Mais da metade do estado brasileiro do Rio Grande do Sul é ocupado pelo bioma Pampa (também conhecido pelo nome de Campanha Gaúcha ou Campos Sulinos). Além do Rio Grande do Sul, este bioma também ocupa áreas de países vizinhos, tais como a Argentina e o Uruguai.
Caracterizado por um relevo predominantemente de planícies, os pamapas gaúchos possuem uma fauna abundante, composta por aves, répteis, anfíbios, mamíferos e artrópodes. Dentre os mamíferos, está inserida a classificação dos felinos, a qual possui importantes representantes, tais como a jaguatirica (nome científico Leopardus pardalis), onça-pintada (nome científico Panthera onca) e gato-do-mato (nome científico Leopardus tigrinus).
Neste artigo, você conhecerá um pouco mais sobre as espécies de felinos silvestres do Rio Grande do Sul.
Então venha conosco e boa leitura.
Cenário Atual do Bioma dos Pampas
O bioma do Rio Grande do Sul já perdeu o valor equivalente a 54% de sua vegetação original, fator que afeta diretamente a vida animal. Esses dados foram obtidos através de um levantamento realizado pelo Centro de Monitoramento Ambiental do IBAMA. O desmatamento foi detectado em 19 municípios do estado, sendo o município de Alegrete o grande campeão, seguido por Dom Pedrito e Encruzilhada do Sul.
Mesmo com a crescente devastação desse bioma, outros biomas brasileiros ainda possuem um quadro bem mais agravante, a exemplo do Cerrado e da Floresta Amazônica.
Características Gerais dos Felinos
Os felinos são animais mamíferos e carnívoros com ampla distribuição ao longo dos continentes, com exceção da Antártica e Oceania. Essa ampla família taxonômica abrange espécies que vão desde o gato doméstico até o leão.
No quesito de características anatômicas em comum, há as garras longas e encurvadas, com unhas retráteis para algumas espécies. Nas patas dianteiras, há um quantitativo de 5 dedos; ao passo que nas patas traseiras há 4. A coluna vertebral costuma ser bastante flexível, permitindo que movimentos, tais como a subida em árvores, sejam executados sem dificuldade. A audição e o olfato são bastante desenvolvidos. Da mesma forma, a visão noturna também é incrível.
Felinos Silvestres do Rio Grande do Sul: Jaguatirica
A jaguatirica é um felino de hábitos predominante noturnos, que costuma ser solitário e territorialista, demarcando o espaço com fezes e urina. É um animal nativo da América do Sul, também é considerado o terceiro maior felino do continente, ficando atrás da onça pintada e puma.
Em relação ao tamanho, a jaguatirica é considerada um animal mediano, é maior que os gatos domésticos, no entanto menor que a onça-pintada. A média de comprimento corporal varia entre 70 a 100 centímetros; podendo atingir 1,40 metros ao contar com a cauda.
A cauda é considerada curta, visto que é menor que a cauda encontrada nos demais felinos, com uma média de extensão compreendida entre 25 a 40 centímetros.
A altura é de aproximadamente 50 centímetros. O peso corporal oscila entre 7 e 16 quilos, lembrando que neste quesito também há o dimorfismo sexual, visto que os machos costumam ser mais pesados que as fêmeas, além de maiores.
Além dos pampas gaúchos, a jaguatirica pode ser encontrada nas savanas, mangues, florestas tropicais e subtropicais.
Os pêlos são curtos, macios e brilhantes. A cor pode variar entre o amarelo (tonalidade mais comum), cinza, marrom, preto e branco. As manchas e listras estão distribuídas em todo o corpo, sendo mais claras na barriga.
As fêmeas atingem a maturidade sexual em torno dos 16 a 18 meses de vida, ao passo que para os machos esse período só chega aos 2 anos de idade 924 meses). Cada gestação dura em média 80 dias e dá origem a apenas um filhote, o qual é amamentado até os 9 meses de idade.
Frequentemente a jaguatirica é confundida com a onça pintada, porém convém lembrar que ela é menor que a onça.
Assim com a onça-pintada, a jaguatirica também está na lista de espécies ameaçadas de extinção.
Felinos Silvestres do Rio Grande do Sul: Onça-Pintada
A onça-pintada é o maior felino das Américas, frequentemente pode ser chamada de jaguar. Está distribuída na América do Norte, América Central e do Sul, e tem como preferência de hábitat as florestas densas.
Este animal caça preferencialmente à noite, e durante o dia costuma dormir próximo a rios e árvores. Também são territorialistas e realizam marcações com fezes, urina e marcas de garras (principalmente nas árvores).
Os dentes são fortes e afiados e mandíbulas são alongadas e muito resistentes. Sua mordida é poderosíssima e letal. Como estratégia de caça, costumam atacar a cabeça e o pescoço da presa, a qual morre por sufocamento ou lesões cerebrais.
O comprimento médio é de 1,4 a 1,8 metros para o macho e 1,2 a 1,7 metros para a fêmea. A cauda mede em torno de 45 a 65 centímetros. A altura fica compreendida entre 68 a 76 centímetros. O peso varia conforme o hábitat no qual este animal esteja inserido, podendo variar de 55 a 135 quilos.
Em relação aos padrões reprodutivos, as fêmeas atingem a maturidade sexual as 2 anos de idade e os machos aos 3 anos. A gestação dura 3 meses, dando origem a uma ninhada formada por de 1 a 4 filhotes, dos quais apenas um deles chega à fase adulta. Eles são alimentados até os 3 meses de idade e nascem cegos, permanecendo assim até a segunda semana de vida.
Felinos Silvestres do Rio Grande do Sul: Gato-do-Mato
O gato-do-mato possui o mesmo tamanho do gato doméstico, porém se distingue deste pelas listras e manchas escuras ao longo do corpo e na face. A pelagem de fundo normalmente é amarelo acastanhado, com ventre branco.
A extensão corporal é de aproximadamente 60 centímetros, com uma cauda medindo 31 centímetros. O peso médio fica compreendido entre 2 a 5 quilos, no entanto já houve relatos de indivíduos pesando 7,8 quilos.
O dimorfismo sexual também é válido para essas espécies, visto que os machos são maiores que as fêmeas.
A gestação tem duração de 72 a 78 dias, dando origem a ninhadas de até 3 filhotes.
Não é um animal ameaçado de extinção. Esta espécie é amparada por uma legislação instituída na década de 80 que torna ilegal a caça e comercialização de sua pele em boa parte dos países da América do Sul.
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Agora que você já conhece um pouco mais sobre os felinos silvestres do Rio Grande do Sul, continue conosco e visite também outros artigos do site.
Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
Agência Brasil. O Globo. Bioma do Rio Grande do Sul já perdeu 54% da vegetação original, diz Ibama. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/brasil/bioma-do-rio-grande-do-sul-ja-perdeu-54-da-vegetacao-original-diz-ibama-2976358>;
DIANA, J. Toda Matéria. Jaguatirica. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/jaguatirica/>;
Fiocruz. Introdução. Disponível em: < http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/felinos.htm>;
MAGALHÃES, L. Toda Matéria. Onça-Pintada. Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/onca-pintada/>;
MAGALHÃES, L. Toda Matéria. Pampa. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/pampa/>;
Sua Pesquisa. Fauna e Flora do estado do Rio Grande do Sul. Disponível em: < https://www.suapesquisa.com/fauna_flora/rio_grande_sul.htm>;
Wikipédia. Gato-do-mato-grande. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Gato-do-mato-grande>.