O tamanduá é um dos mamíferos mais curiosos do Brasil, já que possui características bastante únicas e um modo de vida interessantíssimo. Dessa forma, o tamanduá é conhecido por muitos ao redor do país, que enxergam nesse animal um grande símbolo da nação. Isso porque, embora exista também em outros países, a propagação do tamanduá pelo Brasil se deu de maneira muito intensa ao longo do tempo.
Assim, atualmente é possível dizer que o mamífero já está presente em quase todas as partes do território nacional, ainda que em pequena escala em algumas delas. Dessa maneira, há muitas espécies de tamanduá pelo Brasil, cada um com as suas características. Portanto, embora muitos dos detalhes do animal sejam comuns a todas as espécies, é possível citar uma série de diferenciações em cada uma delas.
O tamanduá-bandeira, por exemplo, que é o mais famoso do país, possui detalhes físicos e especificidades em seu modo de vida que o tamanduá-mirim não tem. Logo, tudo isso ajuda a definir melhor o universo dos tamanduás, além de também facilitar o entendimento quando se deseja conhecer mais sobre o mundo desse tipo de animal. Se esse for o seu caso, veja abaixo mais informações sobre o modo de vida do tamanduá, além de entender como as diferentes espécies do animal podem sobreviver.
Características do Tamanduá
Apesar de o tamanduá possuir muitas espécies distintas, que guardam detalhes exclusivos, existe a possibilidade de citar uma série de características desse animal que são comuns a quase todas elas. Para começar, o tamanduá é um mamífero e, como tal, a relação entre filhote e mãe é muito forte, já que a mãe oferece alimentação para esse filhote ao longo das primeiras semanas de vida.
Ademais, a proteção da mãe é chave para que o tamanduá mais jovem não morra, mesmo depois de passado algum tempo após o seu nascimento. Isso acontece porque o tamanduá é um animal que possui inúmeros predadores na natureza, que podem variar entre as diferentes regiões do Brasil. Em todo caso, lobos, onças, cachorros selvagens e alguns outros predadores podem ser um problema grave quando se trata de manter a vida de um filhote.
Como mamífero que é, o tamanduá é capaz de manter a temperatura interna do corpo, ainda que a temperatura externa varie bastante. Porém, para que não sofra internamente com as variações ao seu redor, o tamanduá precisa realizar um esforço grande. Esse é um ponto que parece óbvio, já que muitas pessoas realmente enxergam o animal como um ser endotérmico à primeira vista, mas há dúvidas na cabeça de alguns quanto ao fato de o tamanduá ser um réptil, sobretudo pelo fato de comer insetos. Todavia, apesar de compartilhar a rotina alimentar com alguns répteis, esse não é o caso do tamanduá. Na verdade, o tamanduá apresenta longos pelos seu corpo, o que também é um diferencial claro em relação aos répteis.
Assim, esse animal possui pelagem de muito destaque, já que pode ser bastante fofa – porém, visualmente a pelagem do tamanduá é quase invisível, já que o mamífero sabe se camuflar muito bem no ambiente. Outra característica comum a todos os tamanduás é a dieta, que sempre inclui formigas e, na maioria dos casos, também inclui alguns outros insetos como os cupins. Isso faz com que a competição dos tamanduás entre si seja muito grande, já que a oferta de formigas não acompanha tão bem a demanda do mamífero.
Logo, é comum que um só animal desse tipo seja capaz de dominar áreas de até 10 quilômetros quadrados, também pelo fato de o tamanduá caminhar bastante em busca de água e alimento. Embora muito grande e capaz de comer muito, o metabolismo do tamanduá é lento.
Essa acaba por ser uma grande notícia para o mamífero, já que, dessa forma, o animal não tem de realizar as suas necessidades fisiológicas a todo momento, o que o torna um pouco menos vulnerável em relação aos predadores. Por outro lado, o tamanduá pode sofrer com dores pelo corpo pelo fato de demorar a evacuar, ainda que seu estômago demore a realizar a digestão completa. Além disso, o metabolismo lento ainda ajuda o animal a dormir muito mais, sobretudo nas épocas mais frias do ano.
Portanto, há prós e contras nesse ponto. Por fim, outro detalhe comum aos tamanduás é o focinho alongado, especialmente projetado para buscar por formigas após séculos de seleção natural. Logo, o tamanduá possui enorme facilidade para atingir as partes mais baixas dos ninhos dos insetos, tornando-o um grande predador.
