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Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos

Os mariscos, também conhecidos como frutos do mar, são os queridinhos na culinária, principalmente nas regiões litorâneas, apresentando o baixo teor de gordura como vantagem. Também possuem um quantitativo significativo de vitaminas, minerais e proteínas, a exemplo da Vitamina B1, Vitamina B2, Cálcio, Magnésio, Iodo e Selênio.

O termo “frutos do mar” é utilizado para se referir a praticamente todos os animais (com exceção dos peixes) retirados de águas marinhas para fins culinários, no caso, crustáceos e moluscos.

No caso dos crustáceos, os mais conhecidos são o camarão, lagosta, caranguejo, e siri. Entre os moluscos, espécies famosas incluem as ostras, mexilhões, lulas e polvos.

Neste artigo, você vai conhecer características e informações relevantes sobre estas espécies.

Então venha conosco e boa leitura.

Características Gerais dos Crustáceos

Os crustáceos são invertebrados agrupados dentro do filo Arthropodes. Embora, maioria das espécies seja marinha, também existem indivíduos de hábitos terrestres.

Respiram através de algumas brânquias localizadas nos apêndices do tórax, ou através de outro mecanismo, no caso, a captação/absorção do oxigênio presente na água (o qual será encaminhado até as células através da corrente sanguínea).

Arthropodes

A reprodução é realizada através de fecundação externa e desenvolvimento indireto. A germinação dos ovos ocorre no ventre do abdômen das fêmeas, e estes ovos são liberados na forma de larvas livres.

Os crustáceos possuem grande contribuição como componentes da cadeia alimentar em vários níveis tróficos, além de serem importantes bioindicadores (ou seja, indivíduos mais vulneráveis à contaminação, que auxiliam a identificar a presença de uma substância tóxica).

Características Gerais dos Moluscos

Existem moluscos terrestres e aquáticos, e a modalidade respiratória está diretamente relacionada a esses hábitos. Moluscos aquáticos possuem respiração branquial e as lesmas possuem respiração cutânea. No caso dos demais moluscos terrestres, estes possuem respiração pulmonar.

Em relação aos moluscos terrestres, é importante considerar que estes são encontrados em superfícies úmidas.

A reprodução sexuada ocorre tanto através de fecundação externa (ou seja, quando os óvulos e espermatozoides são liberados na água), quanto através de fecundação interna (quando os espermatozoides são colocados diretamente no interior da fêmea).

Moluscos como os mexilhões e as ostras possuem considerável importância ecológica, uma vez que são capazes de filtrar a água, também atuando como bioindicadores. Esta característica, por sua vez, pode ser bastante prejudicial para os mesmos, uma vez que acabam absorvendo substâncias tóxicas e metais pesados.

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Camarão

Os camarões são representados por várias espécies pertencentes à ordem taxonômica Decapoda, e distribuídos entre as subordens Caridea, Penacoidea, Sergestoidea e Stenopodidea. Existem cerca de 2.000 espécies no mundo, distribuídas praticamente em todos os continentes, assim como em alguns lagos e rios.

Os camarões podem ser de água doce ou salgada e caracterizam-se pelo abdômen longo e corpo lateralmente comprimido. Possuem quelas nos 3 primeiros pares de patas, e a média de comprimento corporal está compreendida entre 4 a 8 centímetros, no entanto, também existem espécies maiores (as quais recebem a denominação de pitu).

Resumidamente, o corpo é dividido em duas partes: no caso, cefalotórax e abdômen. O parelho digestivo é completo, contando com duas aberturas: a boca e o ânus. O corpo é revestido pela exoesqueleto (formado por quitina) Da cabeça, emergem 2 grandes olhos, assim como antenas longas em formato de chicote. Na cabeça, também estão localizados o coração e muitos órgãos sensoriais especializados.

Sergestoidea

Em relação ao sistema nervoso, este é formado por gânglios cerebrais bem desenvolvidos (assim como todos os membros de seu filo), por meio dos quais parte o cordão nervoso central ganglionar.

Os camarões se comunicam entre si através da emissão de bolhas de ar. Esses animais possuem a média de 3 centímetros de comprimento, contudo algumas espécies de grande dimensão (a exemplo do camarão tigre) podem atingir até 35 centímetros de comprimento e pesar aproximadamente 1 quilo.

Em relação aos padrões comportamentais, é comum que camarões de determinadas espécies migrem de águas profundas para águas rasas durante determinadas estações. A movimentação entre fundo e superfície também é bastante comum e obedece períodos específicos do dia.

