Ao contrário da crença popular, o coral não é vegetal, mas animal. É mais especificamente animal colonial chamado zooide ou pólipo. As colônias podem ser formadas por milhares de indivíduos e atingir tamanhos enormes.
Neste artigo, vamos conhecer um pouco mais desse animais marinhos tão intrigantes.
Taxononia do Coral
Taxonomicamente, os corais pertencem:
- Filo – Cnidaria;
- Reino- Animalia;
- Ordem – Alcyonacea (entre outras);
- Família – Trachyphylliidae (entre outras);
- Gênero – Heliopora (entre outros);
- Classe Anthozoa.
Os corais podem ser considerados sésseis, significando que se fixam permanentemente no fundo dos oceanos. Ele essencialmente “cria raízes”, como a maioria das plantas. Certamente não podemos reconhecê-los por seus rostos ou outras partes distintas do corpo, como podemos ver em grande parte dos outros animais.
O Que Exatamente São os Corais?
Os corais, na verdade, compreendem uma parceria antiga e única, chamada simbiose. Isso é o que beneficia a vida animal e vegetal no oceano.
Eles são animais, porém, porque não produzem sua própria comida, como as plantas. Eles têm braços minúsculos, parecidos com tentáculos, que eles usam para capturar seus alimentos da água e varrer suas bocas inescrutáveis.
A maioria das estruturas que chamamos de “coral” é, de fato, composta de centenas a milhares de pequenas criaturas chamadas pólipos. Cada pólipo de corpo mole – quase não mais espesso que um níquel – secreta um esqueleto externo duro de calcário (carbonato de cálcio). Este se liga à rocha ou aos esqueletos mortos de outros pólipos.
No caso de corais duros, esses conglomerados de pólipos crescem, morrem e repetem o ciclo infinitamente ao longo do tempo. Assim, estabelecem lentamente a base de calcário para os recifes de coral e dando forma aos corais familiares que residem lá. Devido a esse ciclo de crescimento, morte e regeneração entre pólipos individuais, muitas colônias podem viver por muito tempo.
A maior parte dos corais contém algas que se chamam zooxanthellae, que são organismos semelhantes a plantas. Residindo nos tecidos do coral, as algas microscópicas são bem protegidas e fazem uso dos resíduos metabólicos para a fotossíntese, o processo pelo qual as plantas produzem seu próprio alimento.
Os corais se beneficiam à medida que as algas:
- Produzem oxigênio;
- Removem resíduos;
- Fornecem os produtos orgânicos da fotossíntese.
Mais do que apenas uma colaboração inteligente que perdura entre alguns dos menores animais e plantas oceânicas há cerca de 25 milhões de anos. Essa troca mútua é a razão pela qual os recifes de coral são as maiores estruturas de origem biológica da Terra e rivalizam com florestas antigas.
A Vida dos Corais
Existem muitas espécies diversas de coral. Eles têm uma variedade deslumbrante de cores e formas. Vai de corais dobrados e redondos (nomeados pela semelhança com um cérebro humano) a altos e elegantes chicotes marinhos. Mas pode ser também algo que parece plantas ou árvores intricadas e com cores vibrantes.
O filo cnidaria, ao qual pertence, é um grupo que inclui:
- Águas-vivas;
- Anêmonas;
- E muitos outros invertebrados picantes e gelatinosos.
Os corais podem se alimentar de uma das duas maneiras. Determinadas espécies capturam pequenas vidas marinhas, como peixes e plâncton, utilizando os tentáculos nos lados externos dos seus corpos. A maioria, entretanto, depende das algas que chamam zooxanthellae para o fornecimento da energia pela fotossíntese.
O coral possui relação simbiótica, mutuamente benéfica. Essas algas moram dentro dos corpos do pólipo, onde fotossintetizam a produção de energia para os pólipos e para si.
Os pólipos fornecem um lar, bem como dióxido de carbono para algas. Além do mais, as zooxantelas dão ao coral suas vivas cores, pois a maioria dos pólipos é clara e incolor sem zooxantelas.
Reprodução dos Corais
Alguns tipos, tal como o coral parecido com o cérebro, são considerados hermafroditas. Isso significa que produz espermatozoides e óvulos ao mesmo tempo. A reprodução ocorre durante o evento da desova de coral em massa. Para muitos acontece somente uma vez ao ano.
Existem também as gonocóricas, que criam as colônias compostas por todas as fêmeas e os machos. Dentro das colônias de coral, os pólipos produzem apenas óvulos ou apenas esperma. Para a reprodução satisfatória, a colônia precisa contar com colônias vizinhas que produzam outra célula reprodutora.
Como São Formados os Recifes de Corais
Os recifes de coral se formam com o acúmulo dos esqueletos externos secretados pelos próprios corais após a morte. Eles são compostos principalmente de carbonato de cálcio e aragonita.
A Grande Barreira é uma estrutura subaquática que constitui um imenso ecossistema em que diferentes tipos marinhos coexistem. Milhares de organismos vivos são gerados com corais, que por sua vez são uma fonte de alimento para outros animais maiores.
Esses ecossistemas complexos são responsáveis pela formação de praias de areia branca. Isso porque, ao morrer, os esqueletos são arrastados pelas correntes marítimas e, com a erosão das ondas e rochas, quebram formando as praias.
Você Sabia?
Quando os corais são estressados por mudanças em condições como temperatura, luz ou nutrientes, expelem as algas simbióticas que vivem em seus tecidos. Isso faz com que fiquem completamente brancos.
Quando um coral alveja, ele não está morto. Os corais podem sobreviver a um evento de branqueamento, mas estão sob mais estresse e sujeitos à mortalidade. Hoje, o branqueamento é uma preocupação particular, à medida que nossas mudanças climáticas e temperaturas aumentam.
Recifes de Corais em Perigo
Como consequência das mudanças climáticas, a temperatura do oceano está subindo. Isso tem uma consequência catastrófica para os recifes de coral.
Corais são organismos muito sensíveis às variações de temperatura. Um aumento de uma série durante um período de algumas semanas pode ser um desastre. É o que está acontecendo com várias áreas de recifes de coral na Austrália. Além disso, estudos recentes afirmam que os corais se tornam cada vez mais sensíveis às mudanças de temperatura, o que pode piorar a situação.
Com a temperatura do mar aumentada, ocorre o branqueamento de corais. Em última análise, isso resulta na morte do organismo.
Os recifes de coral têm um valor incalculável nos ecossistemas marinhos porque protegem as costas contra a erosão e o ataque das ondas. Também servem de habitat para 25% das espécies marinhas, incluindo aquelas para consumo humano. Sem contar com a grande importância para a pesca.
A Organização das Nações Unidas estima que em 2050 o mundo possa se despedir do coral. Infelizmente, ele ainda é uma parte fundamental dos ecossistemas marinhos.