Alimentação, Reprodução e Outras Questões Relativas ao Tamanduá
O tamanduá é um animal que, como a grande maioria das pessoas sabe, se alimenta de insetos. Porém, as formigas não são os únicos insetos a compor a dieta desse mamífero. Na verdade, um tamanduá pode até mesmo sobreviver por anos em uma área sem a presença de muitas formigas, desde que tenha outras fontes de nutrientes. Dessa maneira, o cupim é o outro grande inseto a fazer parte do modo de alimentação do tamanduá, mas está longe de ser o único, já que esse mamífero come praticamente qualquer coisa pequena que se mova – as larvas são um prato cheio para os tamanduás, por exemplo.
Quanto aos vegetais, diversas sementes e algumas plantas podem também compor a alimentação do tamanduá, sobretudo quando a oferta de insetos não é tão grande ao ponto de satisfazê-lo. Indo além, as garras são muito fortes no mamífero, um ponto positivo quando se trata de buscar por insetos pequenos. Logo, é natural que esse animal seja capaz de colocar a garra em buracos pequenos, fazendo uso da parte mais afiada para capturar todo o alimento que conseguir.
De qualquer maneira, o mais comum mesmo é que o tamanduá se alimente colocando a boca nos buracos, o que facilita muito todo o processo, até mesmo pela forma como a sua língua é formada. Isso porque a língua do tamanduá é um verdadeiro “grude”, podendo colar muitas formigas de uma só vez. Essa capacidade se deve à saliva, produzida em larga escala pelo animal e que facilita todo o movimento de alimentação. Ademais, pela forma como o mamífero em questão caminha, os seus membros torácicos também são muito bem desenvolvidos, o que torna mais fácil andar por 5 ou 10 quilômetros ao longo de um dia.
Ademais, as garras afiadas e o físico forte servem para se defender dos muitos predadores em potencial, algo capaz de minimizar um pouco a lentidão do tamanduá ao se movimentar e a falta de controle sobre a coordenação motora. Uma vez que consome o alimento, esse animal faz uso de um longo intestino, podendo alcançar mais de 7 metros, para realizar a digestão. Há ainda a presença de algumas bactérias para degradar a quitina presente no esqueleto dos insetos, o que torna mais simples para o tamanduá comer animais desse tipo. Já a reprodução do tamanduá pode acontecer em momentos diferentes da vida do animal, já que há variação quanto à espécie – algumas podem reproduzir em qualquer época do ano.
O tempo de gestação também pode mudar muito, pois é necessário levar em conta como cada espécie é capaz de reagir. Porém, sabe-se que o tempo máximo de gestação de um tamanduá chega aos 190 dias, cerca de 27 semanas. O tempo não é muito elevado quando comparado àquele de outros mamíferos, mas atrapalha bastante o modo de vida da fêmea.
Na verdade, nesse momento a fêmea passa a depender bastante do macho, que precisa realizar o trabalho de proteção e ainda facilitar o acesso aos alimentos. É bastante natural que uma fêmea seja vítima dos predadores nesse momento mais frágil da sua vida. Até mesmo por isso, a relação entre o filhote a mãe costuma ser muito forte, já que o processo de geração do pequeno tamanduá não é fácil.
Assim, nos primeiros meses de vida o jovem tamanduá fica muito preso à sua mãe, sobretudo enquanto ainda se alimenta do leite materno e precisa dos nutrientes ali presentes para se desenvolver como animal. O macho costuma se afastar da fêmea já no fim da gestação, embora alguns se mantenham por perto até mesmo depois do nascimentos dos filhotes, se afastando apenas depois do período de amamentação. Isso é algo que depende muito de cada espécie e também de cada indivíduo.
Em todo caso, o mais normal é que um tamanduá não viva em grupos, já que o caçador de formigas gosta de viver sozinho, seja macho ou fêmea. Logo, o filhote também se afasta da mãe após atingir a sua maturidade sexual, embora não se estabeleça muito distante.
Tamanduá-Bandeira
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Comprimento: até 2 metros;
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Habitat: amplo, podendo habitar desde savanas até florestas equatoriais;
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Distribuição geográfica: América do Sul e América Central.