A reprodução é sexuada e os sexos são dispostos separadamente. A fêmea é capaz de realizar a postura de milhares de ovos ao mesmo tempo. Antes de serem chocados, estes ovos ficam presos em estruturas específicas localizadas na porção inferior do corpo da mãe. Após a eclosão, os recém-nascidos recebem a denominação de larva, e costumam trocar a proteção externa consecutivamente ao longo de seu processo de desenvolvimento até a fase adulta.

Em razão do grande interesse comercial, camarões são grande alvo da pesca e aquacultura.

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Lagosta

As lagostas são espécies de mariscos distribuídas dentro da subordem Palinura, no quantitativo de 4 famílias taxonômicas (Palinuridae, Scyllaridae, Polychelidae e Synaxidae).

As características anatômicas envolvem presença de urópodes (pares de apêndice do último segmento abdominal) em forma de leque, 5 pares de pernas e mais 10 pernas adicionais com função para o nado (as quais recebem o nome de pleópodes). Dentre os 5 pares de pernas principais, algumas espécies possuem o primeiro par formado por duas garras utilizadas para triturar os alimentos. Curiosamente, caso estes animais percam pernas ou garras, estas são repostas através de crescimento espontâneo.

No topo da cabeça, existem hastes móveis, nas quais estão inseridos os olhos, todavia, algumas lagostas encontradas no fundo do mar são cegas. Além dos olhos, há 2 pares de antenas cobertas por sensores que auxiliam a procurar comida, bem como a identificar outras lagostas e animais marinhos.

Em relação à coloração, um fato curioso é que muitos acreditam que a coloração da carapaça das lagostas é vermelha (em razão desta característica ser observada na culinária). Contudo, esta coloração é obtida através da fervura/ cozimento do animal. As tonalidades originais das lagostas variam entre laranja, marrom-esverdeado e roxo.

A maioria das espécies pesa até 1 quilo, todavia, algumas podem alcançar a marca dos 20 quilos.

No que diz respeito aos hábitos, as lagostas se escondem durante o dia em rochas no fundo do mar, sendo que, à noite, saem à procura de alimento (geralmente peixes, caranguejos e moluscos, assim como plantas e outros animais mortos). Para locomoção rápida, uma estratégia que as lagostas utilizam com frequência é agitar a cauda e se impulsionar para trás.

As fêmeas são capazes de pôr milhares de ovos de uma única vez, e estes geralmente ficam depositados nos pleópodes da fêmea até o momento da eclosão.

As lagostas recém-nascidas são muito semelhantes a pequenos insetos, e costumam flutuar na superfície da água alimentando-se de plantas e pequeníssimos animais. Poucas lagostas chegam à fase adulta, uma vez que são muito pequenas e vulneráveis como recém-nascidas.

É normal que nos primeiros anos de vida a lagosta troque bastante de carapaça. A troca é realizada a partir de uma rachadura que se abre no dorso, através da qual a lagosta se contorce para fora. Ao se contorcer para fora, ela fica vulnerável e desprotegida, logo permanece escondida durante o período de formação da nova carapaça. Ao atingir a idade adulta, a frequência de troca de carapaças é reduzida para aproximadamente 1 vez ao ano.

Para muitas regiões litorâneas no Brasil e no mundo a pesca de lagostas é uma atividade extremamente importante, como é o caso do estado do Maine, nos Estados Unidos; e de algumas partes do Canadá. Aqui no Brasil, a atividade está concentrada no Nordeste, com atenção especial para o estado do Ceará.

Durante a captura das lagostas, utiliza-se uma armadilha chamada de covo ou manzuá. Esta armadilha geralmente deve conter em seu interior um peixe ou outro tipo de isca.

Em razão da grande procura por pesca do animal, alguns países contam com legislações específicas visando manter os níveis populacionais estáveis. Uma dessas leis defende que fêmeas que carregam ovos não podem ser pescadas, assim como lagostas de tamanho inferior ao estabelecido. Quando estas lagostas são pescadas acidentalmente, devem ser devolvidas ao mar.

Aqui no Brasil, existe a recomendação em relação ao período de defeso, no caso, período no qual a pesca da lagosta é proibida. Este período está compreendido entre o início do mês de Dezembro e o final do mês de Maio.

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Caranguejo

Os caranguejos são crustáceos pertencentes à Infraordem taxonômica Brachyura. Também podem ser conhecidos pelas denominações guaiá, uaçá e auçá.

Entre as espécies, alguns exemplos são o caranguejo-azul (nome científico Callinectes sapidus), o caranguejo boca-cava-terra (nome científico Uca tangeri), o caranguejo-aranha-gigante (nome científico Macrocheria kaempferi), o caranguejo Caxangá (nome científico Callinectes larvatus), o caranguejo-de-água-doce-de-Malta (nome científico Potamon fluviale), e o caranguejo Guaiamu (nome científico Cardisoma guanhumi).

