Elefante da floresta. Como o nome já diz, seu habitat natural é a floresta, especialmente na Bacia do Congo. Até algum tempo atrás, o elefante da floresta era considerado uma subespécie do elefante africano, mas novas pesquisas de sua genética o classificou como uma espécie à parte. Sua população estimada hoje está em torno de 100.000 elefantes, estando a maioria destes tentando sobreviver na floresta do Gabão.
Loxodonta Cyclotis
Essa espécie é vulgarmente também chamada de elefantes pigmeus. O fato de serem tão pequenos pode ser devido a condições externas, ambientais, que de alguma forma alterou seu desenvolvimento natural. Diferentes dos elefantes africanos, esses pequenos dificilmente passam dos 2, 5 metros de altura e pesam apenas cerca de uma tonelada. Bem diferente dos elefantes africanos que superam os 3 metros de altura e chegando a pesar mais de 5 toneladas. Além disso, a formação das patas dos elefantes pigmeus se assemelha muito mais as patas dos elefantes asiáticos que a dos elefantes africanos, e são mais escuros, com uma pele meio amarronzada. Os elefantes da floresta tem uma sensibilidade de pele especialmente enquanto filhotes. O Sol passa a ser um vilão. Isso explica o fato de terem a pele bem mais enrugada pois essas dobras excessivas ajudam a absorver mais umidade, colaborando para a regulação da temperatura corporal desses elefantes. Isso é especialmente útil, já que os pequeninos habitam regiões com um calor que chega a atingir quase os 50ºC durante o dia.Características e Comportamentos
A vulgarmente chamada tromba dos elefantes, ou melhor, a probóscide, é algo difícil de definir. É uma mistura de lábio superior com cavidade nasal e um dedo enorme. Contém mais de 100.000 músculos intrínsecos que fazem com que esses elefantes consigam usá-lo de modo extraordinário, tipo pegar ou empurrar coisas, produzir sons, se defender, assoprar, respirar, se alimentar e até beliscar. No elefante da floresta a tromba termina com “dois lábios”, diferente dos elefantes asiáticos que parecem ter “um lábio só”.
O elefante da floresta tem uma grande dependência do sentido do tato tanto quanto tem da audição e do olfato. É mais através desses sentidos que sobrevivem, ouvindo vibrações mesmo pequenas e distantes, assimilando cheiros para encontrar alimentos, os mesmo sentindo pelo tato através dos pés coisas como mudanças climáticas ou aproximação de perigo. Já a sua visão não é muito boa, apesar da capacidade da retina de se ajustar a luminosidade.
As engenhosas orelhas de abano dos elefantes servem mais do que apenas pra abanar. O ar do vento meio que penetra por elas, resfriando o sangue que passa pela rede de veias nessas orelhas. Esse sangue refrigerado ajuda a diminuir a temperatura corporal desses animais a medida que continua seu ciclo de circulação por todo o corpo.
Elefantes são vegetarianos. Sua dieta consiste em casca de árvores, folhas em geral e muitas frutas. Ás vezes rola uma lambidinha na terra em busca de minerais. Estudos afirmaram que 70% da alimentação do elefante da floresta é de cascas das árvores mas são também bons consumidores de muitas espécies de frutas.
Uma coisa legal sobre os elefantes é a possibilidade que eles tem de fertilizar a natureza porque quando comem essas frutas, dispensam suas sementes através do esterco e essas sementes adquirem um potencial de germinação maior após esse processo. O s elefantes acabam apelidados como jardineiros florestais. E isso é ainda mais impressionante no elefante da floresta pois as sementes de seu esterco são as que mais saem inteiras.O comportamento social dos elefantes da floresta também se assemelham mais aos dos elefantes asiáticos do que aos do elefante africano. Sua socialização se restringe a apenas a família imediata, mãe e filhos, ou se estende um pouco mais parentes mais próximos de clãs anteriores. Os machos de todas as espécies se comportam da mesma forma, se retirando dos grupos a medida que se tornam adultos e se mantendo solitários, buscando uma ressocialização somente na época de acasalamento.
A reprodução do elefante branco é mais lenta que a das outras. Costumam produzir filhotes, ou melhor, um filhote apenas de 5 em 5 anos ou mais tempo que isso. é raro engravidar de dois. A fertilidade das fêmeas começa já a partir dos oito anos de idade mas, em média, essas fêmeas só tem engravidado após os 20 anos ou depois de dois ou três acasalamentos. Os bebês já nascem se movimentando e andando quase que imediatamente. E esse longo espaço de tempo entre um bebê e outro é útil para que a mãe possa ensiná-los a se ajustarem a vida de um elefante adulto.
Tráfico de Carne e Marfim
O tráfico ilegal de carne selvagem e marfim, além da exploração de madeira, a construção de estradas, a conversão de terras em áreas de cultivo ou zona urbana tem sido as principais causas de extermínio dos elefantes da floresta. Estima-se que hoje sua população se resuma a um terço do total de elefantes no continente africano. E isso tende a diminuir porque são as maiores vítimas da caça furtiva. Seu marfim é considerado o mais valioso devido sua consistência dura e a sua carne, principalmente a de filhotes tem movimentado o tráfico internacional de carne de caça no mundo todo nas últimas décadas. De uma população que superava os dois milhões de indivíduos, o elefante da floresta hoje está reduzido a menos de 100.000, graças a implacável caça destes animais para o comércio ilegal do marfim. As presas de um elefante da floresta adulto pode atingir cerca de 1,5 de comprimento e pesar cerca de 45 quilos.A BBC Nature denunciou há cinco anos que a população de elefantes da floresta já havia reduzido em mais de 60% entre os períodos de 2003 a 2013. Cientistas mobilizaram mais de 90.000 pessoas percorrendo as florestas da República Democrática do Congo, da República do Congo, da República Centro Africana, do Gabão e de Camarões e a constatação foi surpreendentemente aterradora.
Expectativa e Esperança
Tentou se estabelecer um sistema de identificação através do DNA dos elefantes da floresta para rastrear o marfim. Além disso, equipamentos de comunicação e vigilância, câmeras de vigilância e com sensor de calor e drones com sensores de calor aos poucos tem sido fornecidos aos governantes locais para melhorar o controle das florestas nativas. Treinamento adicionais a guardas florestais com especialistas estrangeiros também tem sido requisitados. Uma investigação punitiva mais severa aos países receptores do tráfico de carne e marfim como Japão e Estados Unidos também vem sendo estudada, em especial por órgãos internacionais de proteção animal.
Um trabalho seletivo e melhor planejado em associação as indústrias madeireiras é outra alternativa que vem sendo feita. Embora a extração de madeira de certa forma beneficie o elefante da floresta por criar o ambiente que ele apreciam mais (floresta secundária), isso também facilita muito a caça furtiva para ingressar com equipamentos na mata, deixando a espécie mais acessível pra caça ilegal. Tritom, na fronteira do Gabão com Congo e Camarões, demonstrou ser a área preferida de invasão destes caçadores inescrupulosos.
O doutor Maisels, responsável pela expedição foi taxativo em afirmar que o elefante da floresta está já em vias de extinção, podendo se extinguir totalmente até 2023. Se não houver um combate expressivo na corrupção crônica que impede a aplicação da lei que proíbe a caça de marfim e se não houver uma definitiva e rigorosa punição para esse comércio ilegal, com um controle efetivo da importação e venda de produtos da vida selvagem ao países receptores, essa espécie não sobreviverá mais por muito tempo.