Os patos são muito comuns em ambientes rurais de grande parte do mundo, já que possuem um modo de criação relativamente simples. Dessa forma, é muito natural encontrar grandes criações de patos pelo Brasil. Menores que cisnes e gansos, por exemplo, os patos também são muitas vezes confundidos com o marreco. Todavia, há algumas variações importantes quando se trata de patos e marrecos, com os patos sendo, em geral, maiores. Em todo caso, o universo de vida dos patos é bastante interessante e possui diversas coisas que merecem destaque, como a sua alimentação.
Animal muito relacionado ao ambiente aquático, o pato consome vegetais de água, moluscos e alguns insetos, a depender de onde esteja e da oferta de alimentos ao seu redor. Essa ave ainda se mostra apta a comer ração, algo comum nos grandes centros de criação. Contudo, se você possui apenas uma porção mais limitada de patos sob seu domínio, uma boa opção é oferecer vegetais e legumes.
De qualquer forma, embora nem todos pensem nisso, há espécies diferentes de patos pelo mundo e cada uma delas possui o seu modo de vida particular. Portanto, ainda que diversos detalhes sejam comuns à grande maioria, algumas espécies de pato podem ter destaques exclusivos. Se você deseja aprender mais sobre os patos e seus diferentes tipos, veja todas as informações abaixo.
Pato-Corredor
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Altura: 60 a 75 centímetros;
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Principal característica: pernas alongadas.
O pato-corredor é uma versão bastante diferente de pato, já que essa espécie em questão possui características físicas que as pessoas não estão acostumadas a ver em animais do tipo. Dessa forma, suas patas são longas e os membros inferiores, como um todo, também alongados.
O animal possui entre 60 e 75 centímetros de altura, com a parte inferior dos membros sendo responsável por grande parte dessa estatura. Com a cabeça esbranquiçada e o restante do corpo na cor marrom, o pato-corredor possui uma grande mistura de cores em seu corpo. Todas essas cores fazem com que a ave se transforme em presa fácil quando livre na natureza, o que é muito difícil de acontecer.
Em todo caso, um pato-corredor não costuma se dar muito bem no ambiente natural. O seu bico, por exemplo, tem uma mistura de preto com rosa que pode ser vista ao longe, uma característica negativa para um anima frágil quando livre – em geral, a melhor forma de fugir dos perigos da natureza, ainda mais quando se é frágil, é se esconder. Não há qualquer variação de cor ou tipo de pelagem entre o macho e a fêmea, o que torna mais complicado realizar o trabalho de diferenciação entre ambos.
Todavia, o tamanho ajuda nesse ponto. No caso, machos são muito maiores do que as fêmeas, até mesmo pelo fato de as fêmeas caminharem menos ao longo da vida, utilizando menos a musculatura. Também não é simples diferenciar jovens e adultos, já que a pelagem de ambos é muito semelhante, além de o tamanho não ser tão distinto. Nesse caso, o mais adequado a fazer é procurar por marcas pelo corpo do animal, já que o pato-corredor mais velho costuma ter mais manchas e cortes pelo corpo.
O grande problema é fazer com que o animal permita um contato tão próximo, já que essa espécie não é conhecida pela sua natureza tranquila no relacionamento com as pessoas. O pato-corredor é um animal bastante ligado só solo, embora seja possível vê-lo no topo de algumas pequenas árvores. Para tal, faz uso das garras que possui e da capacidade de voo, ainda que não seja tão apurada quanto a de outros tipos de patos.
O pato-corredor não costuma nadar muito, algo bastante diferente daquele modo de vida visto nos outros tipos de patos. Isso acontece pelo fato de a espécie gostar do contato com o solo, preferindo caminhar a nadar. A característica ajuda a explicar o fato de o pato-corredor possuir pernas tão longas e desenvolvidas, algo facilitado pelo processo de seleção natural. A alimentação do pato-corredor é bastante equilibrada, sem que o animal consuma muito mais um tipo de alimento em relação a outro.
Quando em cativeiro, a ração industrializada é a melhor fonte de proteínas para a ave. Já quando livre na natureza ou quando o criador não deseja oferecer ração, é possível que o pato-corredor coma insetos dos mais variados tipos e muitos vegetais, podendo também comer carne de peixe em alguns casos, desde que o criador facilite o processo posterior de digestão e já entregue o peixe desfiado. Em todo caso, o pato come bastante e deve receber doses generosas de comida, bem intervaladas ao longo do dia.