A listagem continua com o caranguejo-Uçá (nome científico Ucides cordatus), o caranguejo Aratu (nome científico Aratus pisoni), o caranguejo Aratu-vermelho (nome científico Goniopsis cruentata), o caranguejo-amarelo (nome científico Gecarcinus lagostoma), o caranguejo Chama-maré (gênero taxonômico Uca sp.), o caranguejo-do-rio (gênero taxonômico Trichodactylus spp.), o caranguejo Grauçá (nome científico Ocypode quadrata), o caranguejo Maria-farinha (nome científico Ocypode albicans) e o Caranguejola (nome científico Cancer pagurus).

As características em comum entre as variadas espécies incluem corpo totalmente revestido por uma carapaça, abdômen reduzido e dobrado para o interior do cefalotórax. As patas são chamadas de pereópodes e estão presentes em 5 pares, os quais terminam em unhas pontiagudas. Geralmente, o primeiro par termina em fortes pinças. Além das patas, existem também as chamadas “patas nadadoras” ou pleópodes, os quais se encontram na parte dobrada do abdômen, estas estruturas são utilizadas pelas fêmeas para a proteção dos ovos.

Macrocheria kaempferi

Em relação às informações mais específicas sobre cada uma das espécies, o caranguejo-Uçá possui 2 subespécies. Em termos de características físicas, uma dessas subespécies possui carapaça na cor cinza avermelhada, com margens laterais em tom vermelho-alaranjado e patas avermelhadas; ao passo que a outra subespécie possui carapaça com coloração variando entre o marrom-escuro ao azul-celeste, patas de cor lilás ou roxa (quando jovens) que se convertem na coloração ferruginosa ou marrom-escuro (quando adultos). A distribuição geográfica das subespécies envolve a extensão da Califórnia ao Peru; assim como a extensão do estado norte americano da Flórida ao Sul do Brasil.

O Santola é um caranguejo de carapaça cordiforme, ou seja, em formato de coração. Durante a fase adulta atinge a média de 18 centímetros de comprimento e 20 centímetros de altura. A carapaça possui muitas protuberâncias, assim como espinhos pouco desenvolvidos e 6 espinhos mais longos distribuídos nas bordas laterais. O rostro possui 2 grandes espinhos divergentes em relação à direção. São espécies migratórias, e surpreendentemente são capazes de percorrer distâncias superiores a 160 quilômetros ao longo de 8 meses.

Santola

O caranguejo boca-cava-terra é uma espécie considerada caranguejo anfíbio. Apresenta dimorfismo sexual manifestado através da presença de pinças ou quelíceras de tamanho maior nos machos do que nas fêmeas. Na fase adulta, estas quelíceras podem atingir até 1/3 da largura máxima da carapaça. Não apresentam coloração uniforme, no entanto, existem alguns padrões de cores considerados dominantes como laranja, amarelo, vermelho escuro, violeta escuro, e até mesmo tons de cinza (embora em menor frequência). Os ritmos cicardianos e das marés, assim como a presença de células específicas influenciam a intensidade da coloração individual. O comprimento da carapaça em indivíduos adultos é de 50 milímetros.

Caranguejo Boca-Cava-Terra

Os caranguejos Maria-farinha pertencem ao gênero taxonômico Ocypode, totalizando 28 espécies. Possui como características físicas, uma carapaça quadrada com coloração branco-amarelada. Sua distribuição geográfica envolve a costa leste dos Estados Unidos, assim como o litoral do Brasil. Praias arenosas, assim como buracos acima da linha da maré alta, são espaços caracterizados como hábitats para estas espécies.

Caranguejos Maria-Farinha

O caranguejo aratu-vermelho possui porte médio, coloração escura com tom vermelho nas patas (contando também com a presença de algumas manchas brancas). É uma espécie que está distribuída no Atlântico Ocidental, logo inclui o Brasil (mais precisamente o Arquipélago Fernando de Noronha, assim como a extensão do Pará até Santa Catarina), a Flórida, as Antilhas, o Golfo do México, as Guianas e Bermudas.

Aratu-Vermelho

O caranguejo amarelo também é conhecido como caranguejo ladrão. Sua carapaça é amarela e as patas assumem coloração alaranjada, no entanto, na fase larval, podem apresentar coloração que varia do amarelo ao roxo. Sua distribuição geográfica envolve principalmente  as ilhas de Trindade, Ascenção e Fernando de Noronha. Quando adulto, possui comprimento corporal entre 70 a 110 milímetros. Infelizmente, é uma espécie ameaçada de extinção.

