Nesse artigo, conheceremos as características do marimbondo, destacando aspectos de interesse sobre a vida desse inseto tão conhecido.
São várias as espécies de marimbondos, sendo importante destacar para a etnofauna brasileira os seguintes: Gymnopolybia vicina, Apoica pallida, Protopolybia sedula, Polybia vulgaris, Polybia paulista e Polybia occidentalis acutellaris.
Dada a similaridade dos aspectos bióticos entre as diversas espécies de marimbondos, vale frisarr que nessa ficha técnica não nos deteremos a uma espécie, mas sim nas características partilhadas por elas.
Continue lendo e confira aqui a ficha técnica do marimbondo, peso, altura, tamanho e muito mais…
Marimbondo: Comprimento, Asas e Hábitos
O conhecimento da ecologia é fundamental para entender uma espécie. Confira a seguir importantes características dos marimbondos.
Os marimbondos são insetos tipicamente sociais. Uma boa definição de insetos sociais é de que eles apresentam: 1) sobreposição de pelo menos duas gerações adultas; e 2) cuidado cooperativo com a prole e divisão de trabalho reprodutivo.
O marimbondo é enquadrado como um tipo de vespa, sendo a maioria das espécies predadoras de pragas agrícolas. Assim, tem um importante papel de controle biológico para o ecossistema.
Para começar, confira as principais características dessa classe de vespas sociais:
- Comprimento: rainhas 30 mm, machos 24 mm, operárias 20 mm;
- Cor: marrom escuro a preto;
- Asas: dois pares;
- Ferrão: sim (apenas fêmeas);
- Ovopositor: sim;
- Pelos: não;
- Hábito: predador e/ou parasita de outros insetos;
- Dieta: alimentam-se de insetos vivos e/ou mortos. Néctar e pólen também fazem parte da alimentação. A maioria das espécies de marimbondo captura aranhas e insetos, paralisando-os, e que vão servir de alimento para suas larvas. Elas utilizam os órgãos não vitais das presas para se desenvolverem;
- Habitat: há espécies catalogadas em ambientes tanto de clima subtropical quanto tropical. Podem criar seus ninhos tanto em desertos como em matas.
Curiosidades Sobre o Marimbondo
Nesse tópico, falaremos sobre alguns fatos curiosos sobre esses insetos:
Do mesmo modo que as abelhas, os marimbondos são responsáveis pela polinização de diversos tipos de plantas. Assim, desempenham uma importante função biológica, por possibilitarem a reprodução vegetal.
Os marimbondos são espécies que precisam de um ninho para abrigar a prole.
Eles constroem ninhos em locais elevados do solo, podendo ser feitos em folhas de muitas plantas, como também em troncos de árvores. Os especialistas denominam essa ação de nidificação.
Na escolha do local de nidificação os marimbondos avaliam a disponibilidade de recursos alimentares, sobretudo pólen e néctar.
No meio ambiente, os ninhos desses insetos se apresentam extremamente camuflados.
A maior parte dos marimbondos constrói ninhos fechados, como por exemplo, Polybia paulista, popularmente denominado como paulistinha. Porém, há também ninhos abertos, como os ninhos do marimbondo-cavalo (Pepsis fabricius), por exemplo.
O material de construção dos ninhos varia muito. E depende, sobretudo, da disponibilidade. Porém, o principal material de constituição dos ninhos são os tricomas, que são apêndices epidérmicos de plantas.
Esses tricomas, após serem macerados e misturados com água, e com a própria secreção glandular, acabam formando o ninho dos marimbondos.
Fatores como a forma, coloração e transparência atuam disfarçando os ninhos no meio da vegetação, ou das construções ocupadas por esses insetos.
A vespa oleira constrói seu ninho como os primeiros artesãos faziam vasos, utilizando tiras de barro colocadas umas sobre as outras.
Quando encontra um pouco de solo úmido, o marimbondo toca a lama, e testa a umidade enquanto trabalha. Se a lama estiver molhada, ele a deixa secando, se estiver seca, ele a umedece.
Com diminutos círculos de barro formados ao final desse processo, o marimbondo constrói um balão, onde coloca lagartas imobilizadas. Em cima de cada uma delas, põe um ovo e fecha a abertura com barro para proteger os filhotes.
Estando fixadas em concretos, os marimbondos estão protegidos dos predadores que passam pelo local. Os principais predadores dos marimbondos são as grandes formigas e pássaros.
Na sua forma silvestre, o marimbondo não é agressivo, e ataca somente para se defender.
As construções antrópicas costumam fornecer o substrato ideal para nidificação. Contam com proteção contra os agentes do clima (frio, chuva, raios e sol), promove a redução das taxas de predação e competição por substratos para construção dos ninhos.
Além da conveniência que as construções humanas proporcionam, deve-se destacar a expansão das cidades para remanescentes de floresta nativa nas periferias das grandes metrópoles. Assim, privando esses insetos de seu hábitat nativo.
Inevitavelmente, os dois processos aumentaram a frequência dos marimbondos em ambientes urbanos. E, consequentemente, as ações de destruição de seus ninhos por conta do risco de ataque às pessoas.
Esse processo de associação dos marimbondos com o ser humano é designado como um processo de sinantropia. Inclusive, há estudos que demonstram que esse comportamento confere aos insetos maior sucesso reprodutivo, pelas condições anteriormente citadas.
Quando a colônia interpreta uma situação como sendo perigosa, pode ocorrer o ataque. Nessa situação, a fêmea, que contém o ferrão como acessório de defesa, age, picando o invasor.
Os constituintes da toxina injetada pelas diferentes espécies de marimbondos incluem desde fosfolipase A1, hialuronidase, fosfatase ácida, mastoparanos, cininas, peptídeos quimiotáticos e antígeno-5.
É preciso destacar que a prática de destruição das colônias é uma perda ecológica para o ambiente, afetando vários níveis tróficos.
Inevitavelmente, interfere negativamente no tamanho das populações dos marimbondos, tanto em ambientes urbanos quanto naturais.
Conscientização
É oportuno destacar que os marimbondos são insetos protegidos pela legislação específica que trata dos Crimes Ambientais (Lei n° 9.605/98). Nela, encontram-se estipuladas sanções penais e administrativas para quem causar prejuízos ao ambiente.
Segundo a legislação, é permitida a remoção ou controle de colônias de vespas e marimbondos nas áreas urbanas e rurais, desde que seja devidamente caracterizado o risco que essas espécies trazem ao homem.
Para eliminar o ninho, torna-se necessário entrar em contato com empresas especializadas em dedetização de insetos, ou com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
É importante saber que, alternativamente aos produtos químicos, podem ser aplicados repelentes mentolados naturais, como óleo de hortelã-pimenta diluído em água.
Nessa segunda situação, o indicado é que se faça o registro fotográfico da possível situação de risco como comprovação da necessidade de controle, ou remanejamento dos ninhos, se for o caso.
No geral, o que se percebe é que a maioria da população tem pouco ou nenhum conhecimento sobre a importância desses insetos. Por isso, são rotulados como “incômodos”, ou “irrelevantes”, sob o ponto de vista dos leigos.
Em virtude disso, são muito bem-vindas ações de cunho educacional que promovam uma mudança comportamental por parte da sociedade, para uma convivência mais pacífica com esses insetos.