Os flamingos são conhecidos por serem aves muito bonitas e exuberantes, e uma das espécies que se destaca nesse sentido é o flamingo de James. Quer conhecê-lo melhor? Acompanhe a leitura então.
Características da ave
Esse flamingo, cujo nome científico é Phoenicoparrus jamesi, é também conhecido como flamingo de puna, e seus habitats incluem as grandes altitudes dos planaltos andinos do Peru, do Chile e da Bolívia. Habita ainda o noroeste da Argentina, em geral, nas regiões mais úmidas do lugar. Foi nomeado pelo naturalista britânico Harry Berkeley James, que se dedicou a estudar a ave por anos.
Em termos físicos, possui um corpo de forma bastante oval, com muitas penas esbranquiçadas, com alguns toques de coloração rosa. Já o bico dessa espécie é mais curto do que o de outras espécies de flamingos, mas com a vantagem de possuir filamentos que servem para filtrar a água dos lagos.
As penas são bem finas, e em se tratando de tamanho, não chegam a medir 1 m de altura. É, inclusive, menor do que o chamado flamingo-andino, que já é pequeno em comparação a outras espécies dessa ave.
O pescoço dessa ave, por sua vez, é bem longo, tendo 19 vértebras cervicais, o que facilita a movimentação de rotação de sua cabeça. Interessante que o joelho não é visível externamente, mas está localizado exatamente na parte superior da perna. A articulação da pena que parece ser o joelho, na verdade, é o tornozelo do animal.
A alimentação, por sua vez, é feita à base de plânctons, sendo esta a principal razão dele ter uma coloração rosada em algumas de suas penas. São, em geral, animais dóceis, e que vivem em colônias de alguns poucos exemplares. É bastante semelhante a outros flamingos que podem ser encontrados aqui na América do Sul.
Habitat Geral da Ave
O flamingo de James , pelo menos, dentro dos planaltos da Cordilheira dos Andes, tem preferência em residir próximos a lagos rasos e salinos, já que são bem propícios aos seus hábitos alimentares. Sem contar ainda que esses tipos de lagos podem ser altamente alcalinos, o que favorece o crescimento de algas, e, claro, alimentos mais nutritivos para esses pássaros.
Contudo, esses flamingos também podem ser facilmente encontrados em ambientes de água doce, nas regiões mais tropicais da América do Sul. Em geral, a altitude média que essas aves de encontram é em torno de 4.000 metros acima do nível do mar. Eventualmente, migram mais pra baixo, em cerca de 2.300 metros acima do nível do mar. ]
Inclusive, quando essas aves migram, geralmente, é durante a estação do inverno, mas, sobre essa questão específica, falaremos mais em um dos próximos tópicos.
Alimentação do Flamingo de James
Como já mencionamos antes, essa ave come única e exclusivamente plânctons, dos quais ela se alimenta através da filtragem da água que coloca em seu bico, que é especialmente adaptado para coletar esses organismos que fazem parte de sua dieta.
Em geral, o flamingo de James procura por poças rasas de água localizadas em rios e lagos da região onde vivem, e vai pegando quantidades consideráveis de água em seus bicos, para que, no processo de filtragem, eles se alimentem exclusivamente do plâncton.
Eles escolhem justamente as bordas desses lugares porque é onde se encontra maior abundância de vegetação aquática. O animal simplesmente mergulha a cabeça cerca de uns 5 cm abaixo para poder coletar o que precisa.
Já em termos reprodutivos, a postura de ovos das fêmeas se dá, mais ou menos, entre os meses de dezembro e fevereiro. Muitas vezes, a reprodução dessas aves acontece quando se juntam aos monte em colônias de centenas de aves. Às vezes, inclusive, o flamingo de James se mistura a outras espécies, tamanha a concentração de indivíduos em um mesmo lugar, na mesma época do ano.
Movimentos Migratórios da Espécie
Com relação a movimento migratórios devido à mudança de estações, pouco se sabe a respeito do flamingo de James e dos flamingos sul-americanos em geral. O que se sabe é que essa espécie (junto com o Phoenicoparrus andinus) não migra com regularidade para regi]ões muito fora de sua área de origem.
Quando essa ave migra para outros lugares, geralmente, é pra perto de onde estavam antes, e essa movimentação pode ser provocada por diversos fatores, desde a falta de comida, até o alto nível da água de lagoas, dificultando a própria alimentação delas. Porém, o fator que parece ser mais preponderante são as mudanças de clima, em especial, o surgimento de frentes frias, junto com fortíssimas rajadas de vento.
Pelo fato dessas aves não conseguirem voar contra fortes correntes de ar, eventualmente, alguns grupos se deslocam um pouco mais distante do que o normal. Por isso que, vez ou outra, exemplares dessa espécie podem ser encontradas em terras baixas do Amazonas ou do Acre, devido à frentes frias que, literalmente, “empurram” essas aves para outros lugares.
Preservação do Flamingo de James
Atualmente, essa espécie se encontra na categoria de “quase ameaçada” de extinção. Estima-se que, provavelmente, nas próximas 2 ou 3 gerações, haverá um declínio significativo dessa ave, principalmente por conta da perda de seus habitats naturais.
Porém, não é somente esse flamingo que sofre que a degradação do meio ambiente, mas outros tipos de animais também. Um bom exemplo desse problema é a quantidade de barragens localizadas nos Andes, e que está diretamente relacionada com essa questão de perda de habitats.
É bom lembrar que há uma conectividade entre Amazônia e Andes (facilitada pela presença de inúmeros rios), sendo a região amazônica um dos lugares de maior biodiversidade do mundo. Recentemente, porém, um grupo de cientistas descobriu que devido à quantidade de barragens do local, essa biodiversidade vem sofrendo consequências bem sérias.
Isso acontece porque as barragens fragmentam os canais de distribuição das principais bacias da região, gerando perda da conectividade entre os rios, e afetando a vida selvagem tanto da Amazônia, quanto das regiões andinas como um todo. Nisso, não somente os flamingos de James sofrerão com esses danos, mas todo um ecossistema, com diversas outras espécies, sejam animais, ou vegetais.