A Alimentação das Focas-Monges
A alimentação das focas-monges consiste, basicamente, de peixes e crustáceos – aliás, como é o comum entre os animais que, como elas, representam essa curiosa família Phocidae, que possui membros bastante conhecidos, como as morsas, elefantes-marinhos, leões-marinhos, entre outras espécies.
Existem duas espécies de focas-monges conhecidas: a foca-monge do Mediterrâneo (Monachus monachus) e a foca-monge do Caribe (Monachus tropicalis).
A primeira, como o seu nome nos leva a crer, é originária do Mediterrâneo – uma região que compreende os países entorno do Mar Mediterrâneo, como Espanha, Portugal, Grécia, Chipre, Turquia, Líbia, Síria, Egito, Tunísia, entre vários outros.
Estes são animais de grande porte, capazes de atingir até 2,3m de comprimento, 130kg peso; e que, ajudados por uma anatomia hidrodinâmica, tornaram-se conhecidos como verdadeiros torpedos a rasgar as águas de uma das regiões mais singulares do planeta.
Mas as focas-monges do Caribe não ficavam atrás quando o assunto era originalidade e beleza exótica. Elas foram espécies típicas da região do Mar do Caribe, e podiam ser encontradas facilmente em trechos das Pequenas Antilhas, da Península de Iucatã (México), Costa do Texas e da Flórida (EUA), além de outras regiões do Golfo do México.
Apesar de extintas, muitos são capazes de jurar terem visto algum exemplar dessa espécie a deslizar no mar dessa incrível região do Caribe, mas a verdade é que o contato com o homem foi fatal para as focas-monges caribenhas.
De uma comunidade de quase 5.000 indivíduos, só o que resta mesmo é uma modesta população de cerca de 400 exemplares, bravamente protegida pelos governos e por organizações ambientais dos países onde elas vivem.
Os Hábitos Alimentares das Focas-Monges
As focas-monges são animais robustos e que caracterizam-se por acumular uma imensa reserva de gordura sob a epiderme, capaz de fazê-las suportar temperaturas impossíveis de serem suportadas pelo homem.
Essa grossa camada de gordura também é responsável por permitir-lhes resistir a grandes períodos de escassez de alimentos, como os que são comuns em determinadas regiões do planeta.
Esses animais são considerados instrumentos de nado quase perfeitos! Uma estrutura corporal hidrodinâmica os torna mecanismos incomparáveis no fundo do mar; e por isso mesmo as suas principais presas dificilmente conseguem escapar quando chega a hora das focas-monges alimentarem-se.
Elas apreciam longas jornadas à beiras da praia, em rochas, grutas e bancos de areia, onde permanecem, preguiçosas, até que a fome chegue, e aí então tenham que exibir as suas inconfundíveis habilidades em ambiente aquático.
E elas exibem! De forma magnífica! Em profundidades que podem chegar a até 50m e no máximo a 20 ou 30m da costa.
Auxiliadas por uma substância conhecida como “mioglobina”, presente nos seus músculos, as focas conseguem acumular grandes quantidades de oxigênio – o suficiente para fazê-las permanecerem até 20 minutos embaixo d’água – para que promovam uma verdadeira festa com os mais diversos tipos de peixes e crustáceos no fundo do mar.
Peixes e crustáceos como: polvos, lagostas, camarões, meros, congros, robalos, garoupas e atuns, no Mediterrâneo. E crustáceos, moluscos, lulas, gudunhos, barracudas, garoupas, entre outras espécies semelhantes, no Caribe.
O DNA dos Grandes Nadadores
A alimentação das focas-monges é obtida com a ajuda das características de exímeis nadadoras que elas possuem. Só que tais características não são observadas nelas desde o início de suas vidas.
Até os 60 dias, é curioso observar um certo pavor dos filhotinhos com a proximidade da água. Eles precisam ser incentivados, com todo o carinho, a iniciar uma jornada nessa que será a extensão da sua casa – na verdade a grande “mãe” – de onde elas irão retirar o seu sustento e garantir a sobrevivência da sua espécie.
Por volta dos 12 meses, elas já podem ser consideradas independentes! A partir daí, as focas-monges já conseguem utilizar as suas barbatanas da frente como espécies de guias, enquanto as traseiras as impulsionam com uma eficiência poucas vezes observada na natureza.
O seu corpo, forte, vigoroso e hidrodinâmico lhes permite perseguir ferozmente as suas presas. E estas, por mais ágeis e habilidosas que sejam no fundo do mar, dificilmente conseguem escapar quando as focas-monges decidem fazer delas as suas fontes de alimentação.
Eles são animais produzidos pela natureza para serem grandes nadadores! Enquanto o período da tarde é reservado para não fazer nada sobre os bancos de areia ou sobre rochas em pleno mar, o período da manhã e do final da tarde é o momento escolhido para a caça!
E para tal, outros mecanismos naturais também deverão entrar em ação – como auxílio na busca por alimentos -, como por exemplo, um crânio estrategicamente arredondado, ausência total de orelhas e um mecanismo capaz de bloquear a sua respiração por até 20 minutos ininterruptamente.
Sem contar as outras ferramentas naturais que possuem, como a capacidade de reduzir o fluxo sanguíneo na epiderme, para que o coração e pulmões sejam irrigados; a redução drástica da frequência cardíaca, que lhes garante um consumo menor de oxigênio; além da presença de mioglobina nos músculos, capaz de garantir um quantidade bem maior de oxigênio a circular pelo seu organismo.
Principais Características das Focas-Monges
Enquanto as suas antigas parentes mais próximas, as focas-monges do Caribe, foram completamente dizimadas pelo homem, as focas-monges do Mediterrâneo sobrevivem, bravamente, com cerca de 400 indivíduos.
Destes, cerca de 10% encontram-se na singular ilha da Madeira, em um trecho conhecido como as “Desertas”, que, como o próprio nome nos leva a crer, é completamente desabitada.
O rigor com relação à proteção desses animais foi a forma encontrada para impedir a sua completa extinção – como aconteceu com as caribenhas – , e permitir que essa espécie seja admirada em seu habitat natural pelas gerações futuras.
As focas-monges podem ser caracterizadas como espécies semiaquáticas, mas apesar da sua desenvoltura nas profundezas das águas (comparável às mais habilidosas espécies de peixes), tal habilidade reduz-se aos momentos de caça, quando elas são capazes de permanecer entre 20 e 25 minutos sem respirar, até que tenham que voltar à terra firme, para comportarem-se como um mamífero dependente do ar atmosférico para sobreviver.
Ainda sobre os seus hábitos alimentares, o que se sabe é que as focas-monges alimentam-se em terra firme, após uma longa jornada de caça às suas principais presas.
Elas são relativamente agressivas. Quando ainda jovens, é comum que elas aceitem a aproximação do homem – inclusive aceitando, de bom grado, a alimentação oferecida.
Mas o problema é justamente após dar à luz. Nesse período, o bom senso aconselha que se mantenha o mais afastado possível dessas mães, que são capazes de transformarem-se em verdadeiras feras na defesa dos seus filhotinhos.
Como qualquer espécie que dá a sua contribuição para a manutenção desse imenso bioma chamado terra, as focas-monges representam um dos elos de uma importante Cadeia Alimentar no Mediterrâneo.
Pois, enquanto podem ser consideradas Consumidores Secundários, fazem as vezes de presas para elefantes-marinhos e ursos polares, que são considerados os seus principais predadores.
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