Por quase três décadas, porcos selvagens invasivos estão se espalhando por todo o Brasil, arrancando plantas nativas, prejudicando a qualidade do solo e destruindo plantações. Há até relatos de que os porcos atacam o gado.
A Incidência de Javalis e seus Efeitos
Há porcos selvagens no Brasil há mais de 200 anos, sugerem pesquisas, quando alguns porcos domésticos escaparam e ficaram selvagens na região do Pantanal. Mas uma invasão em grande escala em todo o país pode ser rastreada até a década de 1990, quando javalis selvagens foram importados da Europa e do Canadá para uso em produtos de carne de alta qualidade.
No Brasil, muitos agricultores criaram esses porcos com os porcos domésticos que já existiam no país. Eventualmente, o governo parou de permitir a importação de javalis, e muitos dos porcos cruzados foram soltos, acidentalmente ou intencionalmente, na natureza.
Os porcos selvagens causam danos ecológicos e agrícolas suficientes, mas agora os autores do novo estudo estão preocupados que sua propagação continuada pode impulsionar populações de morcegos em algumas áreas e contribuir para um aumento nas infecções por raiva em pessoas.
Isso pode acontecer de várias maneiras, eles sugeriram. Enquanto os morcegos-vampiros são conhecidos por morder seres humanos que dormem e infectá-los diretamente, caçadores de carne de caça, e seus cães de caça, também podem ser expostos através do contato com porcos infectados.
O governo brasileiro estabeleceu um programa que permite a morte de porcos monteiros, mas acrescentou que restrições rigorosas na compra de armas de fogo mantiveram o número de participantes relativamente pequeno até o momento. Ele e outros cientistas estão atualmente envolvidos em ajudar os agentes federais do meio ambiente a apresentar melhores planos para lidar com o problema dos porcos no futuro.
Legalidade da Caça
No Brasil, onde animais silvestres e exóticos podem ser encontrados em vários lugares, uma área de interesse particular é a caça. De acordo com clubes de caça e outras entidades especializadas em caça, o número de pessoas portadoras de uma licença de caça é de cerca de 4 milhões.
A caça tem sido uma atividade ilegal no Brasil desde 1967. Animais de todas as espécies em qualquer fase de seu desenvolvimento e que vivem fora do cativeiro são considerados propriedade do Estado. Portanto, todos os tipos de uso, perseguição, destruição, caça ou colheita da fauna brasileira sem o consentimento prévio do governo são proibidos.
A caça de animais silvestres, embora considerada ilegal no nível federal, pode ser permitida em nível estadual, mas apenas para fins esportivos, excluindo, portanto, a caça profissional, desde que o estado realize estudos preliminares relativos a: viabilidade da atividade, se a população da espécie está ameaçada e a análise do impacto ambiental, monitoramento e fiscalização das atividades.
A comercialização de produtos e objetos que envolvam a caça, a perseguição, a destruição ou a colheita de animais silvestres também é proibida.
Necessidade de uma Licença
Para ser autorizado a caçar, um indivíduo é obrigado a obter uma licença anual, que é específica para uma região geográfica limitada. Se o indivíduo pretende caçar usando armas de fogo, deve obter os direitos de posse da arma de fogo da Polícia Federal. Além disso, o indivíduo precisa ser um membro de um clube de caça. A licença para caça é emitida pelo IBAMA e pela Secretaria de Meio Ambiente de cada estado.
Uma licença especial de caça, com o objetivo de coletar material para fins científicos, pode ser concedida aos cientistas em qualquer momento durante o ano. Esta licença é emitida pelo Conselho Supervisor de Expedições Artísticas e Científicas no Brasil em conjunto com o IBAMA , o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
Penalidades por Transgressões
As penalidades para a caça no Brasil não são muito severas. O caçador será escoltado até a delegacia mais próxima e será obrigado a assinar um acordo comprometendo-se a participar de uma audiência. Normalmente, um acordo é feito com o promotor, onde o caçador, em vez de ser preso, concorda em doar alimentos ou realizar serviços comunitários.
Nos casos recorrentes em que o mesmo caçador é apanhado duas vezes ao longo de um período de cinco anos, as sanções são: o pagamento de uma multa administrativa à Secretaria do Meio Ambiente do Estado e a prisão entre seis meses e um ano. Esta sentença pode ser aumentada em até 50% do tempo de prisão e o valor da multa se a espécie que foi caçada estiver ameaçada.
Exceções e Controvérsias
O estado do Rio Grande do Sul é o único estado que recentemente permitiu a caça para fins esportivos em 1996 e 2005, mas apenas quando a caça era limitada a certos tipos de patos e gansos. Em 2008, essas atividades foram totalmente proibidas. No entanto, desde 2013, a caça ao javali europeu foi permitida pelo IBAMA para fins de controle populacional, pois é uma espécie invasora, muito agressiva, portadora de doenças e sem predadores naturais.
Os cientistas que coletam material para fins científicos também podem solicitar uma licença especial de caça. A caça à subsistência é permitida, embora seja feita apenas para preservar o estilo de vida das tribos indígenas no Brasil.
Embora a lei decida explicitamente que a caça é proibida no Brasil, de acordo com uma lei de 1967 que ainda é válida hoje, o governo deve estimular o estabelecimento e a operação de clubes e sociedades amadores para caçar e atirar para alcançar o espírito associativo. decorrentes dessas atividades. Além disso, o governo estimulará a construção de criadouros para a criação de animais silvestres para fins econômicos e industriais.
Apesar da proibição da caça amadora ou esportiva no Brasil, existem inúmeras lojas especializadas em vender artigos de caça e armas de fogo para este esporte.
O Dilema da Caça
A chegada de javalis no Pantanal, no sul do Brasil há 200 anos, protegeu os mamíferos nativos da região, ameaçados pela caça. Ameaçadas pelo aumento no número de caçadores na área, a fauna nativa na área estava lutando para sobreviver.
Geralmente, a chegada de uma espécie invasora ou tóxica rima com o desastre ecológico, foi o caso de um anfíbio na Austrália ou de um esquilo na Europa. Mas no Pantanal, a maior área úmida do planeta, no sul do Brasil, a chegada de javalis foi um salva-vidas para a vida selvagem local e beneficiou as comunidades locais.
A proibição da caça na década de 60 para proteger a fauna também limitou a quantidade de recursos disponíveis para as populações locais. Estes últimos são desde então virados para os javalis selvagens.
Mais fácil de caçar pela população abundante, esses animais fornecem mais carne e óleo do que os mamíferos nativos da região. Mais de 90% dos caçadores se voltaram para essa espécie mais lucrativa, o que permitiu a reconstrução de populações de espécies nativas. Uma situação que todos parecem ter aproveitado.
Este sucesso, porém, reflete um novo paradigma estudado recentemente no mundo da ecologia, o da “biologia conciliadora”, que encoraja pesquisadores e formuladores de políticas a estudar os benefícios ecológicos de uma espécie invasora antes de erradicá-la.
Um comentário
Pingback: Caça de javali com Cachorro | Mundo Ecologia