Os condores são aves de rapina gigantescas encontradas apenas no hemisfério ocidental, e por esse motivo, são popularmente conhecidos como urubus-do-novo-mundo, sendo que duas espécies são reconhecidas: Condor da Califórnia (Gymnogyps californianus) na América do Norte e Condor dos Andes (Vultur gryphus) na América do Sul. Esses dois condores são também as maiores aves do mundo ocidental, em tamanho.
Especialmente o Condor da Califórnia. Este é a maior de todas as aves do Hemisfério Ocidental, ultrapassando o Condor dos Andes.
O Condor da Califórnia é o 8º. Maior pássaro mundo, alcançando a envergadura de 2,8m.
Neste artigo falaremos apenas do Condor da Califórnia.
Os condores pertencem à família de aves Cathartidae, também chamada de Vulturidae.
A Cathartidae inclui o conhecido urubu-de-cabeça-vermelha (Cathartes aura) e o urubu-preto (Coragyps atratus), além de três outras espécies.
Todos eles são aves de rapina e especializados em encontrar e se alimentar de carne de animais mortos.
Os condores estão ameaçados de extinção.
Os ninhos são encontrados em penhascos escarpados, embora ocorram algumas exceções e a ninhada é de um ovo, porém, se algo ocorrer, um ovo é posto em substituição.
Como os pais condores levam mais de um ano para criar um filhote, a taxa de reprodução é muito baixa, nascendo apenas um filhote a cada dois anos.
Existem três exigências de habitat para os condores:
- ventos ou termais razoavelmente confiáveis para voar alto,
- um habitat de alimentação suficientemente aberto para que se possa descobrir e acessar alimentos putrefatos e
- suprimentos adequados de carniça.
No período de 1987 e 1992, o Condor da Califórnia foi considerado extinto da natureza.
A reprodução em cativeiro e os programas de libertação começaram a restituir os condores à natureza em algumas áreas das antigas cadeias, como Califórnia, Arizona, Baixa Califórnia, Colômbia e Venezuela.
Com a continuidade do envenenamento e da caça, os condores ainda morrem em grandes quantidades, a isso, somando-se o fato de pais criando um filhote a cada dois anos, ainda levará muito tempo para que a população dessas aves volte a ser grande como antes, mantendo-a na lista de extinção.
Distribuições Pré-Históricas
Ambas as espécies de condores eram mais abundantes nos períodos pré-históricos do que no século XIX. Durante o Pleistoceno nas Américas do Norte e do Sul, por exemplo, os condores parecem ter se distribuído por ambos os continentes, desde o Atlântico até o Pacífico, ocorrendo em muitas áreas onde não se encontram hoje.
Uma possível explicação para o florescimento dos condores nesta época é que grandes manadas de ungulados, bem como outros grandes mamíferos, tais como preguiças e elefantes, cruzavam as Américas naquela ocasião, fornecendo aos condores uma abundância de carniça das quais se alimentavam. Muitos desses mamíferos pré-históricos estão em extinção, portanto a redução dos grupos de condores pode de certa forma ser relacionada a estes fatos.
Entretanto, outras explicações também são possíveis. Por exemplo, a matança de condores pelos índios americanos para fins cerimoniais pode ter aumentado desde o Pleistoceno, e apenas esta atividade pode ter causado a extinção dos condores em partes significativas de suas áreas de abrangência. Alternativamente, as condições dos ventos, que permitem que esses pássaros voem alto, podem ter ficado menos favoráveis em algumas regiões, resultando no abandono dessas áreas.
Fósseis de condores do Pleistoceno foram encontrados em vários locais fora das áreas de distribuição de ambas as espécies no século XIX.
Restos do condor da Califórnia de 9.500 a 16.000 anos foram descobertos em Nova Iorque, Flórida, Texas, Novo México e Arizona, bem como na Califórnia e em outros estados da região oeste.
Essas constatações demonstram que o Condor da Califórnia conseguia viver em um clima mais frio e num ambiente boreal e conífero numa época em que o alimento adequado (carniça de mamíferos de grande porte) estava disponível ressaltando que a presença dos fósseis dos Condores da Califórnia em locais tão afastados uns dos outros, como Nova Iorque, Flórida, região sudoeste e nordeste do Pacífico, sugere que esta espécie apresenta “tolerâncias climáticas e habitats muito amplos”.
Seleção de Locais para Ninhos
Ambas as espécies de condores nidificam principalmente em penhascos. Entretanto, informações detalhadas sobre as características do local dos ninhos estão disponíveis atualmente apenas em relação ao condor-californiano.
O Condores da Califórnia constrói ninhos desde a proximidade do nível do mar até uma altitude de 1.830 metros.
Os locais para ninhos em altas elevações diferem daqueles em baixas altitudes, uma vez que estes geralmente estão voltados para o sul; contudo não se sabe se os penhascos voltados para o sul são utilizados com maior freqüência porque são mais aquecidos ou simplesmente porque são mais abundantes.
Embora a maioria dos ninhos do Condor da Califórnia seja construída em penhascos (em buracos, fendas, fissuras ou saliências suspensas), alguns são montados em fendas entre grandes blocos de pedras arredondadas em encostas escarpadas e em cavidades naturais de grandes árvores.
O Condor da – Califónia macho encontrou um local para construir o ninho na cavidade de uma sequóia-gigante, sendo que, no ano anterior, havia nidificado com outra fêmea a 150 km de distância num buraco em um penhasco, demonstrando que pelo menos alguns indivíduos diversificam a escolha dos locais para nidificação.
Ainda sobre o Condor da Califórnia parecem que eles evitam construir ninhos em áreas onde as águias-reais são comuns. Entre os vários locais de nidificação estudados nos anos 80, apenas um estava situado num território onde a observação de águias-reais era frequente.
Felizmente para os condores, este território também apresentava numerosos ninhos de falcões-da-pradaria (Falco mexicanus), que protegiam o ninho do condor contra a predação das águias ao espantá-las.
Hábitos Alimentares
Os condores se alimentam de mamíferos mortos de qualquer tamanho que encontrarem. Por exemplo, o Condor da Califórnia se alimentam de mamíferos de porte pequeno como ratos-canguru, esquilos e coelhos, médio como coiotes (Canis latrans), lobos, pumas ou suçuaranas (Puma concolor) e grande como veados, ursos e baleias
A carniça de gado doméstico também serve de alimento extensivamente para os condores, uma vez que é tão abundante hoje em dia.
Exploração dos Recursos Marinhos
Os condores não se limitam a alimentos terrestres, nas regiões costeiras, se alimentam extensivamente da vida marinha. A carniça de animais marinhos é especialmente importante para os condores que vivem em regiões áridas porque, nessas áreas, os mamíferos que pastam são menos abundantes e o mar geralmente produz mais alimentos para os condores do que a terra.
Os condores-californianos também se alimentam de animais marinhos mortos. Durante o século XIX, por exemplo, quando as baleias eram mais comuns do que atualmente, foi registrado que “não era incomum” observar condores-californianos se alimentando das carcaças de baleias que haviam sido jogadas nas praias da Califórnia. Próximo a Monterey, também foram observados condores “se alimentando da carcaça de uma baleia na costa”.