As arraias (ou raias, como queira chamar) são animais marinhos, parentes muito próximas dos tubarões, e, assim como estes, são seres muito interessantes de serem observados, tanto por conta de seus hábitos, quanto por causa de suas características físicas.
Você, que já viu uma arraia, ou até mesmo chegou a estar perto de algumas delas devido à prática de mergulho, já se perguntou de que é coberto o corpo desse animal, ou simplesmente de que é feito o seu revestimento?
Pois bem, vamos explicar melhor essa questão a seguir.
Aspectos Gerais do Corpo de um Arraia
Pra começar, vamos salientar algumas diferenças entre arraias e os tubarões. Elas possuem o corpo achatado de maneira dorsiventralmente. Consequentemente, as fendas branquiais se encontram embaixo de suas cabeças, e essa é a principais diferença que as distingue.
Além disso, podemos dizer também que as arraias “típicas” possuem barbatanas peitorais que são, a bem da verdade, extensões de seus corpos. A forma dessas barbatanas pode ser arredondada ou losangular, em relação ao seu corpo, sempre em formato de disco.
Outra característica bastante peculiar desses animais é que possuem uma cauda alongada e larga, cuja finalidade é sustentar as nadadeiras dorsais e caudais em determinadas espécies, e em outras, essa mesma cauda serve como defesa, visto que as nadadeiras são substituídas por espinhos serrilhados e venenosos.
Inclusive, em algumas espécies de arraias, existem tecidos especializados em suas caudas, que emitem descargas elétricas. A arraia elétrica e a arraia torpedo, por exemplo, possuem músculos branquiais modificados, gerando descargas de até 200 volts.
Respiração das Arraias
Para poder respirar embaixo d’água, a arraia suga a água com a sua boca, fluindo em volta das guelras, sendo expelida depois pelas fendas que ficam embaixo do seu corpo. Nesse processo, as brânquias, que ficam dos lados da cabeça, usam uma complexa rede de vasos sanguíneos para separar os gases da água, fazendo com que as arraias possam absorver tranquilamente o oxigênio do qual precisam. Bom lembrar também que, assim como os peixes, as arraias podem fechar suas brânquias para manter a água de maneira temporária.
pelo faro de muitas espécies de arraias viverem e nadarem no fundo de oceanos, é normal que haja uma variação nas brânquias de cada uma, que se assemelham mais a dos peixes comuns. O mecanismo é simples: existem barras de entrada que servem como guelras em sua barriga, que podem sugar a água pelas fendas, e depois expulsá-las. Um mecanismo útil, pois, vivendo no fundo dos oceanos, essas arraias correm o risco de sugarem areia e sujeira.
Composição Corporal das Arraias
E, geral, esses animais possuem uma pele coberta pelo o que chamamos de dentículos dérmicos, ou, simplesmente, de escamas placoides. Trata-se de escamas com estruturas que se assemelham a dentes, pois são constituídas de esmalte, dentina, vasos e nervos. É um tipo de pele exclusive de peixes cartilaginosos, como a própria arraia, e os cações. Inclusive, se você passar a mão no corpo de uma arraia da nadadeira em direção à sua cabeça, vai perceber que a sensação é de estar passando a mão numa lixa.
Existe, no entanto, um motivo bem simples para a pele das arraias ter esse aspecto se assemelha a uma lixa através de escamas placoides: a sua movimentação na água. Para poder caçar e até se afastar de possíveis inimigos, as arrais (assim como os tubarões) precisam, muitas vezes, nadar a longas distâncias e de maneira muito rápida. A composição de sua pele dá certa aerodinâmica aos seus movimentos na água, que, unidos aos movimentos das nadadeiras, possibilita a esses animais uma locomoção bem mais adequada às suas necessidades.
É o conjunto de nervos também que possibilita às arraias saberem a posição de determinada parte do seu corpo enquanto nadam, o que é muito importante para elas, visto que seus olhos proeminentes estão localizados na parte de cima, e elas precisam saber, literalmente, o que está abaixo delas. Existem espécies de “pêlos” em certas partes acolchoadas de seu corpos que têm por função enviar sinais nervosos. A mensagem de como a arraia vai se movimentar depende da disposição em que esse pêlos ficam curvados. Funcionam, portanto, como órgãos sensoriais.
Bom destacar também que as arraias não possuem ossos verdadeiros, e sim estruturas compostas por uma cartilagem bastante resistente e flexível. Essa estrutura ainda é reforçada por depósitos calcários, o que possibilita ainda mais resistência. Já, o seu esqueleto é formado por um crânio que é ligado a uma coluna vertebral, além de cinturas peitoral e pélvica. Ressaltando também que a mandíbula não é fundida ao crânio. Por sinal, algumas espécies de arraias possuem uma coluna vertebral tão rija quanto a dos peixes ósseos.
Revestimento da Cauda e Ataques de Arraias
Mesmo que as arraias sejam animais fascinantes, elas continuam sendo selvagens, e se preciso for, elas atacarão caso se sintam ameaçadas. E, a forma de defesa delas é justamente a sua cauda, onde algumas espécies possuem esse órgão em formato de chicote, com um espinho venenoso em sua ponta.
Em geral, os ataques acontecem quando uma pessoa, acidentalmente, pisa numa arraia, por isso é importante verificar o local onde se mergulha, ou na beira de determinadas prais, pois esses animais ficam no chão, e como são achatados no formato, podem passar despercebidos aos nosso olhos.
A parte atingida é geralmente o pé ou a perna da vítima, onde ainda podem constar fragmentos da cauda encrustados na lesão, o que aumenta ainda mais o risco de infecção. Como a lesão, na maior parte dos casos, é irregular, ela sangra em abundância, provocando uma dor intensa que só tende a melhorar depois de 6 horas após o ataque. Algumas pessoas ainda podem apresentar desmaios, fraqueza, enjoos e ansiedade.
A questão da dor que uma ferruada de arraia causa é por conta da disposição das serras do espinho que fica na cauda, fazendo com que a pele de sua vítima seja facilmente perfurada. Quando um acidente desses ocorre, o ideal é levar a pessoa num médico, tendo limpado antes a ferida com água salgada. É recomendável também não tirar o espinho, principalmente se ele estiver no pescoço, no tórax ou no abdômen.
Como se vê, o ideal mesmo é ter cuidado, e saber conviver bem com esses interessantes espécimes da natureza.