Existem quase 20.000 espécies conhecidas de abelhas em sete famílias biológicas reconhecidas (há quem afirme existir mais de 25.000 espécies). Elas são encontrados em todos os continentes (exceto na Antártida), em todos os habitats do planeta que contém plantas com flores polinizadas por insetos.
Família Adrenidae
Dentro dessa família estão abelhas que habitam áreas temperadas ou áridas. Aqui subdivide-se as famílias: Alocandreninae, Andreninae, Oxaeinae e Panurginae.
Alocandreninae: dentro desta família parace existir somente uma abelha, conhecida como Alocandrena porteri. Diz-se ser nativa da região andina do Peru.
Andreininae: aqui temos uma família cosmopolita que inclui cinco gêneros de abelhas, sendo a maior parte da família composta pelo gênero andrena. A distribuição das abelhas desse g~enero inclui boa parte do mundo, à exceção óbiva da Antártida e, surpreendentemente, a Oceania e a América do Sul.
Um exemplo de abelha desse gênero e família chama-se andrena fulva, uma abelha que costuma criar seu ninho no chão e dificilmente gosta de viver em colônias mas antes é uma abelha do tipo solitária e independente. Vive em florestas, pastagens, parques e jardins na Europa, dos Bálcãs ao sul da Escandinávia, Reino Unido e Irlanda.
Oxaeinae: esta é uma família de abelha exclusivamente americana, podendo ser vita no continente de norte a sul (mas não exatamente no Brasil). Possui cerca de 20 espécies divididos em quatro gêneros, sendo mais conhecido as abelhas do gênero protoxaea.
Um exemplo de abelha desse gênero e família chama-se protoxaea gloriosa. Em geral essas abelhas são mineradoras.Seus ninhos são tocas fundas no solo, e as provisões são uma mistura de pólen e néctar nas células com um revestimento impermeável semelhante a uma cera. Elas podem ser melhor reconhecidos pela posição extremamente baixa dos ocelos em seus rostos, uma característica não compartilhada por quaisquer outras grandes abelhas.
Panurginae: esta é uma subfamília grande com mais de 30 gêneros divididos em 7 tribos. A quantidade de espécies, portanto, ainda é incalculável (certamente, são muitos milharess).
Selecionamos como uma espécie representante pra foto aqui no artigo uma espécie do gênero perdita, que caracteriza muito bem uma particularidade dessa subfamília, que são as marcas amarelas também na área da cabeça, diferente de todas as outras abelhas. Pra se ter uma idéia do quão grande deve ser essa sub-família, só esse gênero perdita tem mais de 600 espécies de abelhas.
Como exemplos de abelhas desse gênero na subfamília panurginae podemos citar perdita luteola ou perdita octomaculata. As perditas são geralmente muito pequenas (2,0 mm a 10,0 mm) e geralmente são coloridas com reflexos metálicos ou marcações amarelas ou brancas bem vívidas. São consideradas abelhas mineradoras e são muito predominantes nas regiões dos Estados Unidos e México.
Família Stenotritidae
Nessa família só existem por enquanto cerca de 20 espécies de abelhas classificadas, divididas em dois gêneros, todas nativas da Austrália. É a menor família de abelhas, portanto. São consideradas abelhas mineradoras grandes, bem rápidas e bem cabeludas também.
Os dois gêneros dentro dessa família são: ctenocolletes e stenotritus. As abelhas reconhecidas nesses gêneros atualmente são: ctenocolletes albomarginatus, ctenocolletes centralis, ctenocolletes fulvescens, ctenocolletes nicholsoni, ctenocolletes nigricans, ctenocolletes ordensis, ctenocolletes rufescens, ctenocolletes smaragdinus, ctenocolletes tigris, ctenocolletes tricolor, stenotritus elegans, stenotritus elegantior, stenotritus ferricornis, stenotritus greavesi, stenotritus murrayensis, stenotritus nigrescens, stenotritus nitidus, stenotritus pubescens, stenotritus rufocollaris, stenotritus splendidus e stenotritus victoriae.
Família Halictidae
Esta é uma família enorme, considerada a segunda maior se incluir também as famílias de vespas. Aqui subdivide-se as famílias Halictinae, Nomiinae, Nomioidinae e Ritina.
Halictinae: aqui está incluída a maior e mais diversificada espécies da família das abelhas hactídeas. São quase 2500 espécies divididas em 5 tribos: Augochlorini, Caenohalictini, Halictini, Sphecodini e Thrinchostomini.
Como exemplo de abelha dentro dessa sub-família tão diversificada e numerosa, citamos halictus scabiosae, uma abelha presente na maior parte da Europa e no norte da África. Uma abelha muito bonita, com abdome longo, listras amareladas e uma banda dupla nos tergitos dois e três. As pernas são amarelas e as antenas são totalmente pretas e curvas no ápice. Também fazem sua colmeia em buracos no chão e costumam ser eussociais como as nossas brasileiras.