O tamanduá-bandeira é o mais famoso de todos os tamanduás do Brasil, já que a espécie possui projeção internacional e muitas vezes é citada como sinônimo da fauna brasileira. Porém, o tamanduá-bandeira é uma espécie que vai muito além do Brasil, podendo estar presentes em outros países da América do Sul e sendo muito comum ainda na América Central. O que se sabe sobre esse animal, algo que até é possível analisar a partir das suas localidades preferidas, é que o tamanduá-bandeira gosta de temperaturas altas.
Dessa maneira, é muito comum que o animal fique no ninho ao longo de grande parte do inverno ou do período de chuvas, preferindo o sol para caçar o seu alimento. Esse é um tipo de tamanduá que gosta de caminhar, muito diferente de outras espécies biologicamente próximas. Dessa forma, um tamanduá-bandeira pode caminhar até 10 quilômetros por dia sem grandes problemas, algo que, na verdade, até faz bem para o corpo do mamífero.
Pois, ao caminhar por grandes distâncias, o tamanduá-bandeira fortalece o seu aparelho muscular e se torna muito mais preparado para enfrentar predadores – as onças e jaguatiricas são particularmente agressivas com esse tipo de tamanduá. O tamanduá-bandeira costuma medir cerca de 2 metros de comprimento, o que mostra como ele é grande e pode assustar em um primeiro momento.
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Estado de conservação: vulnerável;
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Peso: até 42 quilos;
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Alimentação: insetos, sobretudo cupins e formigas.
Todavia, quase não há casos de ataques por parte do tamanduá-bandeira às pessoas, mesmo quando agredido. De qualquer modo, se você não possui confiança em relação à aproximação, não tente chegar muito perto de um tamanduá selvagem, já que as garras do animal são muito afiadas e podem causar estragos graves na pele humana. O ambiente para desenvolvimento do tamanduá-bandeira pode ser variado, algo visto quando se nota que o mamífero está presente em regiões de savanas e também em áreas de florestas equatoriais, que possuem pouca relação entre si.
Porém, o calor é necessário ao animal; embora a oferta de água, por sua vez, nem seja tão importante. Por ter uma pelagem mais longa e viver na natureza na grande maioria dos casos, o tamanduá-bandeira é facilmente parasitado por animais como o carrapato. Por mais que isso não vá matar o mamífero em um primeiro momento, é extremamente negativo para ele ter um carrapato prejudicando a sua saúde. Quanto à capacidade de socialização do tamanduá-bandeira, o mais comum é que esse animal se mantenha afastado dos pares, sobretudo quando não está perto da época de reprodução.
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Comportamento social: vive sozinho, exceto na época de reprodução;
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Maturidade sexual: entre 2 e 4 anos.
Já na reprodução, o mais comum é que o macho se aproxime da fêmea, realize o ato sexual e se mantenha por perto até o fim do período de amamentação do filhote ou até o momento de nascimento desse filhote. Um detalhe importante sobre o tamanduá-bandeira é o seu estado de conservação, que ainda não é caótico, mas já se apresenta preocupante. Isso porque a espécie é tida como vulnerável, principalmente por conta da destruição do habitat e pela forma como as pessoas tentam caçar esse tipo de tamanduá.
Uma curiosidade sobre a alimentação do tamanduá-bandeira é que, antes de os insetos serem consumidos por completo, eles são moídos no estômago, que possui paredes duras e se contrai para realizar o trabalho. A ingestão é ajudada pela ingestão de areia e terra, além de o próprio ácido das presas ser usado para facilitar o processo. Isso acontece, também, pelo fato de que o tamanduá-bandeira não consegue produzir o seu próprio ácido, o que é uma limitação grave para uma espécie que praticamente consome apenas insetos.
Tamanduá-Mirim
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Comprimento: cerca de 1 metro;
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Países de preferência: Venezuela e Brasil;
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Principais predadores: onça-pintada e jaguatirica.
O tamanduá-mirim é mais um dos tamanduás típicos do Brasil, já que se propaga por grande parte do país. Além disso, a espécie em questão ainda se faz presente em outras partes da América do Sul, como a Venezuela. Muito conhecido, o tamanduá-mirim pode ser considerado o “número 2” no mundo dos tamanduás nacionais, já que o tamanduá-bandeira sempre vem à mente quando se fala nesse tipo de animal.