Pato-Ferrão
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Peso: 5 a 7 quilos;
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Envergadura: 2 metros.
O pato-ferrão é um animal muito comum na África, onde a ave encontra um ambiente úmido o bastante para abrigar o seu crescimento. Assim, o pato-ferrão costuma ser comum nos países da chamada África Subsaariana, aqueles logo abaixo do Deserto do Saara. O pato é a maior ave aquática de todo o continente africano, o que é um feito bastante importante, já que o número de marrecos, patos e gansos presentes no local é bastante considerável.
Assim, o pato-ferrão habita as áreas mais úmidas do continente, vivendo perto de rios ou lagos – dessa forma não é preciso que o pato caminhe muito quando deseja buscar por alimentos fora da água. É muito comum ver comunidades do pato-ferrão em florestas tropicais e equatoriais da África, já que esse animal está presente em diversos países de toda a região. Os machos da espécie são maiores do que as fêmeas, o que ajuda a entender melhor quem é quem quando o animal é visto de longe.
Ademais, o macho costuma apresentar uma função de liderança em relação à fêmea, sobretudo quando na presença de possíveis ameaças. Logo, enquanto os machos podem chegar aos 7 quilos, as fêmeas ficam ao redor dos 5 quilos. Já a envergadura do pato-ferrão macho, quando com as asas abertas, pode atingir os 2 metros de comprimento. Esse tamanho todo assusta muitos possíveis predadores, algo chave para que o pato-ferrão se mantenha em bom estado de conservação no continente africano.
As penas do animal, macho ou fêmea, são geralmente negras, com apenas alguns detalhes em branco ao longo do corpo da ave. O bico e as pernas do pato-ferrão são avermelhadas, algo também bastante único quando se trata de uma ave. O pato-ferrão pode ser domesticado e, em casos mais isolados, pode até mesmo viver muito bem com outros animais domésticos.
Todavia, sua natureza é selvagem e, como tal, não é muito recomendado adotar um pato dessa espécie caso você não saiba como lidar com ele. Há casos em que o pato-ferrão usa o esporão da sua pata para atacar as pessoas, por exemplo, algo capaz de causar muitos danos físicos a um ser humano. Na verdade, é daí que surge o nome popular de pato-ferrão, já que o movimento é semelhante ao de um inseto utilizando o seu ferrão para atacar.
Na Europa, sobretudo em algumas partes de Portugal, o pato-ferrão é tido como um invasor do espaço natural. Portanto, essa ave é vista de forma muito negativa pelos moradores no país, sobretudo nas áreas litorâneas. Todo o cenário faz do pato-ferrão um animal mais distante das pessoas, já que a sua relação com o ser humano não é das melhores. Porém, nada disso impede que a espécie de pato em questão seja uma das mais interessantes e complexas da natureza, com muitas questões a serem estudadas.
Pato-de-Crista
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Reprodução: 6 a 9 filhotes;
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Altura: 70 a 80 centímetros.
O pato-de-crista é mais um animal que pode ser visto na África Subsaariana, em países onde as temperaturas são altas, mas a umidade também. Dessa forma, o pato-de-crista habita as zonas mais alagadas e úmidas do continente, seja em pântanos ou em lagos. Na verdade, onde quer que haja vegetação aquática, é bastante provável que o pato-de-crista esteja presente. O animal possui entre 70 e 80 centímetros de altura, embora as fêmeas sejam sempre menores que os machos.
Na verdade, há muitas diferenças entre machos e fêmeas, a começar pela questão da altura. Ademais, as cores da plumagem ainda possuem algumas distinções e até mesmo o modo de voar é distinto. Porém, a questão mais divergente e característica da diferença entre machos e fêmeas está no bico dos machos, que possuem uma espécie de crista. A fêmea não possui isso, além de ter a plumagem menos colorida.
O pato-de-crista costuma ser encontrado em grupos grandes, usados para que o animal seja capaz de se proteger contras as investidas de predadores locais. O único momento em que o pato da espécie se mostra em grupos menores é durante a reprodução, quando se juntam bandos pequenos, com 3 ou 4 casais. É possível que haja a troca de casais no processo, além de ser também possível que um único pato tenha duas ou mais patas à sua disposição para a relação sexual.
A época dessa relação reprodutiva varia, já que muda de acordo com a parte da África em que está inserido o pato-de-crista. De qualquer maneira, o mai natural é que o animal realize a sua reprodução quando se inicia a época das chuvas, um período que privilegia a relação sexual da espécie. Após a fêmea colocar os ovos, uma média de 6 a 9 por vez, ela passa a chocar em um ninho construído em árvores.
O período de incubação do ovo leva de 26 a 30 dias, não demorando mais do que isso para que os filhotes possam nascer. Em alguns anos mias frutíferos, uma fêmea pode ser capaz de colocar entre 15 e 20 ovos, embora grande parte dos filhotes morra ao longo dos primeiros momentos de vida. Os filhotes ficam no ninho por 8 ou 9 semanas, mas depois disso tratam de sair e pular diretamente para a água, onde já aprendem o básico para nadar. A capacidade de nado, como se deve imaginar, é algo essencial para um pato.
Há alguns relatos de que o pato-de-crista existe também em partes da Ásia, mas o número de comunidades e exemplares totais da espécie é muito menor por lá. Assim, Malásia e Índia são os locais em que o pato dessa espécie também está presente, o que é verdadeiro. Todavia, há especialistas que negam o fato de o animal ser típico da região, alegando que há poucos exemplares e que a migração não se deu de forma natural. Em todo caso, o certo é que a casa do pato-de-crista está na África, nos países mais úmidos e quentes do continente, onde essa espécie encontra o ambiente adequado para crescer e se multiplicar com facilidade.
Pato-de-Rabo-Alçado-Americano
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Peso: 300 a 700 gramas;
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Altura: 15 centímetros.
O pato-de-rabo-alçado-americano é mais uma das espécies de pato do planeta Terra, mas esse é original do continente americano. De plumagem castanha, o macho da espécie ainda presenta detalhes em branco e preto muito destacados, enquanto a fêmea é muito menos colorida. O pato-de-rabo-alçado-americano foi introduzido na Europa, mas atualmente apenas conta com populações selvagens no Reino Unido e em parte da Irlanda.
Ao todo, calcula-se que existam cerca de 800 exemplares da espécie em todo o continente europeu. Isso porque a Espanha também possui alguns, mais para o litoral, mas o comum mesmo é ver o pato-de-rabo-alçado-americano na América. De forma ainda mais específica, o pato-de-rabo-alçado-americano é um animal comum no México e em parte dos Estados Unidos. Pequeno, o animal conta com cerca de 15 centímetros de altura, além de variar entre 300 e 700 gramas.
O mais natural é que o animal viva nos lagos enlameados da América do Norte, gostando de regiões que sejam semelhantes a pântanos. A espécie gosta de migrar entre as regiões, o que é chave para o seu modo de vida. Ademais, os casais de formam e mudam a cada ano durante a fase de reprodução do pato-de-rabo-alçado. São gerados cerca de 10 ovos a cada nova fase de reprodução, com 20 a 25 dias de fase de incubação.
O número de mortes de filhotes nas primeiras semanas de vida, assim como se dá com outras espécies, é alto. Sobre a alimentação, em geral o pato come vegetais presentes ao redor das fontes de água, mas também pode consumir crustáceos e alguns insetos. O animal está em ótimo estado de conservação e não corre nenhum risco de extinção atualmente, algo que não deve mudar ao longo dos próximos anos.
Pato-de-Dorso-Branco
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País de preferência: Senegal;
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Preferência alimentar: insetos.
O pato-de-dorso-branco é mais um exemplo de pato originário do continente africano, sendo esse animal bastante comum em países como o Senegal e a Etiópia. Dessa forma, é natural encontrar exemplares do pato em questão livres na natureza, algo não muito comum quando se trata de outros países de outras partes do mundo.
Naturalmente, para que possam manter um nível de vida mais alto, com mais qualidade, os exemplares do pato-de-dorso-branco vivem em áreas isoladas dos grandes centros urbanos. O mais normal é que esses animais estejam presentes em rios e lagos, em geral com tom de pântano, o que favorece bastante o modo de vida da ave. Esse é um tipo de pato bastante diferente dos outros, já que possui características físicas e comportamentos incomuns à grande maioria dos outros patos.
Portanto, ainda que seja da família Anatidae, é simplesmente impossível realizar comparações entre o pato-de-dorso-branco e muitos outros tipos de patos do planeta. Essa espécie é conhecida pela ótima capacidade de nado e pela boa relação com a água. Na verdade, o pato-de-dorso-branco consegue ficar mais de um minuto abaixo da superfície, algo que os outros patos têm muita dificuldade de fazer – o mais normal é que um pato passe apenas alguns poucos minutos abaixo da superfície.
A principal fonte de alimentação para o pato-de-dorso-branco são os insetos, já que o animal os busca com muita intensidade ao longo do dia. Os melhores momentos do dia do pato, na realidade, se dão quando ele encontra ninhos de insetos e pode comê-los em paz. Os vegetais até fazem parte da sua dieta, sobretudo aqueles mais ligados ao ambiente aquático, mas está claro que insetos satisfazem muito mais o pato-de-dorso-branco. Uma das técnicas mais usadas pelo pato em questão para se proteger é a boa e velha camuflagem.
Dessa forma, é possível que o pato-de-dorso-branco consiga passar muitas horas na água sem ser atacado por outros animais, sobretudo por águias – as águias são muito comuns no Senegal. Quanto aos seus detalhes físicos, o pato-de-dorso-branco possui, como o seu nome já aponta, toda a parte dorsal do corpo a cor branca. Ademais, o animal ainda possui tons de amarelo em meio a detalhes pretos no restante do corpo, com o bico todo preto.
Embora esteja em ótimo estado de conservação, o pato-de-dorso-branco apresenta cada vez mais problemas em encontrar ambientes naturais adequados para ficar. Isso acontece pelo fato de o habitat da ave sofrer constante destruição, em geral realizada em prol do crescimento urbano. Além disso, a adição de espécies exóticas ao ecossistema de países como Etiópia e Senegal acaba por prejudicar o modo de vida do pato, que passa a competir por alimento com mais tipos de animais e, em alguns casos, até precisa fugir dos intrusos colocados ali artificialmente.
Pato-de-Asas-Brancas
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Peso: cerca de 3 quilos;
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Altura: cerca de 70 centímetros.
O pato-de-asas-brancas é comum na Ásia, onde se faz presente em países como Índia e Indonésia. O animal gosta de temperaturas elevadas, além de necessitar, como todo pato, de uma fonte de água corrente para se manter saudável. A ave possui cerca de 70 centímetros de altura, algo que dá um porte bastante considerável a esse tipo de pato. Além disso, o pato-de-asas-brancas ainda pesa cerca de 3 quilos, embora as fêmeas sejam um pouco mais leves que os machos na grande maioria dos casos.
A espécie é uma das maiores da Ásia e também está entre os maiores patos de todo o mundo, com muitas características de destaque pelo corpo. Para começar, o animal possui plumagem na cor preta, algo importante para o trabalho de camuflagem em alguns rios asiáticos. Já o pescoço e cabeça são brancos, mas com manchas pretas por toda parte, dando ao pato-de-asas-brancas um tom único de coloração. O animal não apresenta a parte externa das asas na cor branca, como o seu nome leva a entender.
Mas se é assim, então por que o chamam de pato-de-asas-brancas? Na realidade, a parte interna das asas do animal é branca, criando uma relação de contraste muito bonita. Os filhotes da espécie possuem uma coloração mais apagada, assim como algumas fêmeas. Com o tempo, porém, o natural é que o pato-de-asas-brancas ganhe um tom escuro forte para a sua plumagem. Em relação ao estado de conservação, o pato-de-asas-brancas se encontra em nível mediano.
Assim, ainda que em perigo de extinção, a ave ainda possui diversos exemplares por todo o Sudeste asiático, o que favorece de forma considerável a espécie. O maior problema, além da já conhecida perda do habitat, se encontra no fato de o pato-de-asas-brancas ser muito caçado por criminosos locais: como o animal é grande, sua carne costuma ser vendida nos mercados a céu aberto da Ásia. Já sobre os costumes, o pato apenas se alimenta à noite, quando considera seguro sair do ninho ou da água para buscar por comida.
Nesse momento, quando a luz solar já não está mais presente, o fato de ter a plumagem negra se torna muito positivo para o pato-de-asas-brancas. A dieta do animal é mais voltada para os vegetais, ainda que seja possível ver um pato da espécie comer insetos. No campo dos vegetais, o consumo varia entre grãos, como o arroz, e algumas plantas, sejam elas aquáticas ou não. Peixes e outros pequenos animais de água doce também podem ser atacados pelo pato-de-asas-brancas, mas não é muito comum que a situação aconteça.
Como fato adicional, é possível afirmar que o animal gosta de terrenos rebaixados para a sua instalação, gostando de ficar em planícies úmidas. Em muitos casos, o animal se mantém apenas abaixo dos 100 metros de altitude, ainda que existam exemplos do pato-de-asas-brancas em áreas acima dos mil metros. Por fim, vale citar que a espécie foi catalogada em 1842, mas guarda segredos até hoje e possui muitos estudos a seu respeito em países como Índia, Indonésia e Vietnã.
Pato-do-Mato
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Peso: até 2,3 quilos;
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Altura: até 70 centímetros.
O Brasil também possui as suas espécies de patos. Não sabia? Pois fique sabendo que o pato-do-mato, por exemplo, é um pato tipicamente nacional e que possui detalhes muito curiosos. Além de pato-do-mato, o animal ainda pode ser chamado popularmente de pato-preto, pato-selvagem, pato-crioulo, pato-argentino e mais alguns outros. O animal é um pouco maior que a média de patos do mundo, tendo o dorso completamente preto. Na verdade, o pato-do-mato possui quase todo o corpo na cor preta, o que atrai muito a atenção das pessoas.
Todavia, como uma espécie de contraste, o pato-do-mato apresenta um tom de branco na parte interna da asa, algo semelhante ao que acontece com o pato-de-asas-brancas. Vale citar que o pato-do-mato é apenas dessa forma em seu modelo puro e original, já que podem existir algumas espécies diferentes do animal em cada canto do Brasil. Isso porque o pato-do-mato, na tentativa do homem do campo em domesticar a espécie, realizou uma série de cruzamentos e tentou diversas maneiras de socialização. Como resultado, ainda que o pato original seja preto, há alguns com outros detalhes em outras cores.
De qualquer maneira, o animal é nativo do Brasil, embora seja possível encontrá-lo também em outros países da América do Sul e América Central, havendo exemplares do pato-do-mato até mesmo em parte da América do Norte – no caso, o México possui muitos patos-do-mato ao longo de toda a sua extensão. A ave possui comportamento agressivo, algo que cria problemas no processo de domesticação da espécie. Por isso é tão comum encontrar o pato-do-mato vivendo de forma selvagem e livre na natureza, sem estar sob domínio de nenhuma pessoa.
Há alguns centros especializados que criam o pato-do-mato como animal de corte, mas é necessário experiência na área para fazer isso, sobretudo quando se pretende oferecer uma criação profissional aos animais. Na alimentação nacional, o pato-do-mato aparece como ingrediente principal do famoso pato no tucupi, uma receita famosa em grande parte do país e que possui origem no universo indígena.
Em relação às características do animal, o macho possui quase o dobro do tamanho das fêmeas, que costumam ser do mesmo tamanho dos filhotes. Quando os animais desse tipo estão em bando, voando juntos, é possível realizar o trabalho de diferenciação ainda no ar. O macho possui cerca de 2,3 quilos, distribuídos em um corpo de aproximadamente 70 centímetros de altura. Ao bater as asas, o animal gera um som bastante curioso, que os mais especializados conseguem distinguir ao longe.
Quanto ao modo de alimentação, o pato-do-mato come mais raízes, mas também pode consumir algumas sementes e as plantas aquáticas. Com o processo de filtragem da água a partir do seu bico, a ave consegue retirar ainda alguns animais pequenos do rio ou lago onde vive, sem precisar sequer deixar o ambiente para comer com qualidade. A capacidade de nado é razoável, embora o pato-do-mato se movimente muito mal na parte terrestre, o que é um problema para a fuga dos predadores.
Pato-Real
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Altura: cerca de 60 centímetros;
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Envergadura: cerca de 90 centímetros.
O pato-real é mais uma das muitas espécies de patos do planeta Terra. Esse vive na América do Norte, parte da Europa e ainda em parte da Ásia. O animal, como se pode ver, gosta mais do Hemisfério Norte e se desenvolve melhor quando em climas um pouco mais amenos – algo contrário ao comportamento padrão da maioria das espécies, que preferem as temperaturas altas.
Porém, é possível encontrar alguns exemplares do pato-real na parte Sul do mundo, mesmo que não seja tão comum assim. As diferenças entre machos e fêmeas da espécie são muito consideráveis, sobretudo quando se compara ambos lado a lado. O principal ponto de divergência está na cabeça, já que os machos possuem um verde forte e chamativo. Já as fêmeas, por outro lado, possuem a cabeça em um tom de marrom mais claro.
O pato-real é tido como o antecessor da maior parte dos patos domésticos do mundo, sobretudo daqueles que habitam a América do Sul e a Ásia. A ave costuma migrar muito entre as regiões em que habita, sobretudo quando precisa buscar por locais menos frios. Com cerca de 50 a 60 centímetros de altura, o pato-real possui menos de 1 metro de envergadura quando com as asas completamente abertas. Os machos, como acontece com os patos em geral, são maiores. Além disso, fora a questão da cor da cabeça, a cor da plumagem dos machos também é diferenciada em relação às fêmeas.
Enquanto essas têm o corpo em uma espécie de castanho mais claro, os machos possuem o cinza como cor predominante. As patas de ambos são alaranjadas, algo também comum na maior parte dos patos do mundo. Os filhotes do pato-real, logo ao nascer, possuem tons de amarelo por toda a extensão do corpo. Com o tempo, porém, esse amarelo vai dando lugar ao cinza, em caso de macho, ou ao castanho, em caso de fêmea.
Outra característica curiosa da espécie é que os machos podem mudar de cor durante a fase de reprodução, justamente para atrair as fêmeas e realizar o ato sexual. A maturidade sexual, no caso dos filhotes, leva cerca de 6 a 10 meses para ser alcançada. Esse tempo pode variar bastante, já que o processo depende de cada animal e do seu organismo. Quando estão perto de atingir esse ponto da vida, o mais natural é que o pato-real, já um adulto agora, saia do ninho.
O pato-real pode ser uma espécie bastante barulhenta quando quer, já que o macho emite um som nasal bastante alto e claro em alguns momentos do dia. Já as fêmeas produzem um som muito mais grave, que geralmente pode ser escutado na parte da manhã ou na parte da noite. O pato-real se caracteriza por formar grandes grupos, seja na época de reprodução ou não. Porém, a ave é desconfiada na relação com as pessoas e demora bastante criar confiança em relação ao ser humano.
Pato-Mudo
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País de preferência: Brasil;
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Principal característica: emite sons baixos.
O pato-mudo é uma espécie também típica do Brasil, a exemplo de algumas outras. Esse pato acaba por ser bastante inconsistente em seus detalhes físicos, já que os indivíduos quase não se parecem uns com os outros. Isso acontece porque a variabilidade genética é muito grande quando se trata de cruzamentos envolvendo o pato-mudo, o que gera diferenciações claras.
O animal é bastante antigo na América do Sul, onde foi domesticado por tribos indígenas do Brasil e de outros países sul-americanos há centenas de anos. Esse é um tipo de pato que possui muitas questões únicas em seu modo de vida, o que faz com que o pato-mudo se diferencie das demais espécies de aves em muitos detalhes. Talvez a característica que mais indica essa diferenciação esteja no nome popular do animal, já que, embora não seja realmente mudo, os sons gerados pelo pato são baixos e não podem ser ouvidos em áreas muito distantes.
O macho do pato-mudo emite um som que mais parece com um assopro forçado, que quase não sai. Já a fêmea possui som mais agudo, embora seja apenas um pouco mais alto em relação ao macho. Um detalhe bastante curioso sobre o pato-mudo é que essa espécie, quando chega a noite, tende a voar bastante em busca de árvores altas para ficar. Para tal, o animal faz uso das garras afiadas que possui e as prende às árvores, mostrando o quanto pode ser adaptável. O movimento é muito útil para que o pato não fique à disposição de possíveis predadores, na parte mais baixa e mais vulnerável do ambiente natural.
Com um bico bastante fino, o animal consegue buscar por alimento em espaços muito pequenos, além de ser capaz de levantar as penas do alto da cabeça quando deseja. Assim no momento em que ergue as penas do topo da cabeça, o pato-mudo acaba por ganhar uma espécie de crista. A ave é conhecida também pelo fato de ser bastante resistente às mudanças climáticas, algo que se pode ver quando o pato-mudo ruma de ambientes quentes, dos quais mais gosta, para aqueles frios.
Ainda que o animal não enxergue com bons olhos uma mudança desse tipo, ele é capaz de se manter forte o bastante para superar o problema. Já sobre o modo de alimentação, o pato-mudo apresenta rotina alimentar bastante simplificada. No caso, o animal gosta de comer vegetais, como folhas e outras partes de plantas. Ademais, o pato-mudo come também grãos e cereais com bastante facilidade, além de ser capaz de comer insetos.
Um detalhe importante é que esse animal gosta de comer e beber água ao mesmo tempo, para molhar a comida, uma prática que marrecos e patos de outras espécies também realizam com frequência e muita naturalidade. No Brasil, o pato-mudo se fazia presente por quase todo o país antes da chegada dos portugueses e do avanço sobre as terras nacionais, o que diminuiu muito o número de animais da espécie livres na natureza.
Pato-Mergulhão
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Comprimento da cauda: 10 centímetros;
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Número de exemplares no mundo: de 200 a 250;
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Tempo que dura o ato sexual: entre 20 e 30 segundos.
O pato-mergulhão está entre as aves mais famosas do Brasil, mas também entre as 10 aves mais ameaçadas de extinção de todo o planeta. Dessa maneira, o animal possui um modo de vida não muito diferenciado dos outros tipos de patos, mas o grande problema é o avanço urbano sobre o seu habitat. O pato-mergulhão é tido como uma espécie bioindicadora, que mostra quando o local está preservado e quando se encontra deteriorado. Na verdade, a presença do animal, por si só, já é um grande indício de que o ambiente natural em questão está suficientemente estruturado.
O pato-mergulhão possui esse nome popular pelo fato de buscar o seu alimento enquanto mergulha, em geral vegetais aquáticos e alguns peixes pequenos. Ademais, o animal possui cerca de 21 centímetros de asa, com 10 centímetros de cauda e um bico que chega até os 3 centímetros. O bico muito pontiagudo ajuda o pato-mergulhão a buscar sua alimentação, já que o animal se mostra capaz de entrar em espaços reduzidos quando deseja alcançar alimentos. O macho apresenta cores mais fortes e vivas, além de um penacho preto.
Já as fêmeas possuem coloração mais apagada, mais para o marrom, sendo também menores em tamanho. Para o seu repouso, o mais natural é que o pato-mergulhão descanse em rochas, árvores e espaços mais altos, que possam entregar segurança à ave. Na verdade, é mais fácil encontrar o pato-mergulhão em áreas rochosas, com cadeias de montanhas ou serras por perto. Nesses ambientes, acima do nível do mar, o animal encontra o seu ambiente favorito para crescer e se desenvolver.
Além disso, o pato-mergulhão gosta de ficar em rios menos profundos, o que permite ao animal atacar mais facilmente os peixes do local, já que a capacidade de fuga dos mesmos é pequena. Porém, com o avanço da área urbana sobre a sua área natural de desenvolvimento, o pato-mergulhão se mostra cada vez mais perto da extinção. Na realidade, em todo o mundo há apenas cerca de 250 exemplares da ave, o que mostra muito bem como a espécie enfrenta muitos problemas de conservação. O Brasil conta com unidades de conservação voltadas para o animal, o que é importante em um momento em que a espécie enfrenta sérios problemas.
Não fossem esses locais, é provável que o pato-mergulhão já estivesse extinto no país. Quanto à reprodução, o ato sexual entre o macho e a fêmea costuma durar de 20 a 30 segundos, nunca mais que isso. Depois desse momento, as aves formam ninhos em árvores ou rochas para criar os futuros filhotes, já que a fêmea colocará os ovos e terá de realizar todo o processo de incubação.
O macho, por sua vez, se mantém alerta e busca proteger o ambiente de eventuais ataques. Algo interessante é que, depois de nascerem, os filhotes podem sair do ninho já nas primeiras semanas, embora esse tipo de comportamento não seja obrigatório. Vale lembrar que o pato-mergulhão é uma espécie monogâmica, ou seja, forma o casal para toda a vida.