Nomiinae: essa sub-família compreende cerca de 11 gêneros e pelo menos 550 espécies. Os 11 gêneros reconhecidos são: Dieunomia, Halictonomia, Lipotriches, Mellitidia, Nomia, Pseudapis, Ptilonomia, Reepenia, Spatunomia, Sphegocephala e Steganomus.
Como exemplo de abelha dentro dessa subfamília citamos Dieunomia heteropoda, uma abelha comum em regiões da América Central e América do Norte, especialmente em regiões mexicanas. Abelhas mineradoras.
Nomioidiae: sobre essa sub-família não há muita informação disponível. Acredita-se que são abelhas recorrentes nas seguintes regiões: EUA e Canadá, Europa e Norte da Ásia, Bacia do Mediterrâneo, África, Sul e Sudeste Asiático, Australásia – Oceania.
Ritina: aqui nessa sub-família existe a classificação com cerca de 13 gêneros e pelo menos 250 espécies. Os 13 gêneros reconhecidos são: Ceblurgus, Conanthalictus, Dufourea, Goeletapis, Micralictoides, Morawitzella, Morawitzia, Penapis, Protodufourea, Rofitas, Sphecodosoma, Systropha e Xeralictus.
Família Colletidae
A maioria das espécies dssa família de abelhas vive na América do Sul e na Austrália. Aliás, mais de 50% de todas as abelhas da Austrália são abelhas dessa família. As cinco subfamílias , 54 gêneros e mais de 2000 espécies são evidentemente solitárias, embora muitas se aninham em agregações.
As cinco sub-famílias que a compõem são: Colletinae, Diphaglossinae, Euryglossinae, Hylaeinae e Xeromelissinae. Acredita-se que esta família seja provavelmente a mais “primitiva” entre as abelhas existentes.
Família Megachilidae
Família cosmopolita de abelhas solitárias, cuja estrutura carregadora de pólen (chamada scopa ) é restrita à superfície ventral do abdômen (em vez de principalmente ou exclusivamente nas patas traseiras, como em outras famílias de abelhas). É dividida apenas em duas sub-famílias: Fideliinae e Megachilinae.
Os gêneros de abelhas dessa família são mais comumente conhecidos como abelhas cortadeiras, refletindo os materiais a partir dos quais elas constroem suas células de ninho (solo ou folhas, respectivamente); algumas coletam plantas ou pêlos de animais e fibras, sendo por isso chamadas de abelhas cardadoras, enquanto outras usam resinas de plantas na construção de ninhos e são correspondentemente chamadas nesses casos de abelhas de resina.
Família Melittidae
É uma diminuta família de abelhas, com mais de 200 espécies descritas em três subfamílias. A família tem uma distribuição limitada, com todas as espécies descritas restritas à África e à zona temperada do norte. As abelhas dessa família são bem conhecidas por seus hábitos de forrageamento especializados e oligoléticos. As sub-famílias compreendem: Dasypodainae, Melittinae e Meganomiinae.
Sub-família dasypodainae: é uma pequena subfamília de abelhas com mais de 100 espécies em oito gêneros, encontradas na África e na zona temperada do norte, principalmente em habitats xericos (semelhantes a caatinga brasileira). Hesperapis regularis é um exemplo de abelha dessa sub-família (habita prados, campos, vales e jardins da Califórnia, EUA).
Sub-família melittinae: é uma pequena subfamília com cerca de 60 espécies em quatro gêneros, restrita à África e à zona temperada do norte. Macropis nuda é um exemplo de abelha dessa subfaília, uma abelha considerada oleaginosa por preferir plantas assim, como as plantas do gênero lysimachia. Essas abelhas podem ser encontradas em partes do Canadá, Montana, Idaho, Colorado, Maine, Nova Jersey e Nova York.
Sub-família meganomiinae: uma subfamília com 10 espécies em quatro gêneros, encontradas apenas na África, com os limites distributivos no Iêmen e em Madagascar. Os gêneros correspondentes são Ceratomonia, Meganomia, Pseudophilanthus e Uromonia.
Família Apidae
Pode-se afirmar basicamente que é a família da qual é proveniente a grande maioria (senão todas) as espécies de abelhas encontradas em nosso país. É a maior família dentro da superfamília Apoidea, contendo pelo menos 5.700 espécies de abelhas. Quase a maioria são polinizadores valiosos em habitats naturais e para culturas agrícolas. Aqui estão incluídas as sub-famílias: Apinae, Nomadinae e Xylocopinae.
A subfamília apinae contém uma diversidade de 15 linhagens de tribos, a maioria das quais são solitárias e cujos ninhos são simples tocas no solo. A subfamília nomadinae tem 31 gêneros em 10 tribos que são todos cleptoparasitas nos ninhos de outras abelhas. E subfamília xylocopinae inclui as abelhas de carpinteiro, que tendem a ser gregárias, embora é na maior parte solitária. A maioria dos membros desta subfamília faz ninhos em caules de plantas ou madeira.
Como exemplos de abelhas pertencentes a essa grande família estão as espécies de abelhas brasileiras.