Espécie de golfinho, a toninha é um dos menores mamíferos aquáticos que existem. E, como todo golfinho que se preze, a toninha é um animal bem interessante, em especial, devido à sua inteligência.
O próximo texto será justamente sobre esse incrível animal, e sobre algumas de suas principais diferenças entre outras espécies de cetáceos mais conhecidas.
Algumas Características Básicas Da Toninha
De nome científico Pontoporia blainvillei, a toninha pode ser encontrada nas águas costeiras do Atlântico, no sudeste da América do Sul. Trata-se, na verdade, de um membro dos chamados golfinhos fluviais, sendo, por sinal, o único que vive em estuários do oceano, e também em águas salgadas. Em suma, não vive somente em águas doces.
Especificamente, são animais que podem ser encontrados desde o estado do Espírito Santo até a parte mais sul do continente sul-americano. E, e se conseguem viver tanto em águas salgadas, quanto em águas doces (como em rios, por exemplo) isso se deve ao fato de serem os cetáceos mais antigos que existem, e por conta do aparecimento dos golfinhos modernos, as toninhas tiveram que se adaptar também às águas fluviais par não disputar tanto espaço.
A toninha, é bom dizer, é a única espécie do seu gênero. Ela também possui o maior focinho entre os cetáceos. Nesse longo focinho, podem ter de 210 a 242 dentes. Em termos de tamanho total, os machos podem chegar a 1,6 metros, enquanto que as fêmeas podem atingir até 1,8 metros de comprimento. Também é conhecida pelos nomes de boto-amarelo, boto-cachimbo, golfinho-do-rio-da-prata.
Já com relação a coloração, o corpo de uma toninha possui um corpo marrom acinzentado, sendo que a parte inferior é mais clara. Não somente o focinho é bem grande em relação ao tamanho do corpo, coimo também as suas nadadeiras são enormes e largas, sendo estreitas na junção com o corpo.
Com peso total de 50 kg, a toninha pode viver até os 20 anos. Já a sua maturidade sexual surge entre os 2 ou 3 anos de idade, mais ou menos. As fêmeas, por sua vez, têm um ciclo reprodutivo que dura em torno de 2 anos. Em geral, os filhotes nascem com cerca de 70 cm de comprimento, após uma gestação que pode durar até 11 meses.
Ainda se sabe pouco em relação à alimentação da toninha, mas estudos vêm sendo feitos em diversas áreas entender a preferência alimentar desse tipo de golfinho. O que se sabe até agora é que ela apresentou tendência de gostar de teleósteos, cefalópodes (como lulas e polvos) e crustáceos (nos quais o prato preferido são os camarões).
No geral, as toninhas são consideradas o “indicativo de saúde dos mares”, pois são seres que “mostram” bem claramente quando um ambiente marinho está ou não poluído. E é justamente por conta de ser um animal bastante vulnerável ao ambiente em que vive, que ele se encontra ameaçado de extinção (tema que vamos abordar logo mais).
Outros Hábitos Comuns Da Toninha
Em geral, esses animais se reúnem em grupos pequenos, com cerca de 2 a 5 membros que tenham laços familiares entre si. Esses grupos são isolados, sendo bastante comum encontrá-los próximos a uma mesma área. Por serem animais costeiros, as toninhas podem ser encontradas em locais com até 50 metros de profundidade. A maioria, no entanto, prefere ficar a cerca de 30 metros, pois, como já dito anteriormente, esses animais preferem não disputar por muito espaço.
É incomum que toninhas apareçam em baías ou mesmo em ambientes mais protegidos. Contudo, de vez quando, elas penetram a distâncias curtas em rios localizados em suas áreas de distribuição geográfica.
Na maior parte dos casos, trata-se de um animal bastante discreto, quase “tímido”, movendo-se muito suave e lentamente. Em alguns casos, torna-se difícil detectá-los, a menos que as águas da localidade estejam calmas.
Não Confunda Com Outras Espécies Golfinhos Ou Botos
Muitos, devido ao formato de seu corpo, podem acabar se confundindo, achando que uma toninha seja um golfinho comum, ou mesmo um boto. Porém, são diferentes. Ao contrário destes, as toninhas são mais discretas, não exibindo com facilidade os seus saltos por aí. Além disso, em termos corporais, as toninhas possuem focinhos e nadadeiras mais proeminentes e maiores em relação ao próprio corpo.
Há também a questão primordial da diversidade entre esses animais. Existem cerca de 40 espécies diferentes de golfinhos, 6 espécies distintas de botos, ao passo que a toninha é uma única espécie relacionada aos próprios golfinhos. Saliente-se também que os golfinhos nadam tranquilamente em alto mar, enquanto que as toninhas apreciam ficar mais na costa dos continentes.
Por fim, podemos dizer que os golfinhos, em geral, podem se dar bem em cativeiro, ao contrário na toninha, que não se adapta muito bem a esse tipo de ambiente (assim como o boto também, diga-se de passagem). Tentar adestrar toninhas, portanto, é mais complicado, até mesmo por conta de seu comportamento mais discreto.
Ameaças À Sobrevivência Da Toninha
Dentre os menores cetáceos que se encontram no Atlântico Sul ocidental, a toninha é o mais ameaçado de extinção. Devido ao fato de viverem muito próximos das costas, esses animais geralmente caem com facilidade nas redes de pescadores. Assim, fuçam presos, e consequentemente se afogam. Estimativas dão conta que cerca de 1500 espécimes morram anualmente dessa maneira.
Outro fator que vem colocando em risco a sobrevivência da toninha em seu habitat natural é no que diz respeito à degradação de seu ambiente, seja em áreas costeiras ou estuárias. Através da cadeia alimentar, as toninhas também podem sofrer bastante com a poluição das águas, causando desde problemas fisiológicos, até complicações reprodutivas ou mesmo comportamentais.
E, isso tudo sem contar a poluição sonora que acomete esses animai devido ao barulho incessante das embarcações, atividades portuárias, entre outros empreendimentos que acabam causando ruídos em ambientes aquáticos que acabam perturbando as toninhas em seu habitat, causando estresse.
As estimativas dão conta que existam cerca de 40 mil espécimes vivendo entre a conta do Uruguai e a costa do Brasil. A conservação da espécie no Brasil se dá através do Projeto Toninhas, que visa pesquisar esses mamíferos marinhos em águas brasileiras, e evitar a sua extinção.