Em todo caso, as características do tamanduá-mirim são muito claras e diferenciadas, a começar pelo tamanho. Esse tipo de mamífero pode chegar a pouco mais de 1 metro de comprimento, tamanho elevado e que ajuda o animal a buscar suas presas. Ademais, é comum que o tamanduá-mirim se coloque sobre duas patas, algo que os outro tamanduás nem sempre fazem com regularidade.
Um ponto muito curioso sobre o tamanduá-mirim é que esse animal possui um padrão de pelagem bastante interessante, que faz com que as pessoas pensem ver um colete em seu corpo – isso porque a parte preta do pelo contrasta muito bem com o marrom, criando uma relação final que dá a entender que a espécie usa um colete. Todavia, é possível ainda que a cor da pelagem do tamanduá-mirim varie, já que se pode ter animais completamente pretos ou totalmente marrons, a depender de como são os pais do exemplar e de qual foi a relação criada entre os genes de cada um deles no momento da relação sexual.
O tamanduá-mirim possui grandes e longas garras, úteis para que o animal seja capaz de buscar por alimentos também com as patas. Logo, não é nada incomum ver o tamanduá-mirim colocar a sua pata em ninhos de insetos para chegar até o seu alimento. O habitat da espécie é variável, assim como acontece também com o tamanduá-bandeira. Dessa forma, o tamanduá-mirim pode ser visto em áreas de savana, de floresta equatorial, em faixas de transição e em mais algumas outras áreas vegetais do Brasil.
No fim das contas, o mais importante é que haja a oferta de insetos para saciar a fome do animal ao longo do dia a dia. Solitário, o tamanduá-mirim apenas de coloca junto a outro animal da espécie no momento da reprodução, algo que vale para machos e fêmeas. Isso pode ser um problema quando se trata de proteção contra predadores, já que onças-pintadas e jaguatiricas, por exemplo, aproveitam o fato de o tamanduá-mirim viver sozinho para atacar com agressividade.
Sobre o seu estado de conservação, o tamanduá em questão se apresenta como pouco preocupante, até mesmo pelo fato de não ser tão caçado pelas pessoas quanto algumas outras espécies. De todo modo, o habitat do tamanduá-mirim é cada vez mais destruído pelas pessoas, seja pelo avanço da fronteira agrícola para a região Norte ou pelo fato de a urbanização ser cada vez maior rumo às cidades do interior do Brasil.
Tamanduaí
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Comprimento: cerca de 25 centímetros;
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Países de preferência: Brasil, Suriname e Venezuela;
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Peso: cerca de 400 gramas.
O tamanduaí é outra espécie de tamanduá presente no Brasil e pode ser encontrado com mais facilidade na região Nordeste, além de estar também na parte Norte do país. O tamanduaí ainda é visto em países ao redor do Brasil, como Venezuela, Suriname e Guiana Francesa.
O tamanduaí difere bastante dos outros tipos de tamanduá do Brasil, a começar pelo seu tamanho reduzido. Dessa maneira, o animal possui cerca de 25 centímetros de comprimento, algo que contrasta bastante com o grande porte de outras espécies. Porém, de forma também diferente em relação a outras espécies, o tamanduaí é capaz de subir em árvores e se colocar no topo delas, algo fundamental quando se trata de manter a sua vida em segurança.
Isso porque, por mais que os felinos predadores de tamanduás possam escalar árvores, o natural é que os ataques sejam realizados com mais potência no solo. Portanto, é muito raro que um tamanduaí seja atacado por grandes predadores quando está na parte alta de árvores. Na verdade, em boa parte do tempo o tamanduaí fica na mesma posição, algo que serve muito bem como camuflagem. Apenas à noite o animal sai do lugar, embora não goste de descer das árvores em momento algum.
Sobre a pelagem da espécie, o tamanduaí apresenta um pelo muito mais sedoso quando comparado a outros tipos de tamanduá, tendo ainda muita maciez nessa parte do corpo – por isso essa espécie pode ser também chamada de tamanduá-seda. Leve, com cerca de 400 gramas, o tamanduaí se alimenta também de insetos. Porém, como é pequeno, a alimentação desse animal é bastante simples, sem a exigência de grandes quantidades de insetos por dia.
Como não gosta de deixar o topo das árvores para descer ao solo, o natural é que o tamanduaí consuma as formigas arbóreas, além de também comer os cupins que criam casas por perto. O mamífero é capaz de se locomover por cerca de 4 a 5 quilômetros diariamente, mas sempre sobre as árvores. Sua média de consumo de formigas em um dia pode variar entre 100 e 8 mil, já que depende muito da oferta.
