As Estratégias dos Seres Vivos
Quando pensamos em biologia e em todos os seres vivos diferentes que a compõem, e ainda na maneira como eles se desenvolvem e proliferam pelo mundo, verificamos que diferentes organismos apresentam diferentes estratégias de colonização.
A afirmação parece ser óbvia e barata, entretanto só o conceito de estratégia em biologia demanda certo conhecimento em evolução e seleção natural, os quais muitas vezes não conseguimos perceber, pois ocorrem em outros níveis de organização.
Primeiros, temos que entender que os seres vivos mudam inerentemente ao passar do tempo, devido aquilo que conhecemos como molécula da vida: o nosso famoso DNA.
Assim, a própria molécula de DNA possui estratégias próprias para se adaptar, que é continuar mudando para não perecer e desaparecer: pode-se citar a mutação (que ocorre com mais frequência nos procariotos) e a permutação (que ocorre nos organismos que realizam alternância de gerações e/ou realizam fecundação cruzada).
Ambos os mecanismos promovem mudança nas moléculas do DNA, o que acarreta mudança nos respectivos organismos, desde bactérias e protozoários até plantas a animais.
Diferentes Seres Vivos, Diferentes Estratégias
Como dito anteriormente no texto, diferentes organismos apresentam diferentes estratégias: o pulo do gato está aí, em identificar qual a estratégia de cada organismo.
Vamos pegar um exemplo até um pouco paradoxal quando queremos falar de seres vivos: os vírus.
Apesar de muitos cientistas defenderem que eles não representam a vida, devido a simplicidade molecular (não configura célula), sendo apenas um parasita que só se multiplicam usando a maquinaria da célula que está sendo infectada, estas modestas entidades orgânicas replicadoras possuem complexas estratégia para sobreviver por aqui no planeta: estudos já mostram que pessoas com gripe ficam mais sociáveis, com o vírus influenza de alguma maneira modificando o comportamento humano, para assim poder pular para hospedeiros novos.
Saindo dos vírus, indo até o protozoário, especificamente aquele que causa a toxoplasmose: é muito comum vídeos que mostram ratos com comportamentos aberrantes, atacando gatos, perdendo o medo de seu predador oportunista: aqui também temos uma infecção de um microorganismo que altera o comportamento do animal infectado, podendo assim ser uma estratégia do protozoa, para este continuar a sua jornada de sobrevivência aqui na Terra (provavelmente com o comportamento suicida do rato o protozoário irá aumentar a probabilidade de infectar gatos).
Imagine um patógeno que nos infecte, e nos faça pular para a boca de um leão, para ele assim continuar existindo.
Como dito: os diferentes seres vivos fazem uso de diferentes estratégias.
Os Metazoários e Suas Estratégias de Sobrevivência
Se os pequenos micro-organismos constroem estratégia mirabolantes para continuarem vivos, os animais – com suas estruturas e tamanho corpóreos mais desenvolvidos – adotam estratégias igualmente criativas, seja para cooperar ou para predar.
Os animais possuem suas estratégias de sobrevivência principalmente baseada em duas diretrizes: obtenção de alimento e proteção contra predadores.
Claro que isso varia conforme as funcionalidades que estes animais apresentam, assim não podemos comparar um artrópode (grupo que representa os animais invertebrados como os crustáceos, os insetos, os aracnídeos, os quilópodes e os diplópodes) com um mamífero (grupo de animais vertebrados onde nós, os seres humanos, estão incluídos).
Deve-se ponderar qual a capacidade que o animal apresenta, e como faz uso dela para obter alimento, ou se proteger de algum predador quando necessita.
Por exemplo, pegando duas espécies de artrópode, da classe dos insetos: as formigas e as abelhas.
Estas foram espécies selecionadas para viverem em sociedades, com castas biológicas bem definidas do ponto de vista da contribuição social (as operárias, os soldados, a rainha), assim trazendo mais segurança para colônia (formigueiro ou colmeia), e por assim tendo uma base de segurança, donde tirarão suas fontes alimentares energéticas, assim como estará protegida contra possível parasitas e predadores.
Já um outro exemplo, no caso de um mamífero, a estratégia é outra: lobos presentes em florestas temperadas podem andar em matilha, o que os fazem melhores caçadores e protegerem suas matilhas de adversidades do ambiente, todavia, considerando os tipos de presas que eles devem caçar para obter alimento, de nada adianta ter uma grande matilha se manterá ela afastada de possíveis caças.
Assim, a natureza selecionou uma estratégia, que permitiu lobos se tornarem excelentes caçadores: ao localizarem fontes de forte odor (como matérias orgânicas em decomposição, ou restos de fezes e urinas de animais de grade porte), os lobos, e também outas espécies da família Canidae, começam a se esfregar e se impregnar com o respectivo cheiro, podendo assim se aproximar de presas com mais efetividade, dando assim maiores condições do sucesso à caça.
Espécies Aracnídeas: O Veneno é Para Ataque e Defesa
Ainda falando dos artrópodes, devemos lembrar que este foi um dos grupos de animais que mais se deram bem nas estratégias de sobrevivência e ocupação do território, já que mais da metade das espécies identificadas no mundo pertencem a este filo (em especial os insetos).
Dentro dos artrópodes, nos lembremos dos aracnídeos: entretanto não ser regra do grupo, algumas das espécies mais lembrada são aquelas que possuem veneno em suas estruturas, como as aranhas e os escorpiões.
Podemos assim raciocinar que, se eles apresentam este tipo de dispositivo biológico – que pode servir tanto para atacar uma presa para obtenção de alimento, quanto atacar um predador que esteja com intenções de devorar um destes peçonhentos – foi algo selecionado pela pressão ambiental, que tem bastante utilidade para o animal sobreviver em seu meio.
Ao vermos o escorpião, a coisa pode ser ainda mais assustadora, já que a sua anatomia fez com que seu abdominal se desenvolvesse com um belo ferrão terminal, que contem veneno e, se não chega a matar um ser humano adulto, deve-se tomar precaução principalmente com crianças pequenas e os animais de estimação.
Mais Algumas Curiosidades Sobre o Escorpião
Compreendo aproximadamente cerca de 2.000 diferentes espécies, este invertebrado tem distribuição cosmopolita, claro: considerando que algumas espécies são endêmicas em partes específicas do globo.
Também apresentam exoesqueleto de quitina, como os demais vertebrados, que fez com que este filo garantisse menor perda hídrica, dando assim a oportunidade de conquistar inclusive ambientes mais secos e desérticos.
A devido a esta alta carga proteica, é muito comum observarmos indivíduos vivendo em culturas orientais que se alimentam de escorpiões (fritos ou assados).
Seus pares de patas dianteiros, em forma de tesoura, dão aspecto mais assustador ao bicho, pares estes que ele utilizada para se alimentar de suas presas, dilacerando-as a partir destes apêndices articulados (escorpiões são carnívoros).
Não obstante a toda esta morfologia, escorpiões são notívagos, e tem hábitos de caçar a noite.
Como já dito, sua carga de toxina não causa perigo de morte para adultos, entretanto crianças e pets devem manterem-se afastados, par evitar acidentes possivelmente letais.