Tanto sapos, como pererecas e rãs pertencem a mesma ordem de animais.
Cientistas ao classificá-las, não as diferenciam.
A taxonomia se refere a todos os anuros como rãs.
Apenas os membros dos 35 gêneros dos Bufonidae, são todos “sapos verdadeiros”.
O termo rã alude ao ambiente em que habitam, como aquático ou semi-aquático.
O termo sapo remete as espécies terrestres, a exceção da espécie Bombina bombina (sapo-de-barriga-de-fogo), que gosta de umidade.
Perereca, como a Hylidae., são anuros com estruturas adesivas nos dedos.
Vamos considerar algumas características fisiológicas dos anuros, como um todo:
Pés e Pernas
O ambiente em que vivem e o modo como vivem: solo, água, árvores ou subterrâneos,
definem a estrutura de seus membros:
Hymenochirus sp.- dedos ligados por membranas – ambiente aqático;
rã-arborícula-de-white (Litoria caerulea) – metade dos dedos ligados a membranas
ambiente arbóreo;
Leptodactylidae – não possuem membranas;
rãs-arborículas (pererecas)- possuem ventosas aderentes à superfícies verticais;
rãs terrestres – membranas ausentes;
rãs subterrâneas – presença de tubérculo (extensão do dedo do pé);
Saltos
A Litoria nasuta é a campeã de saltos entre as rãs, seu salto corresponde a 50 vezes o
seu tamanho.
A Osteopilus septentrionalis realiza um salto que excede a sua capacidade muscular,
graças à reservas de energia , acumuladas como molas em seus tendões.
Pele
A permeabilidade cutânea nas rãs propiciam a absorção de água e oxigênio, entretanto
pode também desidratá-las.
Seus hábitos e comportamento são adaptados á necessidade de reduzir a perda de água.
A rã-arborícola-de-white usa a camuflagem como ferramenta de defesa, variando as
cores de sua pele, característica comum a rãs terrestres.
Dentes
A rã marsupial de Gunther (Gastrotheca guentheri) utiliza seus dentes vomerinos, junto
com a língua, para impedir que sua comida fuja na hora do almoço.
Língua
A língua é adesiva e mole, de modo que se expande até o dobro do seu tamanho.
Veneno
Pseudophryne corroboree e Pseudophryne pengilleyi, são exemplos de espécies de rã que
produzem o próprio veneno.
Outras espécies obtém o veneno de outras espécies que ingere.
Essas toxinas, que liberam quando são atacados, são uma arma de defesa que as torna intragáveis para os predadores.
Essas toxinas podem provocar várias reações: vasoconstritores, alucinógenos, irritantes,
convulsivos e neurotoxinas.
Eleuthrodactylus gaigeae e a Lithodytes lineatus são exemplos de rãs que se fingem de
espécies venenosas, para afastar predadores (mimetismo batesiano).
Respiração e Circulação
Rãs aspiram o ar pelas narinas e respiram pelo pulmão, embora possuam uma pele permeável.
Barbourula kalimantanensis, é a única espécie de rã aquática conhecida, sem pulmões.
Os anuros possuem um coração de três câmaras.
Telmatobius culeus, é uma espécie de rã que enruga a pele, pra sobreviver em águas de pouco oxigênio.
Ciclo de Vida
Ovo
É o estágio inicial de vida dos anuros.
Nesta fase os anuros são muito susceptíveis a predação.
O sapo-cururu (Bufo marinus), põe ovos venenosos para inibir predadores.
Nesta mesma intenção, indivíduos da mesma espécie, se unem numa desova coletiva, a
fim de garantir que uma maior quantidade de embriões sobrevivam.
Girinos
É a fase larval dos anuros.
A espécie Nannophrys ceylonensis em sua fase de girino são semi-terrestres, embora em
geral todas as larvas sejam aquáticas.
A espécie Rana temporária (sapo comum) demostrou a prática de canibalismo entre os
girinos, sendo estes , via de regra, herbívoros.
As espécies Alytes obstetricans (sapo parteiro) e Pelobates fuscus hibernam na fase de
girino e metamorfoseam no ano seguinte, contrariando a regra geral de permanecer neste
estágio, no máximo uma semana.
Metamorfose
Estagio final de transformação de larva para indivíduo adulto.
Nesta fase os anuros tornam-se a aptos a habitar em ambientes terrestres, ou permanecer em ambientes aquáticos.
As rãs tornam-se carnívoras e predam invertebrados, embora alguns sapos permaneçam em suas dietas herbívoras.
Não há consenso quanto a expectativa de vida das rãs.
Reprodução
Ao atingiram a maturidade, os anuros buscam um ambiente aquático para acasalarem.
Os machos coaxam para atrair fêmeas e demarcar seu território.
A fêmea libera os ovos e os machos os cobrem com esperma, a fecundação é externa.
Cuidados Parentais
Os sapos-parteiros carregam ovos fertilizados nas costas.
A espécie Assa darlingtoni guarda os girinos numa bolsa até a fase adulta.
A espécie Rheobatrachus, desenvolve seus girinos no estômago.
A Rhinoderma darwinii (Rã de Darwin) guardava sua prole na boca.
Chamamento
O coaxar é uma característica exclusiva dos machos de sapos e rãs.
Os gêneros Heleioporus e Neobatrachus, produzem chamamento, embora não possuam sacos vocais.
As fêmeas da espécie Polypedates leucomystax também produzem chamamentos.
Distribuição
A exceção da Antártida e algumas ilhas oceânicas as rãs ocorrem no mundo inteiro, principalmente onde haja água doce disponível.
Os gêneros Cyclorana e Pternohyla se adaptaram pra uma vida subterrânea, em virtude da pouca acessibilidade à água.
A Rana sylvatica se adaptou em ambiente frio, e congela seu corpo e se enterra no inverno.
Conservação
30% das espécies conhecidas estão em extinção e mais de 100 espécies estão oficialmente extintas, como as espécies Atelopus zeteki e Rheobatrachus.
As rãs são indicadores biológicos naturais, se o ecossistema está doente, as espécies desaparecem.
Diferenças Entre Rã e Sapo
Rãs possuem membranas entre os dedos.
Sapos tem pele seca e rugosa, vivem em ambiente terrestre.
Rãs possuem carne comestível e muito saborosa. A criação de rãs é uma atividade muito lucrativa, em virtude dos efeitos terapêuticos, gerando grande demanda.
Os membros traseiros dos sapos são curtos quando comparados com o corpo.
O corpo das rãs tem um aspecto esguio, atlético.
As cores dos sapos tendem a ser mais escuras.
As rãs pulam alto e a grandes distâncias.
Os sapos rastejam.
As rãs sempre estão próximas de corpo aquoso.
Os sapos não apresenta nenhuma estrutura entre os dedos.
As rãs tem pele lisa e brilhosa.
A carne do sapo não é comestível.
Os membros traseiros das rãs são maiores do que seu corpo.
Estas diferenças não são doutrinárias, são gerais sob o prisma científico.
A imensa variedade destes animais e a escassa literatura abordando aspectos comportamentais de muitas espécies, ainda carecem de muita investigação.
Acrescente a isso as muitas mutações genéticas, a que são submetidos ao se adaptarem a novos ecossistemas, em virtude de degradações.
Se um desses invadir sua casa, não permita que seu cão morda esses bichinhos, suas toxinas podem até matar seu pet.