Em geral, como a oferta é limitada na natureza, um tamanduaí costuma comer cerca de 400 formigas por dia. Em estado pouco preocupante de conservação, o animal consegue se manter com bom número de exemplares pelo Brasil devido ao fato de saber se camuflar. O único momento do ano em que o tamanduaí não faz isso é durante o período de reprodução, quando o macho precisa atrair a atenção da fêmea de alguma maneira.
Uma vez feita a relação sexual, o casal trata de cuidar um do outro até o momento do nascimento do filhote, algo que costuma durar entre 120 e 150 dias. É fundamental que o macho esteja por perto nessa fase, já que a fêmea fica limitada em movimentos e tem dificuldade para se proteger. Depois do nascimento do filhote, o macho costuma rumar para outras áreas, embora não muito distante.
Tamanduá-Mexicana
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Comprimento: cerca de 65 centímetros;
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Peso: cerca de 8 quilos;
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País de preferência: México.
O tamanduá-mexicana é um tipo de tamanduá que, como o seu nome já indica, vive no México. Dessa maneira, o México é o único país da América do Norte a possuir exemplares de tamanduá ao longo do seu território. O tamanduá-mexicana pode ter até 65 centímetros, além de pesar cerca de 8 quilos. Esse animal possui um porte médio para os padrões latino-americanos de tamanduá, gostando muito de escalar as árvores em busca de proteção e alimentos.
Além do México, nação que dá nome à espécie, o tamanduá-mexicana ainda se mostra presente na Colômbia, na América Central e em parte do Equador. As suas garras, como acontece também com outros tipos de tamanduá, possuem grande extensão e são afiadas, algo que mostra bem como o tamanduá-mexicana pode ser agressivo em relação às formigas e demais insetos das regiões em que vive. O olhos do animal são muito pequenos e não são tão eficientes, o que faz com que o tamanduá-mexicana precise escutar muito bem para compensar o problema.
Dessa maneira, as orelhas do mamífero são avantajadas, projetadas para o lado externo, o que facilita tudo no momento da audição. A cor do seu pelo fica entre um amarelo claro e alguns tons mais escuros, além de o preto fazer parte de alguns detalhes dessa espécie. Algo curioso sobre o tamanduá-mexicana é que as patas traseiras possuem um total de 5 dedos, enquanto as dianteiras têm apenas quatro. Seja como for, esse tipo de mamífero possui sempre as garras muito longas e perigosas.
Porém, apesar de comer insetos de forma incessante, o tamanduá-mexicana está longe de ser agressivo na relação com as pessoas. Na realidade, o mais comum é que o mamífero se esconda ao escutar passos humanos ou fazer contato visual com uma pessoa. O animal também não é agressivo quando se trata da relação com outros animais, embora goste de ficar sozinho, até mesmo para ter acesso aos alimentos de maneira mais tranquila. Os seus hábitos são noturnos, algo comum a outros tipos de tamanduá.
Portanto, é comum ver um exemplar de tamanduá-mexicana se movendo sobre as árvores, em busca de alimentos, logo depois do fim da tarde. Vale lembrar que a espécie passa muito tempo sobre as árvores pelo fato de apresentar muitas dificuldades para se locomover no solo, até mesmo pela forma como o seu corpo foi anatomicamente projetado.
Quanto ao período de reprodução, essa é uma época que costuma ser bastante gaitada para o tamanduá-mexicana, já que o macho precisa atrair a fêmea. Em todo caso, após o ato sexual, a fêmea leva cerca de 5 meses para gerar o filhote, que quase sempre nasce apenas um por vez. Como o estado de conservação do animal é pouco preocupante, o mais comum é que os filhotes sofram pouco para atingir a fase adulta.
Espécies Extintas de Tamanduá
O tamanduá é um animal bastante interessante, com modo de vida muito único no meio animal e que pouco representa perigo a outros animais. Todavia, ainda assim é possível que um mamífero nessas condições sofra bastante e chegue até mesmo a ser extinto. Pois foi isso que aconteceu com o Neotamandua, um tipo de tamanduá que viveu na América Central e na América do Sul há milhões de anos.
