A reprodução e o ciclo de vida dos Crinoides funcionam do modo como é comum nos membros desse extravagante filo Echinodermata ou dos Equinodermos.
Da estrutura epitelial das pínulas produz-se os gametas, e em uma reprodução sexuada eles são fecundados, até produzirem os ovos que serão lançados para o seu desenvolvimento em plena correnteza.
Em algumas espécies, como na Antedon bifida, por exemplo, o desenvolvimento dos gametas e a sua fecundação ocorrem no próprio animal, nas paredes do tecido epitelial das pínulas. Nesse local podem reunir-se até 20 ou 30 ovos, que permanecem comodamente abrigados em um líquido viscoso e protegidos pela fêmea.
Esses ovos permanecerão ali, nas estruturas da pínulas, por cerca de 6 dias, até que sejam liberados na correnteza; e aí então desenvolvam-se, inicialmente como uma larva vitelária, e depois pelágica, até que busquem o substrato do fundo mar, para ali fixarem-se desenvolverem-se semelhantemente a uma planta.
Passada essa fase, os Crinoides desenvolverão as suas hastes, por meio das quais, a partir dali, tornar-se-ão animais móveis, capazes de locomoverem-se naturalmente, e sempre em busca de alimentos – nesse caso, restos vegetais, fitoplânctons, zooplânctons, entre outras iguarias que possam digerir com facilidade.
É a natureza selvagem, capaz de nos surpreender sempre! Por meio das suas regras relacionadas com a seleção natural e a preservação das espécies, ela nos oferece um verdadeiro mosaico de cores, formas e tipos; e, sem dúvida, a comunidade dos Crinoides – na qual destacam-se os lírios-do-mar – é uma caso à parte na biosfera terrestre.
Além de Saber Como Funcionam a sua Reprodução e Ciclo de Vida, o que Mais Pode nos Interessar a Respeito dos Crinoides?
Eles são verdadeiramente espécies únicas na natureza! E os lírios-do-mar, sem dúvida, os seus membros mais ilustres.
Porém, espécies como o Antedon bifida, o Comaster schlegelii, o Conocrinus cabioch, entre outros tipos não menos exóticos, não ficam atrás quando o assunto são variedades incomuns na natureza.
Na verdade podemos dizer que, dentro do filo dos Equinodermos (que abriga personagens como os ouriços, estrelas e pepinos-do-mar), os Crinoides são verdadeiros entes misteriosos; difíceis mesmo de analisar as suas características físicas, e muito menos descrever como funcionam os seus ciclos de vida e reprodução.
Pois enquanto algumas espécies dessa comunidade permanecem às vezes por toda a vida fixas no substrato do fundo dos mares, outras preferem mesmo é percorrer as distâncias, em meio à correnteza, em busca de material orgânico, restos vegetais, zooplânctons e fitoplânctons que eles consigam abocanhar nessas incursões.
E, para tal, eles geralmente utilizam-se do expediente de transformar as suas curiosas hastes em uma espécie de armadilha, por meio da qual simplesmente filtram a água, e dela recolhem o substrato necessário à sua sobrevivência, em um dos fenômenos mais singulares da natureza selvagem.
Alguns, menos equipados, passam a vida fixos no substrato, onde costumam servir de base alimentar para diversos tipos de peixes e crustáceos, entre os quais, caranguejos, lagostas e peixes de pequeno porte, que geralmente lhes arrancam uma ou duas das suas hastes – mas que, porém, em um outro fenômeno não menos curioso e original, conseguem regenerar-se em um período de 8 a 10 meses.
Crinoides: Reprodução, Ciclo de Vida e Existência em Meio aos Mares e Oceanos de Quase Todo o Planeta
Os Crinoides ajudam a compor o exótico e singular filo dos Equinodermos. Estes habitam as profundezas dos Mares e Oceanos desde o distante e quase insondável período conhecido como Cambriano (há pelo menos 540 milhões de anos).
Eles estavam lá antes mesmo que qualquer animal ousasse cruzar a fronteira que separa o ambiente aquático e terrestre. E eram indivíduos com constituição biológica simples, como os pepinos, estrelas e ouriços-do-mar, que locomoviam-se por meio dos seus braços ou pés ambulacrais, diferentemente dos Crinoides, que inicialmente eram designados animais sésseis; aqueles que viviam às vezes por toda a vida presos ao substrato, semelhantemente a uma espécie vegetal.
São animais cujos ciclos de vida e reproduções funcionam das formas mais diversas, como ocorre com os Crinoides, que podem fecundar-se externamente (em meio às águas) ou internamente (nas extremidades dos seus braços ou nas pínulas); e sempre de forma sexuada, com fase inicial larvar e logo após bentônica.
Fisicamente, a maioria apresenta-se como uma espécie de cone, formado por uma estrutura calcária, de onde pendem inúmeras hastes; e onde também podem ser localizados boca e ânus (na parte de cima do animal), cercados por um conjunto de cílios que os envolvem, e que ajudam a conter o alimento e levá-lo até à boca.
Uma curiosidade sobre os Crinoides, é que estes são os únicos animais do filo dos Equinodermos que possuem a boca na parte de cima da sua estrutura.
Isso até pode parecer pouca coisa, no entanto, quando se leva em consideração que a maioria dos animais dessa classe podem passar até as suas vidas inteiras fixos no solo, percebemos o quão providencial foi essa configuração, e como fora decisiva para a seleção dessas espécies em meio a milhares de outras (pelo menos metade) que simplesmente foram ficando pelo caminho.
Uma Comunidade e as suas Peculiaridades
Semelhantemente a uma planta, a maioria das espécies dessa classe atravessa toda a sua existência como amimais fixos no substrato, com os seus originais tentáculos, que mal se consegue diferenciar da estrutura de uma alga ou de qualquer outra espécie vegetal do fundo do mar.
Porém, a surpresa fica por conta das suas estratégias de sobrevivência, que fazem com que, muitas delas, simplesmente desprendam-se do substrato, e passem a vagar nas profundezas, livres e fluidas; com uma atitude típica dos predadores; só que, nos seus casos, como típicos animais filtradores.
Chega a ser curioso observar um extravagante Comaster schlegelii, ou mesmo um Conocrinus cabioch, ou até mesmo os famosos lírios-do-mar, com todas as características de um vegetal, reagindo como qualquer outra espécie diante do assédio dos invasores.
Elas, inclusive, utilizam-se de uma curiosíssima estratégia de defesa, que consiste em simplesmente desprender-se de uma das suas inúmeras hastes, de forma a distrair o invasor, enquanto preparam a sua fuga, de forma ainda mais discreta, para garantir, com isso, a sua sobrevivência por ainda mais um tempo.
Mas, independentemente das suas particularidades, não há dúvida tratar-se de uma das comunidades mais singulares da biosfera terrestre; habitantes das águas antes mesmo de que qualquer espécie se arriscasse em terra; capazes de chegar aos nossos dias com praticamente todas as suas características inalteradas; e por isso mesmo conhecidos, de forma bastante significativa, como “os fósseis vivos” da natureza.
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