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Diferença Entre Abelha Canudo e Tubuna

Scaptotrigona é um gênero eussocial de abelhas em que atualmente 25 espécies são consideradas pertencentes ao gênero. Foram descritas em sua maioria por Pierre André Latreille no século 18.

Eussocialidade

Essas abelhas são membros de muitos subgrupos taxonômicos, incluindo a subclasse pterygota, sub-ordem apocrita e subfamília apinae. Esses grupos de abelhas são insetos alados com hierarquia social e não têm ferrões defensivos. Mas elas podem morder e tentar entrar nos orifícios do corpo como nariz e orelhas. Esta espécie pode ser muito agressiva contra os seres humanos que se aproximam do seu ninho.

Eussocialidade é definida pelas seguintes características: cuidado cooperativo de cria (incluindo cuidado de filhotes de outros indivíduos), sobrepondo gerações dentro de uma colônia de adultos, e uma divisão do trabalho em grupos reprodutivos e não reprodutivos. A divisão do trabalho cria grupos comportamentais especializados dentro de uma sociedade animal que às vezes são chamados de castas.

A ordem hymenoptera contém o maior grupo de insetos eussociais, incluindo formigas, abelhas e vespas, aqueles com “rainhas” reprodutivas e “operárias” ou “soldados”, mais ou menos estéreis que executam tarefas especializadas.

A diferenciação de tarefas entre as castas pode ser vista no fato de que os subordinados completam 80% do total da atividade de forrageamento, enquanto os dominantes completam apenas 20% do total de forrageamento.

A especialização reprodutiva geralmente envolve a produção de membros estéreis da espécie, que realizam tarefas especializadas para cuidar dos membros reprodutivos. Pode manifestar-se na aparência de indivíduos dentro de um grupo cujo comportamento ou morfologia é modificado para defesa do grupo, incluindo comportamento de auto-sacrifício (“altruísmo”).

Eussocialidade em Scapitotrigona

Scapitotrigona Fotografada de Perto
Scapitotrigona Fotografada de Perto

Algumas linhagens principais dentro desses grupos são em sua maioria ou inteiramente eussociais, como as tribos de abelhas scaptotrigona. A eussocialidade nessas abelhas é, às vezes, gerenciada por um conjunto de feromônios que alteram o comportamento de castas específicas na colônia.

Esses feromônios podem atuar em diferentes espécies, como observado em uma espécie de scapitotrigona, onde as abelhas operárias responderam ao feromônio da rainha de outra espécie scapitotrigona.

Os feromônios são algumas vezes usados nessas castas para auxiliar no forrageamento. Trabalhadores da abelha sem ferrão scapitotrigona, por exemplo, marcam fontes de alimento com um feromônio, ajudando seus companheiros de ninho a encontrar o alimento.

Essas castas de abelhas são, por vezes, mais especializadas em seu comportamento com base na idade. Por exemplo, as operárias do gênero scaptotrigona assumem papéis diferentes no ninho com base em sua idade.

Entre aproximadamente 0 e 40 dias de idade, as operárias realizam tarefas dentro do ninho, como provisão de ninhadas de células, limpeza de colônias e recepção de néctar e desidratação. Com uma idade superior a 40 dias, as operárias se deslocam para fora do ninho para praticar a defesa e o forrageamento da colônia.

Atividades das Operárias

Abelha Operária em Trabalho
Abelha Operária em Trabalho

A localização do ninho ajuda a regular a temperatura do ninho. No entanto, as operárias podem ajudar a aquecer ou resfriar o ninho. Em baixas temperaturas, a massa das abelhas incuba a câmara de cria, aumentando a temperatura. Coberturas de cêra, produzidas pelas operárias, isolam os pontos frios.

Durante o superaquecimento, as abelhas evacuam o ninho e reduzem a temperatura por ventilação. Há resfriamento direto via evaporação devido à localização do ninho. A homeostase da temperatura é importante por causa do clima tipicamente tropical dos biomas brasileiros.

A defesa do ninho de scapitotrigona é ter em média 5-8 operárias que guardam a frente do ninho em todos os momentos. Às vezes os soldados pousam nas proximidades e, em outras espécies, elas voam para frente e para trás na entrada.

Essas abelhas fazem parte da tribo meliponini, que não tem ferrão. No entanto, observou-se que as abelhas de guarda do gênero scapitotrigona mordem os intrusos quando alertam os outros membros da colônia por meio da sinalização de feromônio.

Estes feromônios de alarme contêm 2-heptonal e outras cetonas como substâncias ativas. As operárias de scapitotrigona também apresentarão uma postura específica da perna quando outros membros do ninho ou outros organismos tentarem fazer cerúmen das corbículas (estruturas localizadas nas patas traseiras funcionando como cestos de pólen).

Diferença Entre Abelha Canudo e Tubuna

Abelha Canudo
Abelha Canudo

A classificação exata das espécies de scapitotrigona ainda carece de muita pesquisa e dados científicos exatos. A taxonomia baseada na morfologia depende de estudos minuciosos que ainda não existem plenos e cabais.

Por isso descrever com a devida exatidão o que difere as abelhas canudo (scapitotrigona depilis) das abelhas tubuna (scapitotrigona bipunctata) não terá embasamento técnico confiável e informações pormenorizadas consistentes.

Além disso, já está provado que as espécies scapitotrigona dos biomas brasileiros invariavelmente se misturam muito, criando diversas hibridizações e, consequentemente, dificultando a identificação exata das espécies.

Por exemplo, a classificação scapitotrigonas depilis é dada as espécies comumente chamadas de abelhas canudo. Porém, em alguns outros círculos profissionais, o mesmo nome comum abelhas canudo também é dado para as espécies de scapitotrigonas postica.

Sendo assim, tudo o que se pode afirmar de mais concreto para diferenciar as duas espécies conforme pede o artigo está na coloração inconfundível das abelhas tubuna, que geralmente são bem enegrecidas tanto em suas asas como em seu corpo mas com um tom sempre brilhoso, com uma ou duas listras prateadas no posterior abdominal, sem nenhuma coloração amarela.

Abelha Tubuna no Ninho
Abelha Tubuna no Ninho

Outra característica que diferencia essas abelhas está na forma que constroem suas entradas para a colmeia. Enquanto a canudo economiza com entradas geralmente curta ou medianas e tubulares, as abelhas tubuna costumam criar entradas que tendem a se expandir nas bordas, formando uma estrutura que lembra muito trombetas.

Uma observação pessoal que me chamou atenção nessa pesquisa (portanto não posso afirmar que se trata de uma característica exata de uma abelha ou outra, já que não encontrei embasamento técnico nisso), mas é que o interior das colmeias de abelhas tubuna tendem a ser mais limpos enquanto na colmeia de abelhas canudo parece haver uma tendência mais intensa de propolizar o ambiente.

Em outro artigo falaremos mais do benefício dessa propolização do ambiente para as abelhas e como esse estímulo pode ser feito com intervenção humana. Enquanto isso, aprecie outros artigos aqui sobre abelha em nosso blog como, por exemplo, os riscos de uma picada de abelha ou quais tipos de abelhas existem no Brasil.

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