exemplares que, da mesma forma, surjam como uma grata e inesperada surpresa na cidade.
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