É impressionante o quanto cresce o número de animais em extinção no mundo, isso sendo decorrente de vários problemas ambientais tanto ambientais quanto de influência do homem na natureza. De acordo com pesquisas realizadas, é provável que até 2050, mais de 1 milhão de espécies de animais estará extinta no planeta.
Hoje, os números só aumentam com relação a espécies que estão em extinção, o que de acordo com a Lista vermelha da IUCN, existem em torno de 1200 mamíferos, 1460 aves, quase 2400 peixes, mais de 1000 repteis, mais de 2000 anfíbios e quase 4500 invertebrados. Isso tudo totalizando mais de 12 mil animais que encontram-se em perigo.
Mas a extinção dos animais não é de hoje, esse é um processo natural que ocorre na natureza no decorrer dos séculos, hoje mais intensa pela ação do homem na natureza, a qual não está trazendo benefícios (e também malefícios) que não sejam para ele próprio. Devido a isso, falarei sobre uma espécie que extinta a nível de conhecimento que é o elefante anão de Chipre.
Elefante Anão de Chipre
Hoje já extinto, o elefante anão de Chipre (Palaeoloxodon cypriotes) é uma espécie relacionada ao elefante asiático, ainda vivo nos tempos atuais. Ele foi um dos únicos mamíferos em Chipre antes de haver a presença do homem, além disso, acredita-se que o elefante tenha ido até a ilha durante a era glacial.Por apresentar uma altura de apenas um metro quando adulto, esta espécie foi caracterizada como um caso de “nanismo insular”, o que foi causado por fatores de ambiente, como por exemplo, a escassez de alimentos. Estima-se que o elefante anão de Chipre foi extinto a 11.000 anos a.C.
Esta é uma espécie de elefante, a qual acredita-se ser descendente do elefante de presas retas, além disso, espécies relacionadas aos pequenos elefantes de Chipre, podiam ser encontradas nas demais ilhas do mediterrâneo. Não sendo ele o único elefante a ter entrado em extinção, restos do elefante anão maltês, chamado Palaeoloxodon falconeri, foi encontrado na Sicília e também em Malta. Outra espécie também de elefante anão foi encontrada em Creta, sendo esta a Palaeoloxodon chaniensi.
Mesmo sendo um animal pequeno, o seu peso corporal era de cerca de 200 kg, sendo esta uma redução surpreendente com base no seu ancestral que pesava em torno de 10 toneladas, o que equivale a aproximadamente 98% a mais que o elefante anão. Já com relação aos seus molares, estes eram em torno de 40% do tamanho comparados aos dos elefantes de presas retas do continente. A descoberta dos restos do primeiro elefante anão do Chipre foi realizada pela paleontóloga britânica Dorothea Bate no ano de 1902. Os pequenos ossos fossilizados foram encontrados na caverna presente nas colinas de Kyrenia, no Chipre.
Ainda hoje existem discussões e controvérsias sobre a interferência humana que levou os elefantes a serem extintos. Em uma teoria principal, implica-se que a maior parte dos elefantes morreu no período da colonização das ilhas do mediterrâneo, ela é apoiada até mesmo pelo fato dos primeiros colonizadores terem sido os gregos, os quais posteriormente, incorporaram o elefante anão na sua mitologia, chamando-os de ciclopes.
Contudo, tem-se a segunda teoria, tratando que os primeiros gregos tiveram contato com o crânio do elefante extinto, e por não saber que pertencia a um elefante já extinto, os gregos pensaram que ele deveria pertencer a uma figura mítica, pelo fato da cavidade nasal central ser confundida com uma órbita ocular única. Para eles, por não terem a noção de como era o animal, acreditavam ser a aparência de um buraco presente na testa assemelhado a órbita ocular, as quais são postas dos lados da cabeça do animal, as quais podem ser facilmente esquecidas pela falta de visualização.
Parentesco Aparente
Com base nos restos encontrados, o que apresentava 44 molares, os quais foram encontrados ao norte da ilha, sendo que destes 44 molares, sete foram descobertos no Sudeste. Além disso, foi encontrado também um único fêmur mensurável e uma única presa dentre fragmentos adicionais, sendo estes muito separados entre ossos e presas.
Os molares encontrados deixam mais claro que a derivação do elefante anão veio dos elefantes de presas retas, conhecidos como Palaeoloxodon antiquus, os quais habitaram a Europa há mais de 780 mil anos e que chegaram à ilha durante um pico glacial do Pleistoceno no momento em que os níveis mais baixos do mar apresentavam corredores terrestres entre o Chipre e a Ásia Menor.
Os períodos seguintes que levaram esses elefantes ao isolamento, forçou a grande população a adaptar-se aos mecanismos evolutivos do nanismo insular, o que pode ser comprovado de acordo com as sequencias disponíveis dos fosseis dos molares, porém não pode ser afirmada com total certeza pela falta de material.
Características dos Elefantes Anão de Chipre
Considerados descendentes dos elefantes de presas retas, os elefantes anões ocupavam o Chipre e outras ilhas do mediterrâneo após a crise existente da salinidade messiniana, a qual ocorreu no período Pleistoceno superior. Como abordado anteriormente, o seu corpo era equivalente a 2% do corpo do seu ancestral, mas já com relação a seus molares, estes eram cerca de 40% do tamanho dos elefantes de presas retas continentais. Além da redução dos alimentos disponíveis na época para os elefantes anão, acredita-se também que outros fatores que responsáveis pelo nanismo apresentado seja devido também a competição e predação.Quando os Fosseis Foram Encontrados?
No ano de 1902, a pesquisadora e paleontóloga Dorothea Bate descobriu e documentou os restos encontrados do primeiro elefante anão do Chipre. Esses ossos foram encontrados fossilizados em uma caverna presente nas colinas de Kyrenia, localizada no Chipre.
A possibilidade de encontrar esqueletos inteiros ou mesmo parciais do elefante anão são extremamente raras, de forma que a primeira foi registrada pela paleontóloga nas colinas de Kyrenia, no ano de 1902, e no ano seguinte sendo apresentado um artigo a respeito para a Royal Society. Posteriormente, se apresentou um novo artigo para a Philosophical Transactions da Royal Society of London, sendo esta, no ano de 1905, 2 anos após a primeira apresentação.