Saber como calcular a idade de um cachorro não é uma tarefa das mais simples. Aquela técnica, comumente utilizada, que faz uma equivalência de 7 anos de vida de humanos para 1 ano de vida dos cães não é cientificamente aceita. Trata-se aqui de um cálculo aproximado, que tem mais a ver com a nossa expectativa de vida do que propriamente com a do animal.
Na verdade são inúmeras as variáveis que devem ser levadas em consideração na hora do cálculo – como o porte do cão, por exemplo.
Cães pequenos (até 10kg), medianos (entre 11kg e 20kg) e de grande porte (acima de 21kg) oferecem indicativos diferentes para o cálculo das suas idades.
Mas a raça também irá interferir nesse cálculo, já que algumas desenvolvem-se mais rápido, outras menos. As raças mini, por exemplo, mantêm-se como filhotes por pouco tempo e demoram mais na fase adulta.
Já com os de grande porte acontece o contrário. Eles podem passar até 2 anos como filhotes, diferentemente dos cães de porte médio, que não permanecem mais do que 1 ano nessa condição.
Uma técnica simples, porém bastante recomendada por veterinários, para que se possa calcular a idade de um cachorro, é multiplicar cada ano por 12 (para cães pequenos), 10 (para cães médios) e 9 (para cães de grande porte).
E mais: a partir do terceiro ano de nascimento você deverá somar em média 4,5 anos para cães pequenos, 5,6 para cães médios e 7,5 anos para cães de grande porte.
Dessa forma, um Cocker Spaniel, por exemplo, deverá ter, 24 meses após o seu nascimento, cerca de 25 anos da idade de um humano (um cão jovem). Aos 5 anos, por volta de 41 anos de um adulto. E assim sucessivamente.
E a partir desse mesmo critério poderemos supor que um cão de porte médio com 10 anos de idade já estará ultrapassando os 60 anos e encaminhando-se, a passos largos, para a fase de um cão idoso.
A Teoria por Trás do Cálculo da Idade de um Cachorro
O “dilema” do cálculo ideal para a idade de um cachorro não é, de forma alguma, um privilégios dos nossos tempos. Há séculos que se vem tentando decifrar, de uma vez por todas, um dos maiores “mistérios” da humanidade e um dos “grandes” mitos da nossa história.
Tudo indica que já no distante séc. XII os ingleses já enveredavam-se por essa espinhosa missão. E a conclusão à qual eles chegaram foi a de que para cada 1 ou 2 anos de um cão deveriam ser atribuídos entre 14 e 15 anos dos humanos. Uma estimativa que foi sendo reduzida com o passar do tempo. Primeiro para 10, depois para 8, até que chegássemos nos dias atuais (a partir dos anos 50), não se sabe como, com a equivalência de 7 anos de um humano para cada 1 ano dos cães.
À época acreditava-se que esse cálculo estava ligado ao fato de que era necessário manter uma diferenciação que deixasse evidente as diferenças entre humanos e cães (que não deveriam, em hipótese alguma, ser comparados).
Já outros atribuíam esse cálculo a um estímulo para que se incorporasse o hábito de de levar aos cães a visitas semestrais ao veterinário. Entre outras “teorias da conspiração” que em nada resolviam o problema – o problema do cálculo da idade dos cachorros – , apenas o perpetuava; isso quando não levava a exageros inacreditáveis.
As Características que Influenciam o Cálculo da Idade de um Cachorro
Como dissemos, diversos fatores devem ser levados em consideração a fim de que se possa levar a bom termo essa empreitada de determinar um padrão para o cálculo da idade dos cães. Peso, porte, raça, entre outras características genéticas, podem fazer, por exemplo, que dois cães que nasceram no mesmo dia e hora acabem atingindo a fase idosa com uma diferença de mais de 10 anos entre eles!
A maioria dos especialistas em veterinária são categóricos ao afirmar que o porte é, sem dúvida, ainda mais determinante para a correta determinação da idade, muito por conta do fato de que os cães considerados gigantes (acima de 41 kg) envelhecem muito mais rápido do que os demais.
Suspeita-se que a complexidade dos processos metabólicos de uma raça gigante, em comparação com os de uma raça pequena, estejam por trás da aceleração desse envelhecimento, haja vista a necessidade bem maior de respostas em um nível celular que essa organização precisa dar ao longo de suas vidas.
Basta saber, por exemplo, que a partir dos 12 meses de vida alterações profundas em um nível celular já começam a ocorrer nos cães de médio e grande porte, como uma espécies de prenúncio de futuros transtornos geriátricos, dos quais nenhuma raça está livre.
Outra coisa interessante é a propensão que têm alguns cães (especialmente os cães de raça) a problemas de ordem genética, muito em função da série de cruzamentos e seleções que são feitas a fim de que se obtenha determinadas qualidades biológicas (ou características); mas que acabam, por tabela, trazendo determinadas propensões a distúrbios dos seus antepassados distantes.
Há casos dramáticos, como o do São Bernardo, por exemplo, que consegue a façanha de apresentar a idade de 25 anos humanos em apenas 1 ano canino. O que é considerado uma enormidade, que certamente faz com que a expectativa de vida desses animais caia sobremaneira em relação à de outras raças.
O Metabolismo Canino
Aqui a curiosidade ficar por conta do fato de que, assim como raça, porte e peso dos cães, os seus processos metabólicos também podem, como dissemos, influenciar no cálculo das suas idades.
Basta saber, por exemplo, que um filhote de Shih tzu (típico cão de pequeno porte) já poderá ser considerado adulto com 1 ano de idade. Isso indica um metabolismo acelerado, mas que tende a cair com o passar dos anos, fazendo com que eles diminuam esse ritmo de envelhecimento, e com isso tornem-se idosos mais tarde.
Mas não é o que acontece com um Rottweiler, ou com um Fila Brasileiro, ou mesmo com um São Bernardo. Nesses, o metabolismo é bem mais lento. O que faz com que só atinjam a fase adulta aos 2 anos, e em compensação envelheçam mais rapidamente em comparação com as raças de menor porte.
O resultado é que teremos cães de pequeno porte capazes de viver até os assustadores 15 ou 16 anos! Enquanto os de médio porte já se darão por satisfeitos se viverem até os 12 ou 13. E os de grande porte – verdadeiros monumentos com mais de 40 kg de peso – aos 10 ou 11 anos já se preparam para deixar as suas famílias após uma vida inteira de carinho e dedicação aos seus donos.
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