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Crocodilo-Do-Oeste-Africano: Características, Habitat e Fotos

O crocodilo-do-oeste-africano, também conhecido como crocodilo do deserto (Crocodylus suchus) é um tipo de crocodilo que é confundido com muita frequência com o agressivo crocodilo-do-nilo (C. niloticus). É conhecido também como crocodilo da África Ocidental nos países de língua inglesa.

Locais de Habitação

Esse réptil habita boa parte da África Ocidental e Central, variando do Sudão do Sul e Uganda até o sul congolês. Nessas três nações, ele pode se aproximar e até mesmo conviver com os perigosos crocodilos-do-nilo.

Os locais de habitação desse crocodilo também incluem a Mauritânia, Benin, Libéria, Nigéria, Chade, Guiné Equatorial, Senegal, Mali, Guiné, Gâmbia, Gana, Gabão, Togo, República do Congo entre outros. Até a década de 1920, os museus continuaram a obter espécimes desse crocodiliano da África Ocidental na parte sul do Nilo. Entretanto, não há mais resquícios dessa espécie naquele rio nos dias de hoje.

Na maioria das vezes, esse crocodilo mora em regiões florestais, mas também pode ser visto em habitats mais amplos. Na Mauritânia, ele se adaptou ao árido ambiente desértico do Saara e permaneceu em tocas e cavernas abandonadas durante os períodos mais secos, o que lhe fez receber um segundo nome: crocodilo do deserto.

Quando chove, esses crocodilos costumam se reunir em lagos ou até mesmo em grandes poças d’água. Em algumas ocasiões, esse réptil pode se aproximar de outros tipos de crocodilos, apesar de preferirem uma espécie de segregação de habitats entre eles. Normalmente, o crocodilo do Nilo gosta de grandes rios sazonais em savanas ou pastagens, enquanto o crocodiliano da África Ocidental prefere as regiões florestais, especialmente as lagoas e os pântanos.

Em uma pesquisa sobre o uso de habitat pelos três tipos de crocodilos da Libéria (África Ocidental, focinho delgado e anão), percebeu-se que o crocodilo da África Ocidental normalmente ocupava cursos de água maiores e mais amplos, o que consistia em bacias hidrográficas e manguezais. Além disso, ele era o espécime com mais tolerância às águas salobras. Por outro lado, o crocodilo-de-focinho-delgado normalmente ocupa rios no interior da floresta, enquanto os crocodilos-anões gostam de ficar em rios menores (especialmente os afluentes), em córregos e nos riachos que ficam dentro das áreas florestais.

Taxonomia

O crocodilo do deserto tem esse nome por causa do naturalista Étienne Geoffroy Saint-Hilaire (1772-1844), que nomeou esse animal em 1807. Saint-Hilaire percebeu diferenças entre o crânio de uma múmia de crocodilo e a caixa craniana de um crocodilo do Nilo (chamado cientificamente de C. niloticus). Entretanto, por muito tempo esse crocodiliano foi considerado algum tipo de parente do crocodilo do Nilo.

Em 2003, um estudo científico apontou que o crocodilo do deserto poderia ser validado como uma espécie. Posteriormente, essa informação foi confirmada por várias outras pesquisas entre 2011 e 2015. Apesar desses animais serem historicamente confundidos um com o outro, os testes genéticos revelaram que esses crocodilianos não possuem um parentesco tão próximo.

Homem x Crocodilo

Comparado ao crocodilo do Nilo, o crocodilo da África Ocidental é menor: os adultos medem entre 1,5 m a 2,5 m de comprimento e, no máximo, atingem algo entre 3 m e 4 m. Apesar de não ser tão agressivo quanto o seu parente do Nilo, foram registrados vários ataques a humanos, inclusive com consequências fatais.

Os povos tradicionais da Mauritânia vivem em estreita proximidade com os crocodilos da África Ocidental; eles os reverenciam e os protegem de danos. Isso se deve à crença de que, assim como a água é necessária para os crocodilos, os crocodilos também são necessários para a água. Esse povo acredita que a água desapareceria de forma permanente se não existisse a habitação dos crocodilos. Nesses locais, esses predadores aparentemente vivem em paz com os humanos e não têm o costume de atacar banhistas.

Antigo Egito

Os antigos egípcios veneravam Sobek, uma divindade crocodiliana associada à fertilidade, poder e proteção do faraó. O relacionamento que eles tinham com Sobek era ambíguo: da mesma forma que eles adoravam essa divindade e a viam como fonte de segurança, em outros momentos eles caçavam esses répteis como forma de desafiar e ofender esse deus. O crocodilo-do-deserto ficou famoso pelo fato de ser menos violento que o crocodilo do Nilo e isso lhe fez ser escolhido pelos habitantes do Antigo Egito para rituais espirituais, entre eles a mumificação.

Sobek era visto por aquele povo de várias formas: poderia ser um simples crocodilo, um crocodilo mumificado ou até mesmo um homem com uma cabeça de crocodilo. Os lugares que mais lhe adoravam era a cidade de Arsinoe, no Reino do Meio e também o Oásis de Faiyum (atualmente chamado de Al Fayyum), conhecido como “Crocodilopolis” na Grécia. Outro local importante para a adoração de Sobek está na cidade egípcia de Com-Ombo. Como esse deus era muito popular, ainda existiam mais templos espalhados pelo Egito naquela época.

Ilustração de Crocodilopolis
Ilustração de Crocodilopolis

Historicamente, o crocodilo do deserto habitava o rio Nilo, no Antigo Egito, próximo ao crocodilo do Nilo. O autor grego Heródoto (485 a.C. – 425 a.C.) disse em seus escritos que os antigos sacerdotes egípcios eram bem criteriosos na hora de selecionar crocodilos. Os padres sabiam das diferenças entre essas espécies, visto que o crocodilo do deserto possui menor porte e é menos agressivo, o que o tornava menos complicado de capturar e domesticar.

Heródoto também apontou que alguns habitantes do Egito tratavam os crocodilos como amigos, o que lhes assemelhava aos famosos pets (gatos, cachorros, entre outros) de hoje em dia. Havia um crocodilo no santuário de Sobek, em Arsinoe, ele ficava na piscina daquele templo, local em que costumava receber alimentação, além de ser coberto de joias e muito adorado. Quando esse predador morria, ele era embalsamado, mumificado, posto em um sarcófago e depois sepultado em um local sagrado. Muitas múmias de crocodilos do deserto e até ovos desse animal foram achados em alguns túmulos egípcios.

Santuário de Sobek
Santuário de Sobek

Os antigos egípcios utilizavam alguns feitiços para acalmar os crocodilos. Mesmo com a chegada da modernidade, os pescadores núbios ainda colocam crocodilos nas portas de suas residências para se proteger do mal.

Vida em Cativeiro

O crocodilo da África Ocidental só foi reconhecido como uma espécie válida em 2011. Por consequência, os crocodilos cativos sempre são confundidos com outras espécies, principalmente com o crocodilo do Nilo. Em terras europeias, os casais reprodutores de crocodilos da África Ocidental vivem nos zoológicos de Copenhague (Dinamarca), de Lyon (França) e no Vivarium de Lausanne (Suíça). Por sua vez, os filhotes do casal da Dinamarca estão nos zoológicos de Dublin (Irlanda) e de Kristiansand (Noruega).

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