Esse animal, segundo tudo leva a crer, é o mamífero que deu lugar ao tamnduá-bandeira. Essa espécie antiga e já extinta, assim como as espécies atuais, vivia de consumir insetos. O mais comum era que formigas fizessem parte da dieta do Neotamandua, mas outros insetos também poderiam compor o banquete.
Esse animal, segundo dados analisados a partir dos fósseis, poderia pesar até cerca de 10 quilos, com um modo de vida pouco agressivo aos outros animais. Seu habitat era a floresta, seja tropical ou equatorial, mas o certo é que esse cenário se mostrava o ideal para o desenvolvimento das principais questões ligadas ao modo de vida do Neotamandua.
A espécie teria vivido no Brasil, embora seja impossível comprovar isso com os dados que se tem atualmente. Porém, considerando que o tamanduá em questão vivia na Colômbia e também em parte da Argentina, é muito provável que também houvesse exemplares do Neotamandua em território brasileiro.
Ademais, outro tipo de tamanduá já extinto é o chamado Protamandua, uma espécie que viveu na Argentina, mas apresenta ainda mais mistérios do que o Neotamandua. Isso porque as informações a respeito do Protamandua são muito escassas, o que torna bastante complicado o trabalho de aprender mais sobre o modo de vida do mamífero. Sabe-se que esse animal possui parentesco próximo com o tamanduá-bandeira, mas é complicado confirmar outras hipóteses com as informações que se tem atualmente.
Um dos motivos mais prováveis para o desaparecimento de ambos os tamanduás extintos é a perda de espaço na competição por alimentos contra outros animais. Assim, é provável que um grande animal da época tenha crescido ao ponto de competir em modo de vida com esses tamanduás. Outra opção é que todos tenham sido mortos por predadores, que também podem ser crescido em população ao ponto de exterminar os tamanduás. Esse processo, seja como for, aconteceu ao longo de muitos séculos e não se deu apenas durante alguns poucos anos.
Dessa maneira, certamente o processo de extinção das espécies citadas foi extenso e, no fim das contas, resultou na extinção. Algo parecido pode estar acontecendo com o tamanduá-bandeira, que começa a apresenta um grande e acentuado declínio no número de exemplares no Brasil, algo preocupante. Tanto é assim que a espécie já é tida como vulnerável pelos principais órgãos de pesquisa da América do Sul, mostrando o quanto o tamanduá em questão, esse símbolo da América do Sul, merece atenção.
Comportamento, Distribuição Geográfica e Mais Sobre o Tamanduá-Mirim
O tamanduá-mirim é uma das espécies sul-americanas de tamanduá, possuindo muitas questões semelhantes ao tamanduá-bandeira. Todavia, nem todo o modo de vida do tamanduá-mirim é semelhante àquele visto em outros tipos desse mamífero, já que em muitos aspectos o tamanduá-mirim se destaca justamente pelo fato de apresentar singularidades.
Para compreender isso de uma forma mais completa, antes de tudo é necessário conhecer mais sobre o comportamento do tamanduá-mirim. Sobre isso, vale dizer que, a exemplo de outros tamanduás, o mirim não gosta de viver em grupos, sejam eles grandes ou pequenos.
Animal solitário que é, esse tipo de mamífero prefere se manter isolado, o que faz com que o seu modo de vida seja muito relacionado às suas necessidades básicas. Isso porque o tamanduá-mirim não costuma ter competidores por perto, além de não ser obrigado a realizar aquilo que não deseja. Ademais, por mais que seja possível ver o tamanduá-mirim buscando alimentos enquanto o sol ainda está vivo e forte, o mais natural é que esse animal se movimente à noite. Isso porque a capacidade de visão do tamanduá-mirim é limitada, então pouco importa sair à noite ou na parte da manhã.
Uma característica interessante sobre a sua movimentação é o fato de esse animal ser capaz de caminhar sobre duas patas, algo que o tamanduá-bandeira não consegue, por exemplo – no máximo, o bandeira consegue ficar sobre duas patas por alguns segundos. Por mais que isso prejudique um pouco a sua locomoção, caminhar sobre duas patas torna o tamanduá-mirim mais alto e, portanto, mais capaz de buscar alimentos em posições elevadas, algo que acaba por ser fundamental para a manutenção da sua vida.
