Os habitats das focas-monge-das-caraíbas eram as paradisíacas águas do Mar do Caribe, em meio ao mar tropical da Flórida, em plenas Antilhas, na costa da Península de Iucatã, e até mesmo em trechos do litoral do Texas (já adentrando no Golfo do México).
Ela era uma das mais dóceis representantes da família Phocidae, com exuberantes 2,3m de comprimento, entre 120 e 130 kg, pele entre o castanho e o cinza-escuro, região do ventre um pouco mais clara, e que costumava gerar um único filhote entre dezembro e o mês de janeiro.
Esse antigo habitat das focas-monge-das-caraíbas possui tudo de que essa espécie necessitava para viver: peixes, moluscos, crustáceos e demais frutos do mar que elas caçavam avidamente no período da manhã e ao entardecer, com uma desenvoltura dentro d’água que lhes faltava fora dela.
Os seus predadores, até então, eram os temidos “tubarões do caribe”, até que elas tivessem a infelicidade de cruzar o caminho do homem.
Este, de acordo com relatos dos mais antigos, teria simplesmente dizimado essa espécie por acreditar que elas representavam uma ameaça aos pescadores, que tinham que competir com esses animais pelos peixes da região.
O resultado foi que, de uma animal curiosíssimo e cheio de vida – apelidado de “lobo-do-mar” pelo lendário navegador Cristóvão Colombo -, as focas-monge reduziram-se a apenas lendas e histórias sobre a sua passagem pelo belo e paradisíaco Mar do Caribe há pelo menos 60 anos.
O Mar do Caribe: o Habitat das Focas-Monge-das-Caraíbas
O Mar das Caraíbas (o habitat das focas-monge-das-caraíbas) é uma imensidão paradisíaca, com águas que variam entre 26 e 28°C e com todas as características de um mar alimentado pelo imponente Oceano Atlântico.
Ele também possui uma conexão com o golfo do México e também é alimentado pelos rios Amazonas e Orinoco (que abrange cerca de ¾ da Venezuela).
A biodiversidade do Mar de Caraíbas é o resultado de diversos ecossistemas compostos por originais espécies marinhas, uma riquíssima flora, além de inúmeros biomas que compõem a América Central – uma vasta riqueza natural que abriga alguns trechos considerados Patrimônios da Humanidade pela Unesco e Patrimônios Culturais Intangíveis da Humanidade.
A vegetação das ilhas locais abrigam nada mais nada menos do que cerca de 15 mil espécies de plantas, boa parte delas nativas da região, como os singulares recifes de corais e os curiosos exemplares de aceituano ou de guayacán, por exemplo.
Além de algumas espécies raras de orquídeas, posidonias, bromélias, entre outras espécies que fazem a fama da região das Antilhas, do Haiti, da Guatemala, da Republica Dominicana, da Martinica, entre outros esconderijos locais.
Mas quando o assunto é a fauna do habitat das focas-monge-das-caraíbas, aí então apenas algumas linhas são insuficientes para descrever tamanha riqueza!
A começar pelo fato de que a região caracteriza-se por abrigar um exército de variedades que só existem naquele território, como algumas espécies de barracudas, manatis, o famigerado “tubarão caribenho”; além de espécies mais comuns (mas também exuberantes), como as piranhas, curimbas, lambaris, dourados, entre outras variedades.
O Privilegiado Habitat das Focas-Monge-das-Caraíbas
Como vimos, o habitat das focas-monge-das-caraíbas é um Patrimônio da Humanidade cercado pelo que há de mais original entre as espécies de animais e vegetais que povoam o planeta.
São cerca de 440 espécies de peixes, que chamam bastante a atenção pelas suas singularidades, como é o caso das moreias, garoupas, salmões, além de algumas espécies de tubarões, arraias e tartarugas.
As aves também não deixam de ser um espetáculo à parte, com uma comunidade de quase 600 espécies (cerca de 25% consideradas endêmicas da região), como a mariquita-amarela, algumas espécies de águias e falcões, a original garça-verde, entre outras maravilhas da natureza.
Por ser influenciada pelas correntes marítimas aquecidas do Oceano Atlântico, o clima da região do Mar de Caraíbas é o subtropical, com águas cuja temperatura dificilmente ficam abaixo dos 25°C.
Essas águas tornam-se um verdadeiro parque de diversões para mergulhadores profissionais e de fins de semana, que esbaldam-se em meio a cerca de 32km de recifes de corais que, em alguns trechos da região, são considerados Patrimônios Materiais da Humanidade.
Mas se não bastasse a beleza do visual do fundo do mar, o visitante ainda terá o privilégio de conviver com cerca de 500 espécies de répteis ( 95% endêmicas da região), como as originais iguanas-azuis e verdes, as ameaçadas iguanas-rinocerontes e a iguana-de-Mona.
Além dos ameaçadores crocodilos-americanos e as “celebridades” tartarugas-marinhas, entre outras centenas de exemplares de golfinhos, manatis, almiquis, focas, elefantes-marinhos, entre outras riquezas especialmente encontradas em trechos das Ilha de Mona, das Antilhas Caribenhas, da República Dominicana, da Martinica, da Ilha Grande Caimão, entre outros paraísos escondidos.
Uma Espécie Extinta
O Mar do Caribe era o habitat das focas-monge-das-caraíbas. Isso porque hoje essa espécie está totalmente extinta.
Durante cerca de 5 anos, o Serviço Nacional de Pesca Marinha (NOAA), órgão americano destinado a fiscalizar o uso dos recursos marinhos, buscou, de forma incansável, encontrar algum vestígio desse animal em praticamente todo o Mar de Caraíbas.
Mas o órgão teve que dar-se por vencido ao declarar que a foca-monge era a primeira espécie de focas totalmente dizimada pela ação do homem.
A Monachus tropicalis (seu nome científico), de acordo com historiadores, foi avistada pela primeira vez a partir das incursões do navegador Cristóvão Colombo, no final do séc. XV.
E até aquele momento a espécie ajudava a compor a paisagem local com alguns milhares de exemplares, que se espalhavam por trechos da Península de Iucatã até o distante litoral da Flórida.
Eram os “lobos-do-mar”, de acordo com registros do navegador, que foram avistados pela última vez no início dos anos 50, descansando, comodamente, nas elevações rochosas entre a Jamaica e a Península de Iucatã, no México.
Os anos 60 e 70 foram todos dedicados à procura de ao menos um exemplar das focas-monge, porém em vão. Acredita-se que a qualidade da sua carne e a grande quantidade de gordura que podia ser extraída para a indústria de lubrificantes (além de serem competidoras pelos peixes da região) selaram definitivamente o destino dessa espécie.
Lentas e desajeitadas, elas descansavam, confortavelmente, nos imensos bancos de areia que se formavam nas diversas ilhas que compunham a região.
Agora as focas-monge-das-caraíbas apenas fazem parte de uma das páginas da história do Mar das Caraíbas – na verdade uma história marcante, como a primeira espécie de focas totalmente dizimada pela ação do homem.
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