Você com certeza já deve ter ouvido falar em bicho, não é? Esses pequenos animais possuem uma contribuição incrível para a formação do fio da seda que é utilizado em tecidos em todo o mundo. O que pouca gente sabe é que esse animal passa por diversos estágios em sua vida que vão desde a postura dos ovos até a produção do fio. Vamos conferir?
História do Bicho da Seda
Estima-se que o bicho da seda tenha surgido na China e seja utilizado para a produção da seda há mais de 5 mil anos. Esse animal nada mais é do que uma lagarta, fase inicial de uma espécie de mariposa e que vem sendo utilizada de forma muito intensa para esse fim. Ao longo dos tempos o bicho da seda foi modificado geneticamente (tanto naturalmente quando em laboratórios) e hoje existem mais de quatrocentas espécies do animal.
Após o acasalamento, as mariposas colocam mais de quinhentos ovos que demoram até vinte dias para eclodirem a depender do ambiente em que foram depositados. As lagartas que pertencem à família das Bombycidae passam por diversos processo no seu ciclo de vida.
O ovo desse animal possui coloração diferenciada quando está fecundado. Embora não cheguem a medir nem mesmo dois milímetros, eles possuem forma achatada e ovalada.
Ciclo de Vida e Desenvolvimento do Bicho da Seda
Esse curioso animal passa pelas seguintes etapas no seu ciclo de vida: postura dos ovos, formação da lagarta (larva), formação da pupa (também conhecida como crisália) e mariposa (que corresponde a fase adulta do animal).
Após saírem de dentro dos ovos, as larvas do bicho da seda iniciam um processo intenso de alimentação até adquirirem mais do dobro do seu peso. Durante esse processo ela muda de pele várias vezes para se adequar ao crescimento intensificado.
O procedimento de “engorda” é feito com muitas folhas, em especial, as folhas da Amoreira. A árvore (que também é originária do continente asiático) possui propriedades que auxiliam o crescimento da larva de forma mais intensificada. Ao fim da quarta troca de pele a larva inicia a confecção do fio que dará origem a um dos tecidos mais nobres do planeta: a seda.
Assim, a larva constrói o seu casulo permanecendo até que se transforme complemente na mariposa. É exatamente esse fio do casulo que é utilizada pela indústria da seda e pode chegar a medir mais de 1000 metros. A confecção é possível graças a presença de uma glândula presente nas larvas chamada de sericígena.
Os movimentos bem orquestrados e em forma do número “oito” são realizados pelo animal até que cesse a produção do líquido pela glândula do animal. Todo esse processo pode demorar três dias e um único animal consegue produzir centenas de metros de fio da seda. Este período pode durar cerca de três dias, e somente um bicho é capaz de tecer um fio com até mil metros. Em seguida, o animal se enclausura no casulo saindo apenas quando a mariposa se encontra completamente formada e preparada para voar.
Como é Produzida a Seda
Logo que os ovos do bicho da seda são coletados, eles são levados para incubadoras, onde podem receber as condições adequadas para o desenvolvimento das larvas. Após o nascimento das lagartas elas são transportadas para um novo local e mais adaptado para a formação do casulo. Por fim, eles são encaminhados para uma estufa para que as larvas morram e os casulos sejam aproveitados.
Algumas larvas são aproveitadas para que possam realizam novamente o ciclo reprodutivo e continuem a perpetuação da espécie e a produção da seda. É muito importante que todos esses procedimentos sejam feitos da forma mais natural possível, com a finalidade de não prejudicar o equilíbrio do ecossistema.
Os fios são retirados cuidadosamente de cada casulo pois eles são produzidos através de um fio único. Esse é o motivo da seda ser um tecido tão caro e valorizado em várias partes do mundo. Para se ter uma ideia de como é trabalhosa a produção do tecido, são necessários cerca de seis mil deles para produção de apenas um quilo de seda. Inacreditável, não é?
Eles são cuidadosamente molhados em água morna para auxiliar o manuseio dos fios. É necessário procurar pelo final do fio e desenrolar aos poucos e com muita atenção. Posteriormente, os fios são lavados e passam por um procedimento mais industrial que envolve a aplicação de ácidos até que eles fiquem leves e possam ser levados para a tecelagem.
De forma geral, a utilização do bicho da seda como matéria prima do tecido não é uma atividade que agride a natureza de forma intensa. Uma das preocupações da sericultura é também fazer com que a espécie de mariposa não entre em extinção e possa continuar participando do equilíbrio do ecossistema. Por fim, pode ser uma atividade muito rentável trazendo muito lucro para quem investe no setor.
Uma das maiores ameaças ao cultivo de bicho da seda é a proliferação de pragas que atacam o casulo. O Brasil ocupa atualmente o terceiro lugar na lista dos maiores produtores de bicho da seda. A maior parte da produção é enviada para fora do país.
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