Ainda assim, isso não impede que o tamanduá-mirim se abrigue em buracos ou troncos de árvores quando deseja, sobretudo quando as temperaturas caem de forma mais abrupta e a proteção se faz necessária. Isso porque, por mais que os tamanduás possam regular a sua temperatura interna sem a interferência de fatores externos, o frio extremo pode gerar problemas graves para a vida do animal.
Algo interessante é que o tamanduá-mirim se mostra capaz de emitir alguns grunhidos enquanto se alimenta, uma característica que outros tipos de tamanduá apresentam mais dificuldades para reproduzir. Em geral, esse som serve para afastar outros tamanduás da área. Porém, quando se trata de fugir dos predadores e se camuflar, o som acaba por ser péssimo. Isso porque o tamanduá-mirim pode representar até cerca de 10% da alimentação de uma suçuarana, além de representar cerca de 6% da alimentação de uma onça-pintada.
Portanto, como alvo que é, nem sempre é muito cômodo para o tamanduá-mirim emitir alguns sons e atrair a atenção. Sobre a sua distribuição geográfica, esse tipo de tamanduá pode se adaptar bem a diferentes ambientes, já que se mostra capaz de viver tanto em locais úmidos como o Pantanal como também em áreas muito mai secas, como é a região de Goiás e Brasília. Em todo caso, a densidade é muito baixa quando se trata desses animais, chegando a ser de 0,1 por quilômetro quadrado em algumas áreas – no entanto, a média costuma ser de 0,3 por quilômetro quadrado.
Os números apenas mostram o quanto o tamanduá-mirim gosta de se manter isolado de pessoa e de outros tamanduás, mesmo que, como já explicado, isso ajude a tornar o mamífero uma presa mais fácil de ser abatida. Por fim, vale ainda citar que a chance de o tamanduá-mirim dar à luz a gêmeos é maior do que a média dos outros tamanduás, embora não se saiba qual o motivo científico responsável por esse fato.
Ameaças e Mais Informações Sobre o Tamanduaí
Espécie pequena de tamanduá, o tamanduaí possui cerca de um quarto do tamanho do tamanduá-mirim e cerca de um oitavo do tamanho do tamanduá-bandeira. Porém, isso não torna a espécie mais frágil, pelo contrário.
Em uma amostra clara de que o mais importante para a sobrevivência é a capacidade de adaptação ao meio e não a força, o tamanduaí consegue fugir mais facilmente das ameaças naturais de viver na selva do que espécies maiores. Isso acontece porque o animal, além de muito rápido por conta do pouco peso, ainda consegue subir em árvores com uma facilidade sem igual.
Por mais que os predadores sejam felinos, uma onça ou jaguatirica jamais será capaz de chegar às partes mais altas de uma árvore enorme, algo que o tamanduaí faz com tranquilidade. Além disso, o metabolismo do tamanduaí é lento, o que faz com que o animal tenha uma necessidade de se alimentar muito menor do que a grande maioria dos mamíferos. Portanto, a maior parte da vida do tamanduaí se passa nas partes altas das árvores. Assim, no fim das contas as principais ameaças ao modo de vida do tamanduaí são feitas pelas pessoas, seja pela destruição do habitat em que vive o animal ou pelo fato de empurrarem predadores e presas para áreas cada vez menores.
De qualquer maneira, há unidades de conservação muito bem preparadas para receber o tamanduaí, como é o caso do famoso Parque Nacional da Amazônia, no Pará. O local abriga uma série de animais silvestres e oferece um ambiente muito natural para o desenvolvimento dos bichos, incluindo o tamanduaí.
Em relação a fatos curiosos, pode-se dizer que o tamanduaí possui alguns. Entre eles, um grande destaque é a postura do animal quando se sente ameaçado de alguma maneira, se colocando sobre as duas patas posteriores e enrolando a cauda entre elas. Dessa maneira, essa é uma forma de o animal tentar aumentar o seu tamanho frente ao inimigo, mas sem perder a segurança de estar preso ao galho da árvore.
Ademais, quando se sente realmente acuado e não vê opções por perto, é possível que o tamanduaí ataque de maneira intensa. As patas do animal são especialmente importantes nesse momento, já que as garras afiadas servem para realizar a agressão ao invasor. O ataque até pode acontecer com as pessoas, mas isso depende de outros fatores e os registros são quase nulos. O mais normal mesmo é que o tamanduaí faça uso das garras ao lutar pela vida, o que acontece durante as investidas dos seus principais predadores.