As raposas são canídeos (ou seja, parentes bem próximos dos cachorros domésticos) muitos interessantes, e algumas pessoas até as consideram animais muito bonitos. E, de fato, algumas espécies fazem por merecer essa atenção. É o caso da raposa do ártico, um animal fascinante em muitos aspectos.
A seguir, vamos falar mais a respeito dela.
Aspectos Físicos
A raposa do ártico (de nome científico Alopex lagopus) é uma das espécies de raposas de menores dimensões, medindo de 70 cm a 1 m de comprimento, como uma altura de 28 cm até os ombros. Em geral, pesa de 2,5 a 7 kg, e pode viver de 10 a 16 anos.
Interessante notar que a pelagem dessa raposa varia de acordo com as estações do ano. Quando é inverno, é branca. Mas, se está no verão, passa a ser da cor castanho-parda. A camada inferior de pelo da raposa do ártico, por sinal, é mais densa e espessa do que a exterior.
As pequenas orelhas desse animal são revestidas de uma camada de pelo que ajuda a reter o calor nos períodos mais frios do ano. Já, as patas são relativamente grandes, o que evita que essa raposa afunde na neve fofa. Sem contar que essas patas ainda possuem um pelo lanudo, que funciona tanto como isolante, quanto como antiderrapante.
A cauda, por sua vez, é pequena, espessa e bem densa, não chegando a ter mais do que 30 cm de comprimento.
Comportamentos Típicos
Não se iluda com o tamanho diminuto dessa raposa, pois ela pode percorrer grandes distâncias em busca de comida, chegando a cobrir uma extensão de terra de uns 2.300 km. E, detalhe: elas fazem essa “peregrinação” todos os anos. Bom salientar que elas vivem no norte da Europa, Ásia e América, mais especificamente na Groenlândia e na Islândia.
Em se tratando de vida conjugal, a raposa do ártico é monogâmica, com os mesmos pares acasalando durante a vida. Nota-se, inclusive, que quando estão procriando, macho e fêmea partilham o mesmo território com outros casais. Ao mesmo tempo, constroem uma toca em uma zona que seja abrigada e sem neve, ou mesmo entre algumas pedras.
As tocas onde as raposas do ártico se abrigam, são construções complexas, chegando a possuir inacreditáveis 250 entradas! Algumas dessas tocas têm sido usadas continuamente por gerações e gerações de raposas, algumas com estimativa de até 300 anos de existência. Mas, esse cuidado todo com a toca não é à toa, pois ela serve de abrigo contra o mau tempo, além de ser uma ótima despensa de comida, e claro: é uma proteção e tanto para as crias e contra predadores.
Cardápio Básico
Obviamente que como estamos falando de lugares um pouco inóspitos, não há muita variedade de comida, e a raposa do ártico precisa se contentar com o que tem à disposição mesmo. E, essa alimentação é composta por lêmingues, ratos e pequenos mamíferos. Quando se aproximam um pouco mais da costa, elas ampliam um pouco mais o leque de opções, podendo comer caranguejos, peixes e até aves marinhas junto com os seus ovos.
Porém, existem momentos em que até carne putrefata serve de alimento para essas raposas. Elas seguem os ursos polares, e acabam se alimentando dos restos das focas deixados por eles. Em algumas ocasiões, as raposas do ártico também comem bagas, mostrando que elas são bem versáteis nessa questão (e, precisam ser, já que o habitat delas não é muito favorável).
Quando a região tem certa fartura de alimento, essas raposas armazenam um pouco das sobras de carne em suas tocas. Inclusive, elas são bem organizadas nesse sentido: alinham de maneira ordenada os restos que levam, sejam aves sem cabeça ou mamíferos em geral. Essas reservas são especialmente importantes para serem consumidas no inverno, quando a escassez de comida é bem maior.
Reprodução e Cuidado Com os Filhotes
A reprodução das raposas do ártico se dá no início do verão. Um casal produz, em média, uma ninhada de 6 a 10 crias. Já, o período de gestação pode chegar a cerca de 50 dias. Interessante notar que não somente os pais, mas também fêmeas ajudantes auxiliam na criação e cuidados com os filhotes.
Depois de aproximadamente 9 semanas, as crias são desmamadas, e após 15 semanas, elas, finalmente, saem das tocas. Enquanto estão no ninho, tanto os filhotes, quanto os seus pais, comem em torno de 4 mil lêmingues, que é a sua presa favorita. É esse fator, inclusive, que determina a quantidade de raposas do ártico em uma região: a disponibilidade de comida.
Mais Algumas Curiosidades
Tem uma lenda no folclore escandinavo, que dizia que a raposa do ártico era quem provocava o belíssimo fenômeno da aurora boreal, ou, como é chamada em algumas regiões, as Luzes do Norte. A lenda tinha tanta força que a palavra antiga para aurora em finlandês era “revontulet”, ou, simplesmente, “fogo da raposa”.
Outra curiosidade que podemos destacar desse magnífico animal (desta vez, não é lenda) é sobre a sua incrível adaptação em regiões extremamente frias da Terra. Para se ter uma ideia, a raposa do ártico pode aguentar viver em ambientes cuja temperatura pode chegar a inacreditáveis 50 graus negativos! Trata-se de um dos animais mais bem adaptados para esses lugares.
O Perigo do Aquecimento Global
Evidentemente que o aquecimento global é um fenômeno que afeta a todos, mas, em especial, a fauna que habita as regiões mais geladas do planeta, principalmente o alce, o urso polar e a nossa já conhecida raposa do ártico. Devido a esse problema, o oceano de gelo do Ártico, há anos, vem sofrendo uma drástica redução, e quem mais sofre são os animais que dependem daquele habitat para suas necessidades mais básicas.
Com isso, as populações dessas raposas (e outras espécies) estão sumindo gradativamente, e se os governos mundiais não se mobilizarem, é certo que catástrofes naturais irão acontecer, e isso irá se refletir, cedo ou tarde, em outros lugares. Portanto, é importante se conscientizar desse mal que é o aquecimento global, e fazer a sua parte para a melhoria do nosso planeta e das espécies que aqui vivem, incluindo aí a nossa amiga raposa do ártico.
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