Caranguejo Amarelo

O guaiamum é um caranguejo semiterrestre e considerado de grande porte. Sua carapaça é azulada e mede aproximadamente 10 centímetros de comprimento, podendo pesar mais de 500 gramas. No caso do macho, suas pinças possuem tamanhos desiguais, sendo que a maior pode medir até mesmo 30 centímetros. Outras características de dimorfismo sexual envolvem abdômen mais largo nas fêmeas. Particularmente, é uma espécie que compõe a culinária baiana e pernambucana, todavia, está ameaçado de extinção.

Guaiamum

O caranguejo aratu possui uma carapaça quadrada e de tonalidade acinzentada. É encontrado em mangues e proximidades, mais precisamente nas regiões tropicais e subtropicais do continente americano. É uma espécie bastante habilidosa para subir em árvores, local no qual acasala e se alimenta.

Aratu

O caranguejo-de-água-doce-de-malta é uma espécie bastante curiosa, uma vez que teria abandonado o mar para viver em lagos no interior das florestas. A espécie possui ancestrais advindos da Ásia, os quais já foram representados em moedas na Grécia e Mesopotâmia. A coloração da carapaça é castanho-acinzentada, contando com a presença de algumas marcas de cor amarela. A largura da carapaça está compreendida entre 3,5 a 4,5 centímetros. Esta espécie apresenta uma peculiaridade em relação às demais espécies de água doce, uma vez que não precisa retornar ao mar para a atividade reprodutiva.

Caranguejo-de-água-doce-de-malta

O caranguejo-do-rio, ou simplesmente caranguejo-de-água-doce, na verdade corresponde a todo um gênero taxonômico composto por exemplares de carapaça alta e formato arredondado, coloração marrom-escura (praticamente avermelhada), e comprimento aproximado de 5 centímetros. Esses caranguejos são encontrados em todo o Brasil, possuindo como hábitat natural os rios e córregos de água corrente. Podem ser conhecidos pela denominação de gajé em alguns lugares da Bahia.

Caranguejo-do-rio

O caranguejo Grauçá pertence ao mesmo gênero taxonômico do caranguejo maria-farinha. Sua carapaça é quadrada e a coloração assume tom branco-amarelado (fator que auxilia na camuflagem do ambiente). Sua distribuição geográfica envolve as praias arenosas desde Nova Jérsei (nos Estados Unidos) até o Sul do Brasil. É comum que no Nordeste esta espécie também receba a denominação de maria-farinha.

Grauçá

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Siri

Os siris pertencem à mesma ordem taxonômica dos caranguejos, e, apesar de muitas semelhanças anatômicas, possuem algumas características externas que os diferenciam destes. Uma dessas características é a modificação do último par de apêndices locomotores (no caso, as patas), para que assumam o formato e a função de nadadeiras. Esta adaptação permite que os siris se locomovam com maior facilidade em ambientes aquáticos. Curiosamente, talvez fazendo referência a esta adaptação, os caranguejos são chamados nos Estados Unidos de swimming crabs (ou seja, “caranguejos nadadores”).

Além das “nadadeiras”, outra diferenciação é o prolongamento longitudinal da carapaça, o qual, em algumas espécies pode assumir o formato de um espinho lateral bem pronunciado. Todavia, a diferenciação mais evidente, sem dúvidas, é a carapaça achatada, fator que auxilia na hidrodinâmica, assim como na exploração de tocas ou outros abrigos.

As espécies de siris estão distribuídas no mundo todo, tanto em ambientes marinhos, quanto em zonas de estuário (no caso, locais de transição entre mar e rio). Na dieta, estão inclusos crustáceos menores, moluscos e outros animais (alguns até mesmo mortos ou em algum estágio de decomposição).

Em relação aos aspectos reprodutivos, as fêmeas são capazes de carregar até 2 milhões de ovos de uma única vez. Estes ovos possuem o período de incubação compreendido entre 16 a 17 dias ou entre 10 a 15 dias, sendo mantidos a uma média de temperatura entre 25 a 28 °C.

Em relação ao desenvolvimento larval, após um período mínimo de 18 dias, os siris mudam de zoea (em seu estágio final) para megalopa. Após 7 a 8 dias, a megalopa chega no seu primeiro estágio  de siri (demandando uma salinidade compreendida entre 21 a 27%). O período larval como um todo possui a duração de 20 a 24 dias.

As espécies de siri presentes na atualidade estão distribuídas entre os gêneros Callinectes, Cronius e Portunus. Muitas das espécies do gênero taxonômico Callinectes são endêmicas no Golfo do México. A espécie Callinectes danae possui carapaça cinza, garras brancas com traços azuis na ponta; além disso, a porção superior de suas garras possui coloração vermelha. A espécie Callinectes ornatus possui 6 dentes frontais na carapaça, estrutura formada por somente 93 milímetros de largura, e com coloração marrom-claro ou vermelho-acastanhado.

