A técnica considerada a mais indicada para descobrir as semelhanças e diferenças entre as fezes de lagartos, jacarés e cobras ainda é a da boa e velha análise das suas características: cheiro, textura, cor, formato, entre outros detalhes que ainda são capazes de dar-nos informações sobre o porte do animal em questão e as suas preferências alimentares.
Quanto mais escuro for as fezes maior a probabilidade de que o animal seja um carnívoro, pois tal tonalidade costuma significar a ingestão de proteínas de origem animal.
Já os répteis apresentam fezes mais ralas – quase como um líquido – , muito por causa da característica que esses animais possuem de urinar enquanto defecam.
Da mesma forma ocorre com sapos, rãs e pererecas, que apresentam fezes quase líquidas, pelo mesmo motivo de urinarem sobre elas, além das próprias características biológicas dessa classe, que apresentam peculiaridades com relação aos seus processos digestivos que não são observadas em nenhuma outra.
Por meio da “caça às fezes”, os biólogos conseguem informações que dizem respeito, inclusive, à ecologia de determinada região: tipos e quantidade de espécies, evolução e deslocamento populacional, aumento ou diminuição de determinadas presas, entre outras informações que os auxiliam a definir projetos que visem a manutenção de um ecossistema nas melhores condições possíveis.
Fezes De Lagarto, Jacaré E Cobra: Diferenças E Semelhanças
De um modo geral, as fezes dos jacarés costumam apresentar uma textura meio viscoso, semelhantemente a uma pasta; e ainda podemos observar uma espécie de “capa” esbranquiçada sobre elas, como o efeito do ácido úrico que é excretado juntamente.
Já as fezes de lagartos chamam a atenção pelo fato de quase não possuírem cheiro. Além disso, também apresentam aquela cobertura esbranquiçada (semelhante a dos jacarés); só que nesse caso ela é o resultado do ressecamento das suas urinas, que acabam apresentando essa coloração.
Curiosamente, os lagartos são conhecidos por serem espécies bastante higiênicas, cujas fezes não possuem mau cheiro, são bastante firmes, entre outras características que os ajudaram a tornarem-se, atualmente, uma das comunidades mais apreciadas como animais de estimação.
Porém não se pode dizer a mesma coisa das cobras! Devido à característica da sua dieta, elas costumam produzir fezes mau cheirosas (algo como sangue decomposto), além de, muitas vezes, apresentarem pedaços de ossos e outros detritos que não conseguem digerir.
As características que podem ser observadas nas fezes dos animais, como pudemos perceber até aqui, estão diretamente relacionadas com a qualidade e tipo de dieta da espécie em questão: Quanto mais proteína animal consumida, mais escura, mau cheirosa e menos nutritiva serão as fezes.
Por outro lado, espécies (como alguns lagartos) apreciadoras de um banquete mais rico e diverso, que inclua espécies vegetais (raízes, legumes, verduras, frutas e sementes) e animais (insetos, crustáceos, etc) costumam produzir fezes mais “limpas”, em tons mais claros e, principalmente, sem aquele terrível cheiro tão desagradável.
Além Das Características, Diferenças E Semelhanças, Os Riscos Do Contato Com as Fezes De Lagartos, Jacarés E Cobras
Em meados dos anos 90, o órgão responsável pelo controle de doenças infectocontagiosas dos Estados Unidos recebeu diversas queixas de indivíduos acometidos por doenças relacionadas à bactéria Salmonella.
Os relatórios apontavam para uma “coincidência” que seria determinante para a implementação de medidas de prevenção e tratamento de doenças relacionadas com esse micro-organismo nos EUA: todos os indivíduos mantinham contanto periódico com répteis (lagartos e tartarugas) e cobras.
O problema é que a Salmonella é responsável por diversos tipos de doenças, entre as quais, meningite, febre tifoide, septicemia, salmonelose, entre vários outros transtornos que, não corretamente tratados, podem facilmente levar um indivíduo à morte.
De acordo com representantes do órgão, tartarugas e lagartos estão entre os principais responsáveis pela transmissão do micro-organismo; mas as cobras, jacarés, sapos, salamandras, entre outras espécies dessas, para muitos, repugnantes e asquerosas classes Reptilia e Escamados, também oferecem grandes riscos.
Nos últimos 25 anos tem-se notado uma substituição flagrante de cães e gatos como animais de estimação, por cobras, tartarugas, salamandras, e até mesmo lagartos de médio porte!
O problema é que apesar das diferenças e semelhanças entre lagartos, cobras, jacarés, tartarugas, entre outras espécies do reino selvagem, uma coisa une a todas: os riscos da manipulação das suas fezes, que são os principais agentes transmissores de micro-organismos patológicos como a Salmonella.
Acredita-se que entre 6 e 8% de todas as ocorrências que envolvem essa bactéria estejam relacionadas com a manipulação involuntária das fezes de algum tipo de réptil. E ao não lavar as mãos, a bactéria acaba sendo ingerida acidentalmente, resultando em transtornos que, muitas vezes, podem ser fatais.
Bebês E Crianças Estão Entre Os Mais Afetados
As fezes de lagartos, jacarés, cobras, tartarugas, entre outras espécies do Reino Animal, possuem as suas semelhanças e diferenças. Mas num ponto elas se assemelham: São transmissoras de bactérias (inclusive a Salmonella) que geralmente são favorecidas por péssimos hábitos de higiene.
E o pior é que são justamente as crianças e bebês (com menos de 5 anos) os mais suscetíveis ao contágio, muito por causa da fragilidade dos seus sistemas imunológicos, que ainda não possuem armas suficientes para o combate a tais micro-organismos invasores, que costumam ser agressivos e capazes de levar, inclusive, a um quadro grave de septicemia.
Indivíduos imunodeprimidos, convalescentes, ou que apresentem algum tipo de fragilidade em suas defesas, também estão entre os mais suscetíveis; e por isso a sua convivência com animais dessa natureza (cobras, lagartos, anfíbios, entre outros) pode configurar-se como algo dramático e extremamente comprometedor da saúde dos seus organismos.
Como medidas simples, e que podem ser decisivas para a prevenção dos transtornos associados ao contato com esses tipos de animais, recomenda-se evitar o contato direto com crianças menores de 5 anos, bem como com indivíduos portadores de doenças e demais transtornos que afetem diretamente o seus sistemas imunológicos.
E mais: Boas práticas de higiene, que envolvem a limpeza periódica de criadouros, o hábito de lavar as mãos sempre que mantiver algum contato com esses animais, impedir o seu trânsito em áreas de preparo de alimentos, além do uso de máscaras e luvas (para funcionários de criadouros e pets) podem ser suficientes para manter essa doença bem longe, e garantir, com isso, a manutenção da sua saúde nas melhores condições possíveis.
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