Ter um furão de estimação e, principalmente, conseguir um que seja legalizado, diferentemente do que muitos imaginam, é um sonho acalentado por milhares de indivíduos ao redor do mundo.
Isso porque no Brasil, por exemplo, ele não é uma espécie endêmica; é considerado um animal silvestre exótico; e por isso mesmo, como qualquer animal exótico, atrai a atenção do homem desde tempos imemoriais.
A boa notícia é que há, sim, como adquirir um animal desses de forma legal desde meados dos anos 90, quando eles começaram a ser importados com bem mais frequência, e devidamente listados naquele grupo que contempla uma comunidade de animais que, mesmo silvestres, podem ser domesticados.
E eles, os furões, surgiram como uma espécie de “queridinhos” dos apreciadores da companhia de animais exóticos, muito por causa de algumas das suas características, como as de serem animais silenciosos, não tão afeitos a passeios e exercícios diários, limpos, dóceis, discretos e, apesar disso, extremamente apegados aos seus donos.
Porém, a despeito de tais predicados, não custa lembrar que um furão não é, de forma alguma, um típico animal doméstico, pois, de acordo com a Portaria IBAMA nº 93 / 1998 , de 07 de julho 1998 , estes são “Todos aqueles animais que através de processos tradicionais e sistematizados de manejo e/ou melhoramento zootécnico tornaram-se domésticos, apresentando características biológicas e comportamentais em estreita dependência do homem, podendo apresentar fenótipos variáveis, diferentes da espécie silvestre que os originou.”
Logo, vê-se que esses animais não enquadram-se nesses critérios, e por isso mesmo são bastante suscetíveis a doenças que, para um cão ou gato, são apenas eventos comuns e corriqueiros.
Saiba também que dificilmente irá conseguir (desde que não seja a força) que eles demonstrem as mesmas características de um animal de estimação comum.
Eles não terão a menor paciência para correr atrás de uma bola, buscar gravetos euforicamente; eles não apreciarão nem um pouco a ideia de andarem por aí vestidos dos pés a cabeça, entre outras excentricidades as quais muitos animais de estimação costumam ser submetidos.
Furão De Estimação: Como Conseguir, Legalizar E Cuidar
Os furões, como dissemos, são animais silvestres exóticos autorizados pelo IBAMA para a comercialização. No entanto, é preciso que o animal seja adquirido em um estabelecimento autorizado pelo órgão para a prática desse tipo de operação, sob pena de que você incorra em um crime devidamente contemplado na Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98.
Esta, em seu artigo 29, é bem clara ao determinar que “Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.”
Mas não param por aí as exigências para quem deseja adquirir um furão legalizado e tê-lo como animal de estimação!
Ainda será preciso certificar-se de que o estabelecimento escolhido também possui a “Autorização de Uso e Manejo” dessa espécie específica – no caso, do Mustela putorius furo, ou do Galictis cuja, ou mesmo do Galictis vittata, a depender de qual exatamente esteja procurando.
E, por fim, porém não menos importante, você não poderá esquecer de exigir a Nota Fiscal no momento da aquisição do animal. Essa nota deverá conter o sexo do furão, número de identidade, nome científico (e popular), data de nascimento, entre outras informações relativas às origens do animal.
Agora você, verdadeiramente, terá um animal totalmente legalizado e de acordo com o que preconiza a lei que regula todas as operações feitas com animais silvestres (e exóticos) no Brasil.
E só terá que atentar para algumas exigências que geralmente são feitas por esse tipo de animal, cuja característica o torna uma espécie totalmente diferente dos animais de estimação que conhecemos.
A Adoção De Animais Exóticos No Brasil
Os animais exóticos são a “bola da vez” quando o assunto é a aquisição de animais de estimação no Brasil. Araras, falcões, gaviões, ramsters, corujas, furões, além de uma infinidade de outras espécies, vêm disputando acirradamente a preferência do brasileiro, muito por conta da possibilidade de adquiri-los de forma legalizada.
Mas também com bem menos burocracia e uma maior diversidade de espécies – das mais conhecidas, passando por algumas variedades bizarras, a até mesmo raridades do mundo animal.
Uma espécie exótica logo confere originalidade ao seu dono, que dessa forma consegue fugir do “lugar-comum” das diversas raças de cães e gatos, que ainda oferecem como desvantagem as exigências por cuidados, sujeiras diárias para recolher, barulho, despesas com alimentação, entre outros cuidados que muitos animais exóticos não exigem.
A maioria, como a sua denominação logo nos leva a supor, são espécies com menos exigências por atenção; algumas podem muito bem viver toda uma vida à base de cascas de frutas, legumes e vegetais, que geralmente são sobras do consumo normal da casa.
Há espécies de lagartos, quelônios, pássaros e répteis, por exemplo, que possuem pouca ou quase nenhuma exigência por atenção; saídas diárias de 1 ou 2 horas – que são quase obrigatórias para quem possui um cão – , no caso destes tornam-se eventos raros e muitas vezes de acordo com as possibilidades do dono.
Mas, apesar dessas inúmeras vantagens, a maioria dos veterinários não se cansam de chamar a atenção para o fato de que, apesar de aparentemente não exigirem tantos cuidados, há que se lembrar que estamos falando de animais silvestres.
São espécies não adaptadas ao convívio humano, que ainda não perderam algumas das suas características para a sobrevivência no ambiente original de uma selva, e que por isso mesmo, de forma alguma, poderão ser submetidos a uma rotina típica dos cães e gatos.
Eles são bastante suscetíveis a doenças comuns, como gripes e outros tipos de viroses típicas de humanos, cães e gatos. E até mesmo um simples passeio na rua pode representar um perigo à saúde desses animais.
Logo, a dica é certificar-se de que verdadeiramente possuir o perfil de um indivíduo capaz de manter tal responsabilidade.
Tendo sempre em conta o fato de que estará adotando um ser vivo que, diferentemente do que se imagina, não veio ao mundo apenas para nos agradar, e que precisa ser atendido em todas as suas especificidades, para o bem da fauna silvestre do país e do mundo.
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