Trabalhador incansável que é, o burro se mostra um animal forte e resistente, capaz de viver com bem pouco. Ao contrário do que as crenças populares indicam, eles são muito dóceis e inteligentes.
Existem burros em basicamente todos os cantos do mundo. Comumente, são usados especialmente como animais de carga. Entretanto, sob a condição desses quadrúpedes, existem animais extraordinariamente afáveis e com capacidade de percepção incrível.
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Característica Física
Os burros são pertencentes às famílias dos equídeos, ou seja, estão intimamente relacionados ao cavalo, mas também ao rinoceronte. No entanto, eles são menores que seus parentes equinos.
Um burro na fase adulta geralmente mede entre 90 cm e 140 cm, embora existam raças um pouco mais altas. Por exemplo, burros catalão excedem 160 cm.
É comum encontrar exemplares da raça que pesam cerca de 250 kg e vivem aproximadamente de 15 até 20 anos. Isso mesmo tendo sido documentados animais que completaram 40 anos.
As tonalidades desse animal variam entre todos os tons de cinza, do branco absoluto ao preto. Há também variações de todos os tons marrons. Existem raças que são totalmente pretas ou brancas, contudo o comum é que elas tenham uma diversidade e mistura de todos esses tons.
Ele tem a crina curta, bem como pontiaguda, com orelhas bem grandes na proporção de seu corpo. Assim, pode movê-las em várias direções, bem como usá-las para se resfriar.
Característica Etológica
O burro que temos hoje é um descendente dos jumentos selvagens, habitantes do continente africano. Foi domado há cerca de 6.000 anos, assim que começou a ser usado como animal para tração.
É um animal forte e resistente, capaz de sobreviver nos ambientes quentes e com pouquíssima água, como no deserto. Dessa forma, desenvolve grande dificuldade em viver em locais frios.
Os burros têm uma dieta herbívora e consomem uma variedade maior de alimentos. No entanto, eles preferem grama e feno a arbustos lenhosos. Pode-se dizer que gostam muito de vegetais e, em comparação, precisam de menor quantidade de comida do que outros animais do mesmo tamanho.
Além disso, um burrinho aproveita bastante a água encontrada nas plantas que come. Por isso, ingere pouco líquido e pode se dar ao luxo de não tomar de fontes d’água que pareçam impuras.
Comportamento do Burro
Essa espécie é extremamente dócil e confiável. Atualmente, quase todos os exemplares são utilizados como animais para tração ou de carga. Exercem o trabalho diligentemente, embora o façam frequentemente em condições muito severas ou sem a chance de descanso. São fortalezas que sustentam condições de vida e trabalho que para outros seriam impossíveis.
Os preconceitos em torno do burro fizeram do seu nome um insulto. Contudo, na realidade eles são muito perspicazes e cheios de energia. Seus movimentos se mostram lentos, parecendo que ele nunca está com pressa.
Entretanto, ao ter a oportunidade, esse tipo de equino prova ser muito inteligente e capaz de solucionar problemas complexos. Sem contar que ele tem uma ótima memória que lhe permite lembrar-se de rotas e lugares que seguiu há muito tempo.
É quase impossível irritar o burro, mas caso ele fique chateado, pode acabar se defendendo chutando com força com a pata traseira. Há ocasiões em que não existem condições de dar coices, defendendo-se com mordidas poderosas. Mas esses casos são a exceção, pois os burros se mostram amigáveis, nem um pouco irritáveis ou agressivos.
Eles também possuem a reputação de serem bem teimosos. A realidade é que, ao não quererem fazer algo, será difícil mudar sua opinião. Mas isso é mais porque são animais cautelosos, percebendo algum perigo em determinada situação.
A Origem do Trabalho com o Burro
Existem burros em todo o planeta. Os exemplares primórdios foram domesticados nos arredores do norte da África. Contudo, seu caráter e força extraordinários os levaram por todos os continentes, especialmente para os países quentes.
Desde os tempos da Bíblia, existem registros de burros sendo usados para transporte, não somente das cargas, mas das pessoas. Foi em seu lombo que Maria, a mãe do menino Jesus, acabou chegando até a estrebaria para ter condições de dar a luz.
Os burros foram considerados, durante muitos séculos, como animais de estimação e animais de carga. Assim, podiam ser passados dos pais para os filhos como uma herança, como algo bem valioso.
Existem registros de contato desse animal com os humanos desde tempos bem remotos. A Bíblia é bem um ótimo exemplo. Com os avanços tecnológicos podemos verificar muitos dos equinos livres na natureza, mesmo na cidade grande.
Afinal, eles foram substituídos pela tecnologia e acabaram sendo abandonados. Isso ocorreu mesmo esses animais se mostrando companheiros dos homens, servindo até como tema de músicas do Luiz Gonzaga.
Curiosidades Sobre a Espécie
Na trajetória evolutiva, o burrinho se adaptou bem à vida nas áreas desérticas. Sua corda vocal e caixa de ressonância é muito desenvolvida. Isso permite que ele passe a se comunicar com os outros exemplares da espécie. E pasmem! Acontece com, no mínimo, 3 km de distância.
As longas orelhas podem captar uma diversidade de sons a mais que cavalos, além de servir como resfriador de sangue. Seu sistema digestivo é forte e permite a digestão de troncos e raízes que não são digeridos por outro equino. Comparando com um cavalo, o burro precisa se alimentar menos em se relacionando com seu peso.
Como animal para carga, ele geralmente não carrega mais que 60 kg, ou seja, 30% de peso corporal. A resistência com aproximações áridas nas regiões montanhosas se mostra extremamente boa. Esses animais possuem bastante facilidade na locomoção nos terrenos rochosos e acidentados. Eles movem as patas dianteiras uma de cada vez, o que torna a subida bem mais ágil, bem como menos cansativa.
Sendo uma desvantagem, requer mais atenção do que o cavalo ou a mula, por conta do seu caráter. Em seu habitat, tende a ficar separado dos outros exemplares da raça. Isso acaba tornando complicada a condução em bando do animal.
Consequentemente, o burro é muito mais teimoso e não obedece ordens facilmente. Além disso, possui dificuldade de adaptação em altitudes grandes ou locais bem frios.