São cerca de 25.000 espécies de abelhas na natureza, entre elas, as variedades tubunas e irapuãs, que possuem diferenças bastante significativas no que diz repeito aos seus aspectos físicos e biológicos.
As abelhas são animais que distribuem-se pelos quatro cantos do planeta, com exceção da Antártida que, como já não é nenhuma novidade, não é lá um ambiente muito convidativo para o desenvolvimento das espécies vegetais e animais que espalham-se pelo restante do planeta.
As abelhas gabam-se de ocupar o posto de “seres mais importantes na natureza” – um título que lhes foi dado por várias correntes científicas, que as elegeram como as principais responsáveis pelo desenvolvimento da biodiversidade vegetal no planeta.
Estima-se que pelo menos 70% de todas as espécies dependam da polinização realizada pelas abelhas para desenvolverem-se. E durante a saga da coleta do néctar para, entre outras coisas, a produção de mel, as abelhas costumam também levar junto com elas toneladas de pólen, que serão as principais ferramentas para o desenvolvimento da vida vegetal na terra.
Mas o objetivo desse artigo é fazer uma lista com algumas das principais diferenças entre essas duas espécies especificas: a abelha tubuna e a irapuã. Duas espécies tipicamente brasileiras, mas que possuem diferenças que as tornam variedades bastante distintas na natureza.
1.Características
A abelha tubuna é a Scaptotrigona bipunctata. Esse gênero já é por demais agressivo, mas as tubunas conseguem ser ainda mais – especialmente pelas suas características de defenderem com unhas e dentes o seu espaço.
Ela é uma abelha sem ferrão, conhecida por atacar com mordidas nos lábios e no rosto, além da capacidade de construir ninhos nos lugares mais improváveis, como: buracos, caixas de luz, caixas de papelão, fendas de paredes, entre outros lugares não-convencionais.
Já a abelha irapuã (ou Trigona spinipes) é uma representante das melíponas, muito conhecida também como abelha-cachorro, arapuá, caapuã, enrola-cabelo, irapuá, torce-cabelo, entre outras inúmeras denominações – muitas delas em uma clara alusão à sua característica de enrolar-se no cabelo das vítimas durante o ataque.
Mas não são só os seres humanos as principais vítimas das temidas irapuãs. Elas são conhecidas por não possuírem o menor escrúpulo na hora de invadir outras colmeias, inclusive matando as moradoras na busca por alimento.
2.Habitats Naturais
Outra diferença entre as abelhas irapuã e tubuna está relacionada com os seus habitats de origem. As tubunas são espécies típicas do sul e sudeste brasileiro. Elas são facilmente encontradas nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde espalham-se facilmente pelas florestas de araucária e matas ciliares.
As irapuãs também podem ser encontradas nessas regiões, com a diferenças de que também são abundantes nas regiões norte e nordeste, em estados como: Amapá, Roraima, Acre, Bahia, Ceará, Pernambuco – e onde quer que elas encontrem trechos de Mata Atlântica, Matas Ciliares, Campos Abertos e, obviamente, da fascinante Floresta Amazônica.3.A Morfologia Dessas Espécies
Como é comum nas variedades de “anthophilas, essas abelhas chamam a atenção pelo caráter exótico, rústico e enigmático das suas formas, nas quais facilmente identifica-se os traços das suas parentes mais próximas: as formigas e as vespas.
No caso das abelhas tubunas, a principal diferença com relação às irapuãs é o aspecto e coloração dos seus corpos. As primeiras também apresentam uma coloração negra e asas na cor fumê, porém o seu aspecto é mais brilhante e uniforme.
Já as irapuãs, apesar de também possuírem um coloração totalmente negra, apresentam uma conformação mais irregular e o corpo totalmente coberto por uma resina – bastante aparente – que as faz grudar nas vítimas durante o ataque.
4.A Construção dos Ninhos
Aqui também existem algumas diferenças importantes entre as abelhas tubunas e as irapuãs. As tubunas convivem em colônias que podem abrigar até assustadoras 50 mil abelhas. Estas colônias são construídas em buracos de árvores de grande porte, com uma entrada em forma de tubo que dá acesso a uma colmeia com bandejas de cria com cerca de 15mm de diâmetro, recipientes de alimentos com no máximo 3cm de altura, entre outros artefatos.
Já as irapuãs preferem construir as suas colônias nos galhos das árvores. Elas são estruturas em forma de esferas, com cerca de 90cm de diâmetro, com entrada circular e bem menos organizada do que a das tubunas.
Lá dentro é possível encontrar um sem números de galhos, fezes, restos de vegetais e de resinas, entre outros entulhos surrupiados durante as suas investidas em outras colmeias.
5.A Organização Dessas Comunidades
De um modo geral, as abelhas são espécies extremamente organizadas. As tubunas, por exemplo, dividem as suas tarefas ou funções dentro da colmeia entre trabalhadoras, zangões e rainha.
As trabalhadores vivem no máximo 50 dias, e durante esse período elas cuidam com afinco da estrutura da colmeia (limpeza, armazenamento de pólen e néctar, alimentação, entre outras obrigações), enquanto os zangões incumbem-se da “dura” tarefa de fecundar a rainha, que, por sua vez, é responsável pela produção de até 3.000 ovos.
A vida de uma irapuã não difere muito da de uma tubuna. Em suas colmeias existem a mesma configuração: rainhas, zangões e operárias.
A diferença talvez esteja nos seus objetivos particulares, que fazem das suas colmeias uma verdadeira base de guerra, onde elas guardam inúmeros produtos de roubo das outras colônias, além de uma quantidade bem maior de resinas extraídas das plantas para a construção dos seus ninhos.
6.Abelhas Tubuna Como Criar
Aqui talvez tenhamos a principal diferença entre as abelhas irapuãs e as tubunas. As primeiras são consideradas verdadeiras pragas para lavouras e demais plantações.
Elas simplesmente as destroem, cortando as flores, caules e toda as suas estruturas para a retirada da resina com a qual elas construirão as suas colmeias.
As irapuãs também costumam extrair fibras vegetais para os ninhos, e, para isso, realizam uma verdadeira devastação em diversas variedades de bananeiras, pinheiros, mangueiras, jabuticabeiras, jaqueiras, entre outras espécies.
Além disso, o seu mel é altamente intoxicante – não recomendado para os humanos -, e por isso a recomendação geralmente é no sentido da destruição dessas colmeias, apesar de uma possível função polinizadora que elas certamente devem ter.
As tubunas, por seu turno, são espécies próprias para a apicultura. Elas não possuem ferrão, são bastante sociáveis e fabricam um mel delicioso (entre ácido e doce), que não causa enjoo como outras variedades; além de ser rico em vitaminas, antioxidantes, possuir um efeito bactericida, entre outras características.
O criador só precisará ter bastante habilidade no seu manejo, já que elas são espécies tipicamente defensivas e capazes de, para proteger a sua colmeia, atacar com mordidas que podem ser bastante desagradáveis.
Deixe a sua opinião sobre esse artigo e ajude-nos a aprimorar, ainda mais, os nossos conteúdos.