Uma das espécies mais famosas de siri é o Callinectes sapidus, também conhecido pelos nomes de siri-azul ou siri-tinga. É considerado um dos maiores siris do litoral brasileiro, uma vez que pode apresentar mais de 15 centímetros de envergadura. Conta com modificação no último par de patas, as quais funcionam como um remo. Apresenta dimorfismo sexual, o qual caracteriza as fêmeas como menores do que os machos, e detentoras de um abdômen largo e arredondado, no qual, os apêndices auxiliam a carregar os ovos. Um fato curioso é que, no período de eclosão dos ovos, a fêmea retorna ao mar, de modo a favorecer o desenvolvimento das larvas. O ciclo de vida é formado pela fase marinha e pela fase estuarina.

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Ostra

As ostras são espécies de moluscos pertencentes à família taxonômica Ostreidae, cuja maioria dos representantes cresce em águas marinhas e salobras. Estes indivíduos possuem o corpo mole, o qual é protegido por uma concha com alto grau de calcificação, e esta, por sua vez, é fechada por fortes músculos adutores. Estão distribuídos entre os gêneros taxonômicos Crassostrea, Hyotissa, Lopha, Ostrea e Saccostrea.

O fato mais intrigante sobre as ostras, sem dúvidas, diz respeito ao processo de formação das pérolas. Ao ser atacada, ou ‘invadida’ por um parasita, as ostras liberam uma substância denominada madrepérola, a qual fica cristalizada sobre o invasor, impedindo-o de se reproduzir. Após anos desse processo (no caso, em média 3 anos), esse material transforma-se em pérola. Vários fatores influenciam na coloração e formato da pérola, tais como o formato do invasor, bem como as condições de saúde da ostra.

Em relação à atividade reprodutiva destes animais, esta depende diretamente de fatores como a temperatura e a salinidade da água.

A china responde pela maior produção mundial de ostras (no caso, 80%), sendo sucedida pela Coréia, Japão, Estados Unidos e União Europeia. As ostras, assim como outros moluscos, são bastante empregadas para alimentação; sua pérolas são amplamente empregadas como jóias e a casca pode ser aproveitada para criação de suplementos alimentares ricos em Cálcio.

Algumas espécies de ostras a ostra do Pacífico (nome científico Crassostrea gigas), a ostra do mangue (nome científico Crassostrea rhizophorae), a ostra norte-americana (nome científico Crassostrea virginica) a ostra portuguesa (nome científico Crassostrea angulata), a ostra plana do Pacífico (nome científico Ostrea lurida) e a ostra plana chilena (nome científico Ostrea edulis).

A ostra do Pacífico também pode ser chamada de ostra japonesa, é nativa das porções costeiras do Oceano Pacífico, mais precisamente China, Japão, Coréia do Sul e Coréia do Norte. Mesmo sendo endêmica nessas localidades, o animal é cultivado na Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. Aqui no Brasil, o estado e Florianópolis é considerado o principal estado produtor.

Ostra do Pacífico

A ostra-americana é endêmica na costa ocidental do Oceano Atlântico. Possui concha alongada e de formato irregular, com comprimento de 20 centímetros. Sua valva inferior é côncava, ao passo que a superior é alta. É encontrada com frequência na costa brasileira, e, por aqui, recebe os nomes de ostra-da-virgínia, gueriri e leriaçu.

Ostra-Americana

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Mexilhão

Os mexilhões são moluscos bivalves que possuem conchas alongadas e assimétricas, presas pelo bisso (tipo de feixe filamentoso) ao substrato. Esses moluscos também podem ser conhecidos pelo nome de Sururu.

Os mexilhões são espécies da classe Bivalvia agrupadas nas subclasses taxonômicas Pteriomorphia, Palaeoteredonta ou Heterodonta; as quais correspondem aos mexilhões-marinhos, mexilhões de água doce e mexilhões-zebra, respectivamente.

A espécie conhecida como mexilhão comum (nome científico Mytillus edulis) pode ser encontrada nas águas temperadas do Oceano Atlântico (no caso, em até 60 metros de profundidade, ou mesmo nas zonas entremarés). Também pode ser chamado de mexilhão-azul, uma vez que suas conchas podem ser roxas, azuladas, ou até mesmo em coloração castanha, com possibilidade de listras radiais. Essa espécie em particular é considerada semi-séssil, pois detém a capacidade de soltar-se ou religar-se à superfície de um substrato. É comum que esses animais se liguem uns aos outros através de cadeias filamentosas de proteínas, formando verdadeiras aglomerações de indivíduos (especialmente quando a densidade populacional é considerada baixa).

O mexilhão-do-mediterrâneo ou mexilhão galego (nome científico Mytillus galloprovincialis) é uma espécie nativa da costa do Mediterrâneo, assim como da costa atlântica ibérica. Possui comprimento máximo de 140 milímetros, concha lisa com coloração azul violáceo, assim como base da concha ligeiramente mais larga do que a sua extensão. Atinge a maturidade sexual entre 1 a 2 anos de idade, podendo se reproduzir mais de uma vez por ano. Seu hábitat natural é constituído pelas costas rochosas, descobertas ou expostas. A espécie não é encontrada em fundos arenosos, finos ou com bastante sedimento. É considerada como um organismo filtrador, e sua ocorrência é rara nas zonas entre-marés.

Mytillus galloprovincialis

O gênero taxonômico Acanthocardia não ocorre em águas brasileiras. A espécie Acanthocardia aculeata é endêmica no Norte do Oceano Atlântico (mais precisamente Bélgica, Grã-Betanha e países escandinavos), assim como na costa ocidental da Àfrica e em toda a costa do Mediterrâneo. A espécie Acanthocardia paucicostata é nativa especificamente no Mar Mediterrâneo. No caso da espécie Acanthocardia tuberculata esta pode ser encontrada na França, Chipre, Marrocos, Grécia, Itália, Turquia e Portugal. E, por fim, temos a espécie Acanthocardia echinata, a qual é comum na Holanda, Ilhas Canárias, Noruega, Bélgica, Grã-Betanha, Mar do Norte, Ilhas Canárias, na extensão do Mediterrâneo e em alguns pontos específicos do Oceano Atlântico (mais precisamente leste e norte).

Na culinária, o mexilhão pode ser servido como prato solo ou integrado ao arroz, salada ou vinagrete. Suas grandes vantagens são a versatilidade e o rápido cozimento, o qual dura apenas 5 minutos. Pode ser cozido em caldo aromatizado ou levado à grelha, porém sem contato direto com o calor da brasa. Quando as conchas do mexilhão se abrem, é sinal de que o mesmo está pronto para consumo; caso isto não ocorra, o animal pode ser descartado. Na hora da compra do animal cru, é importante escolher aqueles que estão com conchas brilhantes e bem fechadas, assim como ausência de odor forte e desagradável. Caso não seja possível obter mexilhões frescos, mexilhões congelados também são uma boa pedida.

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Lula

As lulas pertencem à ordem taxonômica Teuthidae, e também podem receber o nome de calamar. Caracterizam-se pela ausência da casca externa dura, corpo externo bastante macio e uma casca interna. A maioria das espécies possui comprimento inferior a 60 centímetros, todavia, existem exceções á regra, uma vez que já foram identificadas lulas de até 14 metros (no caso da espécie Mesonychoteuthis hamiltoni).

Características em comum entre as espécies envolvem simetria bilateral, assim como tentáculos com ventosas. Possuem 8 braços (utilizados para capturar alimentos), assim como 2 tentáculos (utilizados para a reprodução). Na pele, estão distribuídos cromatóforos, ou seja, células que possibilitam mudança de coloração de acordo com o ambiente em que se encontram. A concha interna é chamada de pena, uma vez que o seu formato é bastante similar à pena das aves. O movimento ocorre através de propulsão, ao ejetar grandes quantidades de água previamente armazenada no manto. O corpo em si é altamente hidrodinâmico, e até equivalente ao dos peixes em quesitos como manobras e habilidades para o nado. Assim como os demais moluscos, possui na boca uma estrutura denominada rádula (constituída por pequenos dentes curvos com a finalidade de raspar o alimento).

As lulas são animais carnívoros, e alimentam-se de cefalópodes, e peixes, assim como outros vertebrados. Possuem um par de mandíbulas móveis em formato de bico capazes de rasgar e cortar a presa. Além das mandíbulas móveis, utilizam um par de glândulas salivares para matar as vitimas; tais glândulas se convertem em glândulas de veneno.

Assim como a maioria os cefalópodes, a lula não é capaz de enxergar em cores, uma vez que possui apenas um pigmento visual. Todavia, é capaz de distinguir objetos brancos de objetos pretos (raciocínio válido também para tons mais cinzentos), porém a diferenciação de objetos coloridos não é possível, pois os mesmos possuem na percepção destes animais a mesma tonalidade dentro a escala de cinza.

Em relação aos fatores reprodutivos, uma curiosidade é que a lula fêmea não precisa cuidar dos ovos, pois estes apresentam naturalmente substâncias fungicidas e bactericidas. Para este tópico, é importante lembrar que os fungos são organismos altamente prejudiciais ao embrião, e que podem inclusive mata-lo, ao introduzir as hifas no ovo.

Existem aproximadamente 300 espécies de lulas, dentre as quais a lula da Califórnia, a lula comum, a lula de recifes do Caribe, a lula de barbatana curta, a lula luminescente e a lula de Humboldt.

A lula da Califórnia (nome científico Loligo opalescens ou Doryteuthis opalescens) vive em águas rasas do Oceano Pacífico, mais precisamente ao leste. Pode atingir um comprimento total de 28 centímetros. Os machos costumam apresentam um manto mais largo do que as fêmeas, com largura compreendida entre 13 a 19 centímetros, em contraposição aos valores de 12 a 18 centímetros das fêmeas. Possui 8 braços com 2 tentáculos mais longos, os quais terminam em tacos tentaculares equipados com ventosas. A coloração do corpo pode variar do branco ao marrom, sendo importante considerar que o animal é capaz de mudar a coloração do corpo através dos cromatóforos. Em condições normais, a tonalidade corporal varia de branco azulado a dourado ou marrom, porém varia para tons de vermelho escuro, quando o animal está excitado ou assustado.

Doryteuthis opalescens

A lula do recife do Caribe (nome científico Sepioteuthis sepioidea) possui aproximadamente 20 centímetros de comprimento e barbatanas onduladas que se estendem por todo o comprimento do corpo. Pode ser encontrada tanto no mar do Caribe quanto ao largo da costa da Flórida. Seu hábitat pode variar de acordo com o estágio de vida ou tamanho. Estudos apontam que indivíduos dessa espécie se comunicam entre si através de alterações nas cores, formas e texturas.

Sepioteuthis sepioidea

A espécie lula europeia (nome científico Loligo vulgaris) também pode ser chamada de lula comum. É endêmica nas águas costeiras do Mar do Norte (nome de um dos mares próximos ao Oceano Atlântico). A coloração varia entre o acinzentado-transparente até o avermelhado (de acordo com a atividade dos cromatóforos). Os machos são naturalmente maiores do que as fêmeas. O comprimento do corpo é, em média, de 15 a 25 centímetros; apesar de estes animais serem capazes de crescer de 30 a 40 centímetros no comprimento do manto.

Loligo vulgaris

A lula luminescente (nome científico Taningia danae) pode atingir um comprimento de manto de 1,7 metros; assim como um comprimento total de 2,3 metros. Sua bioluminescência é descrita tanto como característica predatória, quanto como estratégia de defesa (ao desorientar predadores).

Taningia danae

A lula Humboldt (nome científico Dosidicus gigas) também pode ser conhecida pelos nomes de diabo vermelho ou lula jumbo. Atinge um comprimento de manto de até 1,5 metros. Possuem fotóforos bioluminescentes e com isso podem mudar a coloração corporal muito rapidamente. É uma espécie pescada comercialmente no Peru e no México. Pode ser encontrada em profundidades compreendidas entre 200 a 700 metros.

Dosidicus gigas

A lula-de-barbatana-curta (nome científico Illex illecebrosus) pode ser encontrada no Oceano Atlântico. As fêmeas são geralmente maiores do que os machos, possuindo média de comprimento entre 20 a 30 centímetros. A coloração varia entre o violeta ao marrom-avermelhado, sendo que algumas partes do corpo podem apresentar tonalidade verde-amarelado.

Lllex illecebrosus

Espécies de Mariscos: Lista com Tipos- Nomes e Fotos- Polvo

Os polvos são moluscos pertencentes à ordem taxonômica Octopoda. Possuem 8 braços com ventosas localizados ao redor da boca. Não possui esqueleto interno tal como as lulas. Suas principais estratégias de defesa são lançar tinta sobre os predadores, assim como mudar a coloração corporal (através da ação dos cromatóforos).

Em relação ao comportamento reprodutivo, o ritual de acasalamento pode durar várias horas ou dias. O canibalismo é comum entre os machos, logo, ao estarem prontas para a fecundação, as fêmeas liberam ferormônios que excitam os machos e igualmente previne com que estes as devorem. No período fértil, a fêmea pode ser fecundada por mais de um parceiro sexual.

Os polvos possuem excelente acuidade visual. Em relação à visão, acredita-se que estes animais não possam enxergar em cores, todavia, são capazes de distinguir a polarização da luz. Possuem uma excelente habilidade tátil, e as suas ventosas também são equipadas com quimiorreceptores, permitindo-os sentir o gosto dos objetos que tocam.

A dieta é formada por peixes, crustáceos e outros invertebrados. Os polvos caçam com os braços e matam utilizando o bico quitinoso.

Os polvos possuem grande inteligência, a qual foi desenvolvida ao longo dos anos graças à necessidade de sobrevivência. 1/3 dos neurônios destes cefalópodes estão concentrados no cérebro.

Existem mais de 300 espécies de polvos, as quais possuem características diferenciadas em termos de tamanhos e cores, porém possuem em comum o fato de habitarem águas salgadas (sejam elas quentes ou frias). 4 das espécies mais famosas incluem o polvo de anéis azuis, o polvo da Califórnia, o polvo comum e o polvo gigante do Pacífico.

O polvo de anéis azuis (nome científico Hapalochlaena maculosa) possui o corpo com tonalidade clara e algumas padrões circulares em tom azul. Contudo, é importante ter em mente que este tom pode mudar de acordo com a necessidade de se camuflar ao ambiente. O comprimento corporal dificilmente ultrapassa 20 centímetros. É uma espécie bastante agressiva e territorial, inclusive sua picada pode matar.

Hapalochlaena maculosa

O polvo da Califórnia (nome científico Octopus bimaculoides), como o próprio nome faz alusão pode ser encontrado neste estado americano, todavia, também está presente em outras localidades como o México, Japão e África. O corpo é de coloração predominantemente acinzentada, contando com duas manchas azuis na área dos olhos. O comprimento médio é de 40 centímetros.

Octopus bimaculoides

O polvo comum (nome científico Octopus vulgaris) sem dúvidas é a espécie mais famosa. Pode medir até 90 centímetros de comprimento e pesar 9 quilos. É encontrado em todos os oceanos, seja em águas temperadas, seja em águas tropicais, todavia, é mais frequente no Mediterrâneo, na costa inglesa, nas Ilhas Canárias, nas ilhas de Cabo Verde e até mesmo em algumas áreas da África. A fêmea pode colocar até 200 mil, e ainda sim ser capaz de defender todos eles do ataque de predadores.

Octopus vulgaris

O polvo gigante do Pacífico (nome científico Enteroctopus dofleini) é considerado a maior espécie de polvo conhecida, uma vez que pode atingir até 9 metros de comprimento. Possui uma expectativa de vida superior a dos outros polvos, podendo viver até quase 4 anos. Pode se camuflar entre corais, plantas e rochas. Esta espécie intriga muitos pesquisadores, pois consegue sair de labirintos com facilidade e até mesmo destampar potes. É encontrado em águas temperadas do Oceano Pacífico, na extensão  do Sul da Califórnia ao Alasca, assim como pode ser encontrado no Japão.

Enteroctopus dofleini

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Até as próximas leituras.

REFERÊNCIAS

Adria Med. Loligo vulgaris. Disponível em: <http://www.faoadriamed.org/html/Species/LoligoVulgaris.html>;

ALVES, M. Site Agro 2.0. Frutos do mar: moluscos e crustáceos são os mariscos usados na culinária. Disponível em: < https://agro20.com.br/frutos-do-mar/>;

Brittanica Escola. Camarão. Disponível em: < https://escola.britannica.com.br/artigo/camar%C3%A3o/605931>;

CLONEY, R.A. & FLOREY, E. (1968). “Ultrastructure of cephalopod chromatophore organs”Zeitschrift für Zellforschung und mikroskopische Anatomie. 89: 250–280;

Meus animais. 4 espécies de polvos que habitam os mares. Disponível em: <https://meusanimais.com.br/4-especies-de-polvos-que-habitam-os-mares/>;

MORRIS, ROBERT H., DONALD P. ABBOTT, EUGENE R. HADERLIE. 1980. Intertidal Invertebrates of California. Stanford: Stanford University Press;

NESIS, K.N. 1982. Abridged key to the cephalopod mollusks of the world’s ocean. Light and Food Industry Publishing House, Moscow. 385+ii pp. (in Russian) [Translated into English by B. S. Levitov, ed. by L. A. Burgess 1987. Cephalopods of the world. T.F.H. Publications, Neptune City, NJ. 351pp.;

Richard E. Young and Michael Vecchione. Taningia Joubin, 1931. Disponível em: <http://tolweb.org/Taningia_danae/19840/1999.01.01>;

ROPER, C.F.E. & P. JEREB 2010. Family Octopoteuthidae. In: P. Jereb & C.F.E. Roper (eds.) Cephalopods of the world. An annotated and illustrated catalogue of species known to date. Volume 2. Myopsid and Oegopsid Squids. FAO Species Catalogue for Fishery Purposes No. 4, Vol. 2. FAO, Rome. pp. 262–268;

Wikipedia in English. European Squid.  Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/European_squid>;

Wikipedia in English. Taningia danae. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Taningia_danae>.

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