Um Pouco Sobre Teoria da Seleção Natural
A Teoria da Seleção Natural, descrita e publicada por Charles Darwin (concomitante com Alfred Wallace) na Inglaterra do século XIX foi um dos pontos principais na compreensão do ser humano como uma parte de um todo, ou seja: como parte da natureza.
Mais do que as revoluções no pensamento da física (com Newton e Einstein) ou da química (com Lavoisier e Pasteur), a Teoria da Seleção Natural foi o estabelecimento de uma escola científica onde se já possuía em suas diretrizes todo o questionamento ao então establishment religioso predominante.
Isso se deve porque esta teoria trouxe em sua essência a possibilidade de que nós, humanos, sermos apenas mais uma espécie – localizada no agrupamento dos mamíferos primatas – dentre tantas que compõem a diversidade biológica, esta possuindo enorme variabilidade e em constante mudança e transformação no passar das eras.
A lógica por traz da evolução natural só se fez confirmar nos passar de anos, e no consecutivo aprimoramento tecnológico, seja por análises de isótopos radioativos ou pelos avanços da genética molecular, nos trazendo assim inclusive datas aproximadas para a origem da vida: 3,5 bilhões de anos (muito diferente da hipótese da Terra jovem, defendida por fanáticos religiosos que calculavam a idade de Terra entre 6.000 e 10.000 anos).
Selecionando o Mais Apto
Se o darwinismo é a principal resposta para muitas questões que antes eram estritamente baseadas em dogmatismo e fundamentalismo, atualmente mesmo com todas as condições e recursos disponíveis há ainda aqueles que duvidam dos principais conceitos que estabelece a Teoria da Seleção Natural (não por acaso, pelas mesmas instituições fundamentalistas religiosas).
É interessante que muitos que não acreditam no darwinismo usam como contra-argumento fantasias e pseudociência, quando exemplos práticos desta seleção de espécies mais aptas por pressões evolutivas estão bem na nossa frente. Ou melhor: dentro de nós.
É sabido do atual perigo apocalíptico que estamos susceptíveis com a emergência das superbactérias, cada vez mais resistentes aos antibióticos, sendo estes cada vez mais complexos para serem gerados, já que a sua síntese demanda fórmulas com maiores potências, considerando que a atual população de bactérias está bem resistentes (claro, considerando os últimos 70 anos do uso de antibióticos, desde o advento global da penicilina).
A mesma coisa com as pragas da agricultura, ou os vetores de doenças: é comum vermos notícias a respeito de insetos que não são mais afetados por inseticidas ou outros defensores químicos, dando sólidos indícios da ineficácia dos atuais fármacos utilizados para esta finalidade, ao mesmo tempo obrigando as indústrias químicas à sintetizarem novos produtos, estes cada vez mais potentes e consequentemente danosos (não apenas para as pragas e vetores alvos, mas afetando também outros animais, o próprio ambiente, e todos nós que estamos inseridos nele).
Se com toda essa quantidade de informações muitas pessoas ainda duvidam que a seleção natural exista (no caso das bactérias e das pragas: seleção artificial), pode ser que quando não restar mais remédios ou defensivos químicos para vencer estes agentes maléficos à nossa saúde e bem-estar, estas mesmas pessoas estarão com razão em acreditar no fim do mundo, pelo menos.
A Seleção Natural e os Grandes Mamíferos
O fenômeno de seleção alcança todos os seres vivos do mundo, e os grandes animais vertebrados mamíferos também não são exceção a esta regra biológica.
Por exemplo, porque as girafas que vivem nas savanas africanas possuem seus pescoços alongados?
Porque, segundo o darwinismo, elas foram selecionadas devido as pressões do ambiente, tendo a hipótese principal que os ancestrais delas que melhor se adaptaram foram aqueles com pescoço alongado, o que possibilitava colher frutos de árvores de elevada altura, sendo assim esta característica selecionada, e seus representantes conseguindo sobrevives sobre as outras variedades de girafas (estas com pescoços mais curtos, como mostra os estudos paleontológicos).
Partindo do mesmo raciocínio, também entendemos o porquê de o elefante possuir todo o seu peso e sua força respectiva, assim como seus afiados dentes de marfim: os ancestrais destes apresentaram maior capacidade de sobreviver em um ambiente hostil, tendo nessa força a capacidade de se livrar de possíveis predadores e demais ameaças.
O interessante da seleção natural é que, apesar de ser um grande e complexo fenômeno que rege a vida no planeta Terra (assim como a gravidade e a relatividade), e que foi tão difícil de ser visualizada no século XIX (quando foi descrita pela primeira vez), é que ela fica facilmente compreensível quando conseguimos enxerga-la através de exemplos práticos da vida selvagem.
Os Majestosos Felinos Selvagens
Se um grupo é sempre lembrado nos exemplos que se dá de comportamentos da vida selvagem, podemos citar os grandes felinos como os leões, tigres, panteras, onças, leopardos, entre outras espécies.
Distribuídos conforme a localização geográfica e respectivo continente, os grandes felinos são caracterizados principalmente pelas sua grande força e agilidade, normalmente compondo os principais predadores de sua cadeia alimentar.
Podendo viver tanto vivendo em bandos como solitários, os aspectos comportamentais desses animais podem variar justamente devido as pressões seletivas de cada região que os selecionou, fazendo-os mais eficazes na busca de fontes alimentares, seja caçando sozinho ou compondo grandes grupos para a caça.
Por exemplo, é sabido que os leões da savana caçam em grupos, já que nesses locais as presas são mais velozes (como o gnu ou as gazelas), demandando assim que esses animais se estabeleçam em conjunto, para assim tocaiar o animal alvo, evitando sua fuga.
Já a onça brasileira (a onça-pintada) possui hábito diferente do leão africano: ao caçarem suas presas, agem de forma solitária, capturando a sua fonte alimentar de uma maneira mais estratégica, chegando sem fazer ruído, conforme as características dos animais que ela caça (como roedores, porcos e aves, e até outros animais carnívoros de médio porte como cachorros do mato).
Leopardo: O Predador Alfa
O leopardo, também conhecido como pantera, cujo o nome científico é Panthera pardus (ou seja, pertencente ao gênero Panthera, assim como seus primos leão, onça-pintada e o tigre) faz parte desse seleto grupo dos grandes mamíferos felinos selvagens, e assim como eles apresenta semelhança com a morfologia e adaptabilidade ao seu meio, principalmente apresentando elevada força, velocidade e agilidade.
A distribuição do leopardo é restrita em alguns países da África e da Ásia, dividindo-se em subespécies conforme a localização específica, em alguns casos podendo atingir até 80 cm de altura (de cernelha), e até 100 kg de peso, em casos mais raros.
A cor, como normalmente é dos felinos, variam entre amarelo claro à amarelo escuro, apresentando manchas espalhadas pelo corpo, podendo ainda ter subespécies com a cor totalmente negra assim como branca (leopardo das neves), a coloração também associada as características ambientais em que o animal foi selecionado (camuflagem, conforme os aspectos do bioma em que estas subespécies vivem).
Uma característica comum do gênero Panthera é a velocidade: podendo atingir até 60 km/h, apesar de não ser a maior velocidade dentro dos grandes felinos, é um valor bastante alto para possíveis presas vulneráveis a este predador.
Como os demais grandes felinos, as práticas voltadas a sua caça assim como redução de seu habitat, tem trazido elevado risco de extinção para estes animais que, considerando que sua gestação dura aproximadamente 3 meses, gerando de 2 a 4 filhotes por ninhada, tal condição se não corrigida pode acarretar com o fim da existência dessa maravilhosa espécie de animal no nosso planeta.