Com certeza você já ouviu falar das pérolas: joias de qualidade rara, que são muito utilizadas no mundo da beleza e da moda. A maioria dessas raridades são originadas das Ostras, animais aquáticos que são cultivados para uma infinidade de funções, incluindo a produção destas pequenas gemas. Porém, existem diferenças importantes para cada espécie de Ostra e no artigo a seguir, você irá conhecer mais sobre estes moluscos, como seu comportamento, hábitos e modo de vida.
Características Gerais da Ostra
Taxonomia
De maneira geral, as Ostras fazem parte do filo dos Moluscos (Mollusca) animais invertebrados, como os caramujos, as lulas e os caracóis. Dentro deste filo, integram os animais da classe dos Bivalves (Bivalvia), que se desmembra em cinco subclasses, de onde se originam espécies consideradas ostras de ordem, famílias e gêneros variados.
Biologicamente falando, as “ostras verdadeiras” são animais que fazem parte da ordem Ostreoida e da família Ostreidae. Desta ordem, se originam mais de 11 famílias (incluindo a Ostreidae); e desta família, existem ao todo 13 gêneros e mais de 200 espécies de ostras catalogadas em todo o mundo. Ostras dessa família, são famosas por serem produzidas para o consumo voltado para culinária e para fins medicinais.
As outras espécies de “ostras”, são nomeadas Perlíferas. Elas se distinguem entre as que conseguem produzir pérolas (família Pteriidae e família Unionidae) e as que têm o sabor similar às ostras consideradas verdadeiras.
Morfologia e Anatomia das Ostras
Todas as Ostras têm a estrutura corporal bastante simples, se compararmos a estrutura corporal de quaisquer animais vertebrados. Apresentam o corpo bastante mole e, por não terem ossos e/ou pele para protegê-los, possuem uma espécie de armadura a que nomeamos de concha. Estas são fortemente calcificadas – a rigidez dessa parte do corpo é causada pelo acúmulo de cálcio – e permanecem fechadas devido à presença de músculos adutores, que possibilitam o movimento “abre e fecha”.
Sua estrutura corporal é formada por duas partes, como em todos os animais bivalves, logo são de simetria bilateral. Em seu interior, existe uma espécie de manto que cobre todo o interior de seu corpo, onde se encontram – além de músculos – sua boca, brânquias, pálpebras, coração, estômago, os dois rins, fígado, seu intestino, gônadas (órgãos sexuais) e o ânus. Seu sangue, como em todos os moluscos, tem coloração transparente avermelhada, totalmente transparente.
Habitat e Comportamento das Ostras
Onde Vivem?
Estes moluscos se encontram em quase todo o mundo marinho e de água doce. Entretanto, não sobrevivem em locais de clima negativo ou em águas poluídas. Podem estar situadas em superfícies de portos e cais, detritos diversos ou naufrágios.
Porém, em ambiente natural (sem influência humana), as ostras crescem em rochas ou em conchas antigas, de maneira crescente (ou seja, concha sobre concha), seja, no fundo do mar ou nas regiões bentônicas (próximas ao fundo do mar). Por isso, muitas vezes, formam-se recifes de conchas que funcionam como habitat para outros animais (estimulando a biodiversidade de várias espécies); além de serem uma importante ferramenta contra tempestades e marés altas: funcionam como barreiras naturais, evitando erosão.
Alimentação, Hábitos e Modo de Vida
Além disso, para que consigam respirar e se alimentar, estes animais contém brânquias. Este membro funciona como um “filtro natural” que recolhe organismo e partículas que estão suspensos na água através de pequenos filamentos e perpassam por todo seu sistema digestivo.
Se alimentam de microorganismos como o fitoplâncton (uma espécie de pequena alga) e demais matérias orgânicas microscópicas. Em média, podem filtrar entre 25 a 70 litros de água por dia. Por serem animais filtradores, garantem que o habitat a seu redor seja limpo e tenha qualidade.
Reprodução das Ostras
As ostras se reproduzem dependendo das condições habitáveis da água, como sua temperatura, acidez, salinidade, etc. Nascem, em sua maioria, hermafroditas, podendo mudar de sexo alternadamente no decorrer de sua vida. Geralmente, ostras mais jovens estão machos, enquanto as mais velhas costumam estar fêmeas.
Sua reprodução é sexuada, porém, ocorre na água externamente. As ostras machos (ou que estão machos) liberam seus espermatozoides na água, enquanto as fêmeas seus ovócitos (uma espécie de óvulo). Depois de um dia (24 horas) da fertilização, as larvas são formadas e já começam a desenvolver conchas. Em suas primeiras semanas, conseguem se movimentar. Nadam até que encontrem um local para permanecer estagnadas para o resto da vida.
Uso Econômico das Ostras
Pérolas
Por incrível que pareça, a fabricação das pérolas por parte da Ostras (das do tipo perlíferas), nada mais é do que sua forma de defesa. Quando um corpo estranho penetra em seu interior (seja parasitas, grãos de areia ou sujeiras) o manto – que naturalmente produz uma substância chamada nácar (ou madrepérola) – que envolve o invasor em várias camadas de nácar. Dessas camadas, surge o objeto que chamamos de pérola.
Existem diferenças nas pérolas produzidas por ostras marinhas e ostras de água-doce. Enquanto ostras de água-doce produzem até 30 gemas de pérolas, as de água salgada produzem de 3 a 5 pérolas, por isso, são consideradas as mais raras e caras. A pérola mais cara do mundo, foi parte das joias da rainha Maria Antonieta, e foi vendida por mais de 300 milhões de euros em um leilão da Suíça.
Culinária
As ostras são consideradas um tipo de prato bastante caro e requintado. Apesar de não serem parte da alimentação do brasileiro em geral, são famosas na culinária mediterrânea. Podem ser consumidas frescas, gratinadas ou empanadas. E por serem um saboroso alimento, são ingredientes certeiros em restaurantes de todo o mundo por sua versatilidade e requinte.
Medicina e Precauções
Além de ser um saboroso alimento, é também muito benéfico para a saúde: é rico em ômega 3, ferro, cálcio, zinco e vitaminas C e D. Por isso, o consumo de ostra é bom para:
- neutralizar a pressão arterial;
- diminuir colesterol;
- evitar arritmia cardíaca e coágulos sanguíneos;
- controlar a anemia;
- melhorar o desempenho sexual masculino;
- fomentar calcificação;
- prevenir do autismo;
- prevenir osteoporose e;
- evitar a depressão
Apesar de tantas coisas boas para a saúde, deve-se precaver do seu consumo em excesso: ostras são altamente calóricas. Além disso, por serem animais filtradores, há grande risco de que quem o ingerir, contraia toxoplasmose. Pessoas com tendências alérgicas à frutos-do-mar, também devem evitar seu consumo. Caso ocorra algumas dessas doenças, você deve procurar e consultar um médico com o